E como não há duas sem três, este será o terceiro post que o Público não vai hiperligar. E é pena, porque este seria definitivamente um trabalho para a novel super-heroína muçulmana, a quem desejamos felizes aventuras a combater o terrorismo!
Al-Shabaab usa o Islão para justificar a proibição da TV em Barawe
por Jibril Dahir para Sabahi, 6 de Novembro:
Usando altifalantes montados em veículos, a al-Shabaab proibiu as pessoas de Barawe de assistirem à Televisão, dizendo que ela prejudica os seus princípios islâmicos, e ordenou-lhes que entregassem os seus televisores e antenas parabólicas.
Os militantes anunciaram a proibição em 28 de Outubro e deram aos residentes cinco dias para entregarem os equipamentos, disse Mursal Yarisow, 54 anos, ancião e chefe tradicional em Barawe.
"Fiquei realmente surpreso quando ouvi falar dessa ordem que nos proíbe de assistir à TV enquanto estamos em nossas próprias casas", disse Sabahi. "Os únicos canais a que assisto com a minha família são os canais nacionais da Somália, como a Universal TV, Horn Cable TV e Somália TV Channel, para que nos possamos manter informados sobre as notícias globais".
"Não percebo porque é que a al-Shabaab acha que estes ou outros canais são prejudiciais à religião", disse.
"A proibição é um pretexto para impedir as pessoas de ficarem informadas acerca notícias e assuntos actuais por meio de estações de TV independentes da Somália", Yarisow acrescentou.
(...)
"Eles querem que as pessoas permaneçam ignorantes do ódio do mundo e dos somalis contra a Al-Shabaab. Querem que os moradores de Barawe sejam pessoas cujos ouvidos e olhos estejam tapados".
A proibição veio poucas semanas depois de um ataque por fuzileiros norte-americanos em Barawe, direcionado à al-Shabaab e ao seu comandante, o terrorista Abdulkadir Mohamed Abdulkadir, que atende pela alcunha de Ikrimah, e que se acreditava estar a viver numa casa de praia local.
Alegadamente, a Al-Shabaab decretou a mesma proibição da TV na cidade de Bulomarer no mês passado.
"A Al-Shabaab está envolvida no maior crime do mundo, que é matar pessoas sem motivo, ou por classificá-las como não-muçulmanos. Eles forçam as pessoas a converterem-se ao Islão", disse Yarisow. "Estou profundamente triste por eles atacarem as pessoas que são muçulmanas e questionarem a sua crença no Islão".
Os moradores que mantêm televisores são acusados de serem infiéis
A valente Saida Ali, uma mãe de 41 anos de idade, expressou a sua indignação sobre a proibição.
"Eu sou a mãe na minha casa, não a al-Shabaab. Quando comprei o televisor no mercado não foi para assistir a qualquer coisa indecente que possa ser prejudicial para a minha fé", disse Sabahi. "Se eles fossem honestos, tudo o que precisavam de nos dizer era para protegermos as nossas crianças contra canais com programas indecentes, em vez de dizerem para lhes entregarmos a nossa propriedade".
"A Al-Shabaab espezinha os nossos direitos humanos. Eles tratam-nos como pessoas selvagens que não têm conhecimento da religião islâmica, mas é claro que as pessoas da al-Shabaab é que não têm conhecimento da religião, e não há nenhuma dúvida sobre isso", disse ela.
Liban Abdirahman, de 34 anos, dono de uma loja em Barawe, que vende lâmpadas e itens variados, cumpriu a proibição da al-Shabaab e entregou o televisor e a antena parabólica, como ordenado.
"Nós somos civis e não estamos armados, pelo que somos obrigados a aderir a qualquer ordem da al-Shabaab, porque quem desobedecer à ordem e não entregar o equipamento vai ser acusado de ser um infiel que está a desobedecer às ordens do Islão", disse ....
Um somali olha para um televisor na montra de uma loja.
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