sexta-feira, 26 de julho de 2013

Coisas do Adolfo

Daqui.


«A única religião que respeito é o Islão. O único profeta que admiro é o Profeta Maomé.»

Adolf Hitler

 


Nota de João Monteiro que agradecemos e incorporámos no post:

A simpatia dos muçulmanos pelo nazismo teve um grande impulsionador - Haj Amin al-Husseini, tio-avô de Yasser Arafat. Importará aqui um pouco da sua história: Membro de uma família abastada e influente da Palestina, al-Husseini emergiu como figura árabe proeminente no período do Mandato Britânico. 

A partir de 1919, começou a organizar pequenos grupos de suicidas ("fedayeen") para aterrorizar os Judeus. Apesar de ter sido preso em consequência dos motins de 1920, conseguiu fugir para a Transjordânia, tendo sido condenado à revelia a 10 anos de prisão. No entanto, um ano depois, foi perdoado pelos Britânicos e usou a sua influência para travar novos distúrbios e, assim, "demonstrar" as suas "boas" intenções. 

Na altura garantiu ao Alto-Comissário, Sir Herbert Samuel, que iria manter a ordem. Baseado nessa garantia e pressionado por membros da sua Administração e tendo, entretanto, ocorrido a morte do então Mufti de Jerusalém (líder religioso islâmico), Sir Herbert Samuel tomou uma decisão sem precedentes ao nomeá-lo Mufti (al-Husseini não era clérigo pelo que nem tinha qualificações para tal cargo) o que fez aumentar o seu poder e influência entre os Árabes. 

Pela mesma altura a Administração Britânica criou o Supremo Conselho Muçulmano, do qual al-Husseini se tornou presidente, o que na prática fez dele o líder religioso e político dos Árabes da Palestina. De 1936 a 1939 irrompeu pelo território novo período de grande violência árabe conhecido como a Revolta Árabe no qual, mais uma vez, Haj Amin al-Husseini teve um papel importante, ao liderar o recentemente criado Alto Comité Árabe numa campanha de terrorismo contra alvos judeus e britânicos. 

Neste contexto, em 1937 al-Husseini começou a manifestar o seu apoio à Alemanha Nazi, solicitando ao Governo Nazi que se opusesse à criação do Estado Judeu e à emigração de Judeus para a Palestina e que fornecesse armas à população árabe. Em consequência de novos actos terroristas contra Britânicos, Judeus e Árabes moderados, o Alto Comité Árabe foi declarado ilegal pelos Britânicos e al-Husseini perdeu os seus cargos, tendo sido obrigado ao exílio na Síria.
 
 A sua ligação à Alemanha e ao Partido Nazi manteve-se estreita tendo, a partir de 1941 e após o seu apoio a uma revolta pró-Nazi no Iraque que não teve sucesso, ido viver para Berlim, onde se manteve até ao fim da Segunda Guerra Mundial como convidado especial de Hitler e onde, por diversas vezes através da Rádio, defendeu o extermínio dos Judeus. 
 
Também se deslocou à Bósnia-Herzegovina onde participou no recrutamento de Muçulmanos locais para os esquadrões SS - a famosa Divisão Hanjar (Sabre) das Waffen SS - que procuraram eliminar a presença judaica na região dos Balcãs. De facto, de acordo com documentação dos julgamentos de Nuremberga de 1945-46 e de Adolf Eichmann de 1961, as SS ajudaram no financiamento dos motins de 1936-39. 
 
Eichmann esteve na Palestina onde se encontrou com al-Husseini, com quem manteve posteriormente contactos regulares. No Julgamento de Nuremberga, o adjunto de Eichmann, Dieter Wisliceny, que veio a ser condenado e executado por crimes de guerra, testemunhou o seguinte: "O Mufti foi um dos iniciadores da eliminação sistemática de Judeus europeus e foi colaborador e conselheiro de Eichmann e Himmler na execução deste plano(…) Era um dos melhores amigos de Eichmann e insistia constantemente com ele para que acelerasse as medidas de extermínio. Ouvi-o dizer, na companhia de Eichmann, que tinha visitado incógnito as câmaras de gás de Auschwitz." 
 
Com o colapso Nazi, al-Husseini foi detido em França mas conseguiu fugir para o Egipto onde foi recebido como herói nacional. Após a Guerra, a Jugoslávia pretendeu julgá-lo por crimes de guerra mas al-Husseini conseguiu escapar a esse julgamento. O Mufti acabou por nunca ser julgado pois os Aliados temiam o "terramoto" que os Árabes poderiam provocar caso o seu herói fosse tratado como criminoso de guerra (vem de longe a capitulação ocidental perante o terror ou a perspectiva do terror islâmico). Não é, por isso, de estranhar que, no mundo islâmico, a única crítica que se faça a Hitler é a de não ter terminado a "Solução Final".

Ver também "The Mufti and the Holocaust" em
http://www.hoover.org/publications/policy-review/article/5696

6 comentários:

  1. Já conhecia esta frase do Adolfo. Não me surpreendeu. Nem me surpreende a simpatia de muito muçulmano por este louco.

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  2. Continua a haver gente que garante que ele era católico. Mas tanto quanto sei, a ideologia dele era vizinha dos ideais do paganismo clássico, com ênfase no conceito de homem-deus, do Nietzsche.

    IB

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  3. A simpatia dos muçulmanos pelo nazismo teve um grande impulsionador - Haj Amin al-Husseini, tio-avô de Yasser Arafat. Importará aqui um pouco da sua história: Membro de uma família abastada e influente da Palestina, al-Husseini emergiu como figura árabe proeminente no período do Mandato Britânico. A partir de 1919, começou a organizar pequenos grupos de suicidas ("fedayeen") para aterrorizar os Judeus. Apesar de ter sido preso em consequência dos motins de 1920, conseguiu fugir para a Transjordânia, tendo sido condenado à revelia a 10 anos de prisão. No entanto, um ano depois, foi perdoado pelos Britânicos e usou a sua influência para travar novos distúrbios e, assim, "demonstrar" as suas "boas" intenções. Na altura garantiu ao Alto-Comissário, Sir Herbert Samuel, que iria manter a ordem. Baseado nessa garantia e pressionado por membros da sua Administração e tendo, entretanto, ocorrido a morte do então Mufti de Jerusalém (líder religioso islâmico), Sir Herbert Samuel tomou uma decisão sem precedentes ao nomeá-lo Mufti (al-Husseini não era clérigo pelo que nem tinha qualificações para tal cargo) o que fez aumentar o seu poder e influência entre os Árabes. Pela mesma altura a Administração Britânica criou o Supremo Conselho Muçulmano, do qual al-Husseini se tornou presidente, o que na prática fez dele o líder religioso e político dos Árabes da Palestina. De 1936 a 1939 irrompeu pelo território novo período de grande violência árabe conhecido como a Revolta Árabe no qual, mais uma vez, Haj Amin al-Husseini teve um papel importante, ao liderar o recentemente criado Alto Comité Árabe numa campanha de terrorismo contra alvos judeus e britânicos. Neste contexto, em 1937 al-Husseini começou a manifestar o seu apoio à Alemanha Nazi, solicitando ao Governo Nazi que se opusesse à criação do Estado Judeu e à emigração de Judeus para a Palestina e que fornecesse armas à população árabe. Em consequência de novos actos terroristas contra Britânicos, Judeus e Árabes moderados, o Alto Comité Árabe foi declarado ilegal pelos Britânicos e al-Husseini perdeu os seus cargos, tendo sido obrigado ao exílio na Síria. (Continua)

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  4. (Continuação) Neste contexto, em 1937 al-Husseini começou a manifestar o seu apoio à Alemanha Nazi, solicitando ao Governo Nazi que se opusesse à criação do Estado Judeu e à emigração de Judeus para a Palestina e que fornecesse armas à população árabe. Em consequência de novos actos terroristas contra Britânicos, Judeus e Árabes moderados, o Alto Comité Árabe foi declarado ilegal pelos Britânicos e al-Husseini perdeu os seus cargos, tendo sido obrigado ao exílio na Síria. A sua ligação à Alemanha e ao Partido Nazi manteve-se estreita tendo, a partir de 1941 e após o seu apoio a uma revolta pró-Nazi no Iraque que não teve sucesso, ido viver para Berlim, onde se manteve até ao fim da Segunda Guerra Mundial como convidado especial de Hitler e onde, por diversas vezes através da Rádio, defendeu o extermínio dos Judeus. Também se deslocou à Bósnia-Herzegovina onde participou no recrutamento de Muçulmanos locais para os esquadrões SS - a famosa Divisão Hanjar (Sabre) das Waffen SS - que procuraram eliminar a presença judaica na região dos Balcãs. De facto, de acordo com documentação dos julgamentos de Nuremberga de 1945-46 e de Adolf Eichmann de 1961, as SS ajudaram no financiamento dos motins de 1936-39. Eichmann esteve na Palestina onde se encontrou com al-Husseini, com quem manteve posteriormente contactos regulares. No Julgamento de Nuremberga, o adjunto de Eichmann, Dieter Wisliceny, que veio a ser condenado e executado por crimes de guerra, testemunhou o seguinte: "O Mufti foi um dos iniciadores da eliminação sistemática de Judeus europeus e foi colaborador e conselheiro de Eichmann e Himmler na execução deste plano(…) Era um dos melhores amigos de Eichmann e insistia constantemente com ele para que acelerasse as medidas de extermínio. Ouvi-o dizer, na companhia de Eichmann, que tinha visitado incógnito as câmaras de gás de Auschwitz." Com o colapso Nazi, al-Husseini foi detido em França mas conseguiu fugir para o Egipto onde foi recebido como herói nacional. Após a Guerra, a Jugoslávia pretendeu julgá-lo por crimes de guerra mas al-Husseini conseguiu escapar a esse julgamento. O Mufti acabou por nunca ser julgado pois os Aliados temiam o "terramoto" que os Árabes poderiam provocar caso o seu herói fosse tratado como criminoso de guerra (vem de longe a capitulação ocidental perante o terror ou a perspectiva do terror islâmico). Não é, por isso, de estranhar que, no mundo islâmico, a única crítica que se faça a Hitler é a de não ter terminado a "Solução Final".
    Ver também "The Mufti and the Holocaust" em
    http://www.hoover.org/publications/policy-review/article/5696

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  5. Um exército de 100 000 muçulmanos combateu ao lado de Hitler

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  6. Obrigado, amigos. Incorporei no post.

    Há que abrir os olhos a quem ainda os tem fechados... :(

    Abraço,

    I.B.

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