quinta-feira, 5 de maio de 2016

História de Israel - O Império Bizantino



O Império Romano do Ocidente e  o do Oriente


No ano de 313 A.E.C., o Imperador Constantino I adoptou o Cristianismo como religião oficial do Império Romano, e mudou a capital para Bizâncio, que ficou conhecida como Constantinopla.

O Império Romano entrou assim numa nova era, a Bizantina. O domínio Bizantino sobre a Terra Santa durou até meados do século VII. O Império durou muito mais tempo. O seu declínio iniciou-se no século XI, e a sua queda, sob os Turcos Otomanos, ocorreu já no século XV. 

Sob o domínio Bizantino, a Terra Santa tornou-se um país predominantemente cristão. A mando do Imperador Constantino, muitas igrejas, como a Igreja da Anunciação, foram erguidos sobre locais sagrados cristãos. Mosteiros surgiram em todo o país.


Basílica da Anunciação, em Nazaré. 


Os judeus puderam continuar a praticar a sua religião. Eram autorizados a circuncisão e o Sábado judaico, as festividades religiosas eram reconhecidos, as sinagogas não podiam ser violadas, e os tribunais judaicos tinham jurisdição em casos legais. 


No ano de 351 E.C., porém, os judeus, perseguidos sob o Imperador romano, rebelaram-se. A rebelião foi rápida e decisivamente anulada, com a destruição de cidades como Séforis e Tiberíades.

Constantinopla (hoje Istambul) e a sua icónica Basílica de Santa Sofia, hoje convertida em mesquita. Era esta a capital do Império Bizantino.

Os judeus, em grande parte tolerados em outras partes do império, em diferentes graus, perderam a sua autonomia na Terra Santa, e foram proibidos de entrar em Jerusalém, excepto uma vez por ano, em Tisha B'Av, para lamentarem a destruição do seu Templo.


Constantino. Imperador romano (288-337 d.C.). Sob o seu governo, a fé cristã tornou-se a religião oficial do Império Romano.


No início do século V, a situação de relativa tolerância em todo o Império começou a mudar. Foram vedados aos judeus cargos civis ou militares, excepto o de cobrador de impostos (o que, se era um ganha-pão para os judeus, também lhes aumentava a impopularidade).  


Os judeus não podiam possuir escravos, e, apesar de serem autorizados a ter a sua religião, não podiam praticá-la abertamente. Foi proibida a construção de novas sinagogas, embora a evidência arqueológica em toda a Terra de Israel nos diga que esta proibição foi regularmente contornada.


Uma de muitas vídeo-aulas sobre o Império Bizantino, para quem não tem paciência para ler.

No século VI, o Imperador Justiniano reforçou o controle sobre os judeus, diminuindo ainda mais o seu estatuto na Sociedade. Os Samaritanos, adeptos da religião dos antigos Israelitas, também viviam na Terra Santa, e também foram perseguidos. Depois de uma tentativa de revolução, foram praticamente eliminados.

Após Justiniano, as restrições sobre os judeus diminuíram, e eles foram mais uma vez tolerados pela classe dominante.  


No século VII, os Muçulmanos começaram a conquista da Terra Santa, preparando o palco para as Cruzadas, a partir de 1095. Durante as Cruzadas, os judeus foram perseguidos, e muitas vezes forçados a escolher entre a conversão e a morte; muitos escolheram o suicídio.  

Os muçulmanos saíram vencedores no Cerco de Jerusalém, no ano 637. Esta vitória sobre os Bizantinos foi um dos episódios das Guerras Árabes-Bizantinas. Datam daqui as pretensões de soberania islâmica sobre Israel.

Imperadores posteriores do Império Bizantino, já em declínio, sancionaram oficialmente a perseguição aos judeus e o confisco dos seus pertences.

Mesmo durante este período tão difícil, a aprendizagem judaica e a escrita proliferaram. Durante os primeiros anos do domínio Bizantino, por exemplo, o calendário judaico foi organizado pelo sábio Hilel II - o mesmo calendário judaico hoje usado pelos judeus em todo o mundo - e o Talmude de
Jerusalém foi concluído.


Mesmo sob as mais adversas condições, os judeus nunca abdicam de estudar.

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