Ao comemorarmos o 70º aniversário dos julgamentos de Nuremberga, que levou diversos líderes nazis ao banco dos réus, devemos fazer algumas perguntas perturbadoras sobre aqueles que nunca foram julgados pela sua cumplicidade no pior genocídio do mundo.
Por: Alan M. Dershowitz, The Gatestone Institute
Teria sido impossível realizar o assassinato em massa de tantas pessoas sem a cumplicidade de muitos governos, grupos e indivíduos. Talvez haja demasiados culpados para que seja possível levá-los todos a julgamento, mas não é tarde demais para apontar os que foram moralmente responsáveis, pelo que fizeram e pelo que deixaram de fazer.
Sem dúvida que os indivíduos mais culpados foram os líderes nazis, que planearam directamente e levaram a cabo a solução final. O seu objectivo era o de reunir todos os judeus do mundo, a fim de matá-los e destruir o que eles consideravam como a "raça judaica". E estiveram muito perto de o conseguir, acabando com quase todos os judeus da Europa, num período relativamente curto de tempo. Mas esses líderes nazis tiveram a ajuda de muitos "carrascos voluntários", na Alemanha e nos países sob o seu controle.
Entre os piores culpados estiveram indivíduos lituanos, letões, húngaros, eslovacos, polacos, ucranianos e outros. Houve alguns heróis entre estes grupo e eles são justamente lembrados e homenageados. Mas o número de vilões ultrapassou em muito o número de heróis.
O povo Judeu e Israel têm uma dívida de gratidão eterna para com os "Justos entre as Nações" que salvaram judeus durante o Holocausto: Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido, José Brito Mendes e o Padre Joaquim Carreira são os quatro portugueses com esse título.
E houve os governos culpados, que colaboraram e ajudaram a facilitar as capturas e deportações. O governo francês deportou mais judeus do que os nazis exigiram. Outros governos, incluindo os da Noruega, Holanda e Hungria, também ajudaram os nazis a conseguir o seu objectivo genocida. A Bulgária e a Dinamarca, por outro lado, recusaram-se a cooperar com o genocídio nazi, e as suas pequenas populações judaicas foram salvas.
Há também os países que se recusaram a aceitar judeus que tivessem escapado aos nazis, e que não foram autorizados a entrar. Esses países incluem os Estados Unidos, o Canadá e muitos outros potenciais países de asilo, que fecharam as suas portas. Nos Estados Unidos e no Canadá também houve heróis que pressionaram os seus líderes a fazerem mais, mas, na maior parte dos casos, não lograram convencê-los.
Um entre muitos episódios de entrega dos judeus aos seus carrascos - A epopeia do Exodus אקסודוס 1947. O Exército britânico apoiou Alemanha nazi contra os judeus. 4500 sobreviventes do Holocausto que perderam tudo e tentaram chegar a Israel - foram recambiados para a Alemanha Nazi, para a morte!
Há setenta anos, um grupo de nazis proeminentes foram processados por crimes de guerra por parte dos aliados da Segunda Guerra Mundial nos Julgamentos de Nuremberga.
Da esquerda para a direita: Na primeira linha , Hermann Goering, Rudolf Hess, Joachim von Ribbentrop, Wilhelm Keitel, Ernest Kaltenbrunner. Na segunda linha, Karl Dönitz, Erich Raeder, Baldur von Schirach e Fritz Sauckel.
Muitos líderes árabes e muçulmanos também desempenharam papéis ignóbeis, aliados com os nazis e conduzindo os seus próprios pogroms contra os judeus locais. Nesse capítulo, o vilão mais conhecido foi o Grande Mufti de Jerusalém, que se encontrou com Hitler em Berlim e teve um papel decisivo no envio de judeus para a morte, e também por manter as portas da Palestina fechadas aos refugiados judeus.
Recentemente, o Primeiro-Ministro de Israel, em visita à Alemanha, realçou o papel do Mufti de Jerusalém no Holocausto. Um facto histórico. Os islamonazis, cinicamente, aproveitaram logo para dizer que Netanyahu estava a "defender" Hitler!:
Hitler e o Grande Mufti de Jerusalém (COM VÍDEOS)
Poderia ter sido feito mais pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos para acabar com o genocídio? Eles poderiam ter bombardeado as linhas ferroviárias para Auschwitz e outros campos de extermínio? Estas são perguntas complexas, que são feitas, mas não satisfatoriamente respondidas desde 1945.
Houve também as acções daqueles que perdoaram e comutaram as sentenças de nazis condenados em Nuremberga, e aqueles que ajudaram os nazis a escapar à Justiça, após a guerra. Essa lista também é longa e perturbadora.
Os Julgamentos de Nuremberga, ao focarem-se nos líderes nazis e seus cúmplices directos, absolveram implicitamente aqueles que desempenharam papéis importantes, mas menos directos, quer em acções, quer em omissões. Pela sua natureza, os Tribunais são limitados no que podem fazer para levar à Justiça um grande número de indivíduos que pertencem a um amplo continuum de culpa legal e moral. Mas os historiadores, os filósofos, os juristas e os cidadãos comuns, não são tão limitados.
Há 70 anos foram os judeus o alvo de genocídio. Hoje os maiores alvos a nível global são os cristãos. A indiferença cúmplice dos políticos e dos media é a mesma. O Holocausto dos Cristãos prossegue diariamente e ninguém liga! A TV não mostra, os jornais não falam, a malta quer é bola, novelas e reality-shows.
Podemos apontar o dedo a todos os que merecem ser considerados culpados, tenham ou não sido levados a julgamento em Nuremberga, ou sido alvo de processo judicial subsequente.
Nunca haverá justiça perfeita para aqueles que ajudaram a realizar o Holocausto. A maioria dos culpados escapou da acusação, viveu uma vida feliz e morreu nas suas camas, cercado pelo amor dos membros da família.
A Alemanha Ocidental prosperou como resultado do Plano Marshall, e muitos industriais alemães, que tinham beneficiado do trabalho escravo, continuaram a beneficiar, como resultado das necessidades da Guerra Fria. A balança da Justiça permaneceu em desequilíbrio.
Talvez isso ajude a explicar porque é que mais de 6 milhões de pessoas foram assassinadas em genocídios evitáveis - no Cambodja, Ruanda, Darfur e em outros lugares - desde que o mundo se comprometeu a que "Nunca mais".
Há, é claro, o risco de que, culpando todos, não culpemos ninguém. É importante estabelecer o grau de responsabilidade daqueles que desempenharam papéis muito diferentes no Holocausto. Esta é uma tarefa difícil, mas deve ser realizada, se quisermos evitar genocídios futuros.
O autor é um prestigiado advogado de defesa, autor de best-sellers e professor da Harvard Law School.
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O perigo regressou: em Auschwitz, o ex Rabino Chefe de Israel diz à juventude judaica para voltar para casa!
O Rabino Yisrael Meir Lau, discursando na Marcha da Vida, em Auschwitz, Polónia, exortou a juventude judaica a não deixar a sua herança. "Agora, os judeus podem voltar para casa, para Israel", frisou.
Sobrevivente e órfão do Holocausto, libertado com a idade de 8 anos, o rabino Yisrael Meir Lau - rabino chefe de Tel Aviv, ex-rabino chefe ashkenazi do Estado de Israel e presidente do Conselho do Yad Vashem - exortou a juventude judaica a permanecer conectada à sua bela herança.
O Rabino Lau disse aos mais de 10.000 jovens participantes para lembrarem as últimas palavras das vítimas do Holocausto: "Lembra-te de que és um judeu!".
O anti-semitismo ainda vive aqui, mas hoje os judeus têm o privilégio de poder voltar para casa, para Israel, disse ele, citando fontes bíblicas relacionadas com o retorno dos judeus à Terra de Israel.
Marcha dos Vivos, Auschwitz, 2016 - El Male Rachamim, interpretada por Shai Abramson.
Unidos pelo Bem - judeus, cristãos, ateus, gente!, somos todos GENTE!
Muito bom! Depois ficam espantados quando aparecem liders a dizer a verdade e a ganhar peso na cena política.
ResponderEliminarÉ verdade, a ignorância e a propaganda já substituem os factos. Se nós dissermos que está a decorrer outro Holocausto (desta vez o dos Cristãos), riem-se de nós. Mesmo com filmagens...
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