A extrema-esquerda e a sua sanha anti-semita não conhecem limites. (Re)leia:
Agora é o desastroso regime comunista venezuelano (grande admirador de infernos totalitários como o Irão ou a Coreia do Norte) que volta à carga com as suas acusações tresloucadas.
- Por Diego Arria, ex-Embaixador da Venezuela na ONU
"O que é que Israel pretende fazer com os 'palestinos'?", perguntou o embaixador venezuelano na ONU, Rafael Ramirez. Foi, é claro, uma pergunta retórica.
Falando numa sessão informal do Conselho de Segurança, este mês, o representante de um regime despótico, corrupto e militarizado - que faliu a Venezuela, sequestrou o sistema judicial para poder atirar livremente os dissidentes políticos para a cadeia, e conta com o Irão e a Síria entre os seus aliados mais próximos - despejou a sua rectórica anti-semita sobre o Estado de Israel.
Ramirez perguntou categoricamente se Israel estava "tentar impor uma 'solução final' sobre os 'palestinos' na 'Cisjordânia'".
Ao fazer esta comparação obscena entre Israel e os Nazis, o delegado da Venezuela proferiu o libelo de sangue final - acusou os sobreviventes do Holocausto de se terem transformado nos mesmos monstros que exterminaram 6 milhões de judeus e milhões de outras pessoas. Até mesmo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, rejeitou publicamente uma comparação tão repugnante, assim como outros Estados membros da ONU, incluindo França, Reino Unido e Estados Unidos.
(Ramirez, depois, desculpou-se em particular com o embaixador de Israel na ONU, mas ainda tem de fazê-lo em público.)
As observações da Venezuela, é claro, foram feitas apenas para dar mais combustível ao ódio. Ramirez nunca teve qualquer intenção de abordar o assunto da reunião: a protecção dos civis afectados pelo conflito em curso entre os 'palestinos' e Israel.
Pior ainda, sem dúvida, é o facto de que os comentários foram feitos sob os auspícios de um processo que se destina a aumentar o diálogo e a compreensão, em vez de aumentar o ódio e polarização.
Eu sei porque fui eu que lancei este processo - e honra-me que lhe tenha sido oficialmente dado o meu nome. A sua finalidade é permitir que os membros do Conselho de Segurança discutam informalmente questões de importância crítica para a paz e segurança internacionais.
Desde que foi introduzido em 1992, no meio da guerra genocida na Bósnia, num momento em que eu servia como Embaixador da Venezuela na ONU, a Fórmula Arria tornou-se uma ferramenta útil nos trabalhos do Conselho de Segurança.
Nem uma vez tinha sido usada para promover o ódio racial e o anti-semitismo - até à intervenção de Ramirez.
A sua diatribe foi uma continuação da política do falecido ditador venezuelano Hugo Chávez, que expulsou o embaixador israelita em Caracas durante a guerra de Gaza de 2009, durante uma transmissão pública nacional, e vomitou estas palavras de ódio: "Do fundo da minha alma, eu amaldiçoo-te, Israel. Tu és um Estado criminoso e terrorista que estás a exterminar abertamente os 'palestinos'".
Estejamos em alerta máximo: Todas as instituições venezuelanas, do Supremo Tribunal ao Conselho Nacional Eleitoral, foram sequestradas pelo regime do sucessor de Chávez, Nicolas Maduro, a fim de dar ao seu ataque em curso sobre os Direitos Humanos a aparência de legitimidade democrática.
O bode expiatório de Israel destina-se a distrair os venezuelanos e o mundo dos crimes do regime de Maduro.
A Venezuela foi um dos primeiros países a reconhecer Israel, e nós tivemos a sorte de enriquecer o nosso país com o talento e o trabalho de milhares de judeus de todo o mundo.
Enquanto fui embaixador da Venezuela na ONU, o meu país esteve entre os primeiros Estados a patrocinar uma medida para revogar a resolução infame da Assembleia Geral da ONU, de 1975, que equiparava o sionismo com o racismo. Vinte e cinco anos mais tarde, o meu sucessor comporta-se como se essa resolução ainda estivesse em vigor.
Em vez de envergonhar o nosso povo com o seu comportamento lamentável, o regime de Maduro deveria estar mais preocupado com a magnitude da crise sem precedentes da Venezuela.
A inflação galopante, a mais alta do Mundo, destruiu os salários dos trabalhadores. O crime violento está fora de controle. O sistema de Saúde está num estado deplorável.
Há apagões e grave escassez de alimentos e medicamentos. As pessoas, compreensivelmente, estão a protestar nas ruas. E o regime de Maduro está a explorar a situação de emergência que criou, de maneira perigosamente autoritária.
O regime castrou o poder da Assembleia Nacional para legislar. Maduro fez passar um decreto que permite que ele e as Forças Armadas tenham controle total sobre o país, para poder governar sem qualquer tipo de restrições, bem como limitar os direitos constitucionais e garantias fundamentais das pessoas.
Em suma, ele criou a sua própria Constituição pessoal e ditatorial.
O regime também deveria preocupar-se com os processos judiciais que decorrem num Tribunal de Nova Iorque, sobre dois membros da família presidencial venezuelana que enfrentam acusações de tráfico de narcóticos.
Esses processos são certamente os primeiros de muitos.
O regime deveria concentrar-se na sua longa série de abusos contra o povo venezuelano e menos sobre os crimes horríveis que imagina que Israel está ansioso para cometer.
Arria foi representante permanente da Venezuela junto da Organização das Nações Unidas, de 1991 a 1993.
A UN Watch é um grupo independente de direitos humanos fundado em 1993 em Genebra, Suíça, sem receber apoio financeiro de nenhuma organização ou governo. Contamos com a generosidade de doações de caridade. Obrigado pelo seu apoio.
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