domingo, 7 de junho de 2015

UMA CARTA ABERTA AO MUNDO



UMA CARTA ABERTA AO MUNDO - Meir Kahane
- Como consta do Catholic American Thinker


Caro Mundo,

Eu entendo que estejas aborrecido connosco aqui em Israel.
Na verdade, parece que estás mesmo muito aborrecido, até com raiva.

A cada poucos anos pareces ficar mais aborrecido connosco. Hoje, é a "brutal repressão aos palestinos"; ontem foi o Líbano; antes disso foi o bombardeamento do reactor nuclear em Bagdad e a Guerra do Yom Kippur e a campanha do Sinai. Parece que os judeus que triunfam - e que, portanto, vivem - te incomodam ainda mais.

Claro, querido Mundo, muito antes de existir um Israel, nós - o povo judeu - já te aborrecíamos.

Nós aborrecíamos um povo alemão que elegeu Hitler e aborrecíamos um povo austríaco que aplaudiu a sua entrada em Viena, e aborrecíamos uma porção de nações eslavas - polacos, eslovacos, lituanos, ucranianos, russos, húngaros e romenos. E se formos procurar mais para trás, verificamos que temos um longo, longo caminho na História, a aborrecer o Mundo.

Nós aborrecíamos os cossacos de Chmielnicki, que massacraram dezenas de milhar de nós em 1648-49; aborrecíamos os Cruzados, que, no seu caminho para libertar a Terra Santa, estavam tão aborrecidos com os judeus que nos assassinaram em incontáveis ​​números.

Durante séculos, aborrecíamos a Igreja Católica Romana, que fez o seu melhor para definir o nosso relacionamento por meio da Inquisição, e aborrecíamos o arqui-inimigo da Igreja, Martinho Lutero, que, na sua conclamação para incendiar as sinagogas e os judeus dentro delas, demonstrou um admirável espírito ecuménico cristão.

E foi porque ficámos tão aborrecidos por te aborreceremos, querido Mundo, que decidimos deixar-te - por assim dizer - e estabelecer um Estado judeu. O raciocínio era que, vivendo em contacto próximo contigo, como estrangeiros-residentes nos vários países que te compõem, nós te aborrecíamos, te irritávamos e te incomodávamos. Que melhor decisão, então, do que deixar-te (ainda que gostando de ti) - apesar de não gostares de nós? E decidimos voltar para casa - a mesma casa, a mesma terra, de onde fomos expulsos há 1900 anos antes por um mundo Romano que, aparentemente, nós também aborrecíamos.

Infelizmente, querido Mundo, parece que é difícil agradar-te.

Tendo-te abandonado, mais os teus pogroms e inquisições e cruzadas e holocaustos, tendo-nos afastado do Mundo em geral para vivermos em paz no nosso pequeno Estado, continuamos a aborrecer-te. Estás aborrecido porque reprimimos os pobres palestinos. Estás profundamente irado pelo facto de que nós não desistimos dos territórios de 1967, que obviamente são o obstáculo à paz no Médio Oriente.

Moscovo está aborrecido e Washington está aborrecido. Os árabes "radicais" estão perturbados, e os gentis moderados egípcios estão chateados.

Bem, querido Mundo, analisa a reacção de um judeu comum de Israel.

Em 1920 e 1921 e 1929, não havia territórios de 1967 para impedirem a paz entre judeus e árabes. Na verdade, não havia nenhum Estado Judeu para incomodar ninguém. No entanto, os mesmos palestinos oprimidos e reprimidos esquartejaram dezenas de judeus em Jerusalém, Jaffa, Safed e Hebron. Na verdade, 67 judeus foram massacrados num único dia, em Hebron em 1929.

Querido Mundo, porque é que os árabes - os palestinos - massacraram 67 judeus num único dia em 1929? Poderia ter sido a sua raiva por causa da agressão israelita em 1967? E porque é que 510 judeus, homens, mulheres e crianças, foram assassinados nas rebeliões árabes entre 1936-39? Foi porque os árabes ficaram chateados depois de 1967?

E quando tu, querido Mundo, propuseste um Plano de Partilha na ONU em 1947, que teria criado um "Estado Palestino" ao lado de um minúsculo Israel e os árabes gritaram "NÃO" e foram para a guerra e mataram 6.000 judeus - era porque estavam "perturbados" por causa da agressão de 1967? E, por falar nisso, querido Mundo, porque é que não ouvimos o teu grito "perturbado" nessa altura?

Os pobres palestinos que hoje matam judeus com explosivos, bombas incendiárias e pedras, são as mesmas pessoas que, quando  tinham todos os territórios que agora exigem para o seu Estado, tentaram atirar o Estado judeu para o mar.
As mesmas caras retorcidas, o mesmo ódio, o mesmo grito de "itbach-al-yahud" (Massacra o judeu!) que vemos e ouvimos actualmente, eram vistos e ouvidos naquela época. As mesmas pessoas, o mesmo sonho - destruir Israel. O que eles não conseguiram fazer no passado, sonham fazer hoje, mas não devemos "reprimi-los".

Querido Mundo, ficaste quieto durante o Holocausto e assististe de camarote, quando, em 1948, 7 Estados deflagraram uma guerra que a Liga Árabe orgulhosamente comparou aos massacres mongóis.

Assististe de camarote em 1967, quando Nasser, barbaramente aclamado por uma turba selvagem em todas as capitais árabes do mundo, jurou atirar os judeus ao mar. E nada farias se amanhã Israel enfrentasse a extinção. E, como sabemos que os árabes-palestinos sonham diariamente com a nossa extinção, faremos todo o possível para permanecermos vivos na nossa própria terra. Se isso te aborrece, querido Mundo, pensa em quantas vezes no passado nos aborreceste.

Em qualquer caso, querido Mundo, se te sentes incomodado connosco, eis aqui um judeu em Israel que não se poderia importar menos.

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