Ora o que temos aqui?... Levi's? Calças de ganga? Mas o que tem isso a ver com este blogue? Para já, um anúncio da marca, com música dos Clash, que são dos nossos preferidos:
A HISTÓRIA
A marca Levi's é uma criação judaica, sabia? O senhor Levi Strauss, judeu nascido em território sob administração germânica, mudou-se para os Estados Unidos e naturalizou-se americano em 1853. Montou um negócio de fabrico e comercialização de roupa. A alfaiataria é uma profissão com longa tradição judaica.
O senhor Jacob Davis, judeu nascido na Lituânia e emigrado para os Estados Unidos em 1854, com 23 anos, comprava lotes de roupa ao senhor Strauss para revender. Para aumentar a resistência das peças de vestuário, teve a ideia de lhes reforçar as costuras e incorporar rebites de metal.
Levi Strauss e Jacob Davis
Davis levou a ideia a Strauss, que tinha o dinheiro necessário para o projecto, e assim nasceu a marca Levi's, que se tornou parte do uniforme de milhentas sub-culturas e um ícone do século XX. E agora vamos fazer uma pausa para publicidade. Veja, que vale a pena:
AS ESTÓRIAS
A roupa Levi's, a marca das marcas em matéria de jeans, foi uma revolução dentro da revolução, em Portugal, a seguir ao 25 de Abril de 1974. Havia muito Lois, algum Wrangler, um ocasional Lee, mas Levi's era, e é, ainda hoje, com a concorrência multiplicada em centenas, o original e o melhor!
Enquanto a Levi's era em Portugal um símbolo de Liberdade, no Mundo Comunista era considerada um símbolo demoníaco do Capitalismo Ocidental, juntamente com outros bens de consumo banais no Mundo Livre.
Há quem afirme que a Levi's matou o Comunismo. Concordo e posso testemunhar.
Mesmo em Portugal, a Esquerda mais radical via a Levi's e outras marcas com maus olhos. Por ser um produto norte-americano e por ser uma roupa de trabalho usada pela "burguesia", o que equivalia a uma dessacralização do fato-macaco, veste sacerdotal da religião esquerdista.
Quem viajou pela Polónia ou pela Hungria na época em que a Cortina de Ferro já tinha começado a rasgar-se, sabe bem da "fome" que aquela gente tinha por calças Levi's, discos de rock'n'roll e outras coisas igualmente tóxicas!
No mundo islâmico, tais artigos eram queimados em grandes piras, e quem os possuía era considerado doente mental e delinquente. Levava uma rabecada das antigas e um valente corte de cabelo, para não andar por aí armado em Beatle!
Nos
anos 80, já não se morria no Mundo Comunista por andar de calças de
ganga. Custavam mais do que um vencimento mensal, mas havia quem
passasse fome para as ter. Nos dias de hoje, vestir umas calças de ganga na Coreia do Norte é um passo tão arriscado como usar a bandeira nacional para limpar o rabo. O dilema do Comunismo é que o Partido decide que o povo deve usar calças
de poliéster, mas o povo arrisca a vida para ter umas calças de algodão
Levi's!
Mas engraçado, engraçado, é ver os nazis do pós-guerra com as suas indispensáveis calças Levi's! Se há tribo fashion-conscious, os nazis levam a palma. Como já não têm um Albert Speer para lhes desenhar umas roupitas catitas, lançam mão do que há de mais estiloso: Levi's!!!
Jovens nazis ingleses, 1980. Podem não ter juízo na cabecinha, mas estilo, têm!
OS LEVITAS
Os levitas não são os fãs da Levi's. O apelido Levi diz respeito aos descendentes da tribo de Levi, um dos filhos de Jacob, a quem Deus mudou o nome para Israel. Os levitas eram a única das 12 Tribos de Israel devotada ao sacerdócio.
Curiosamente, os fãs costumam dizer que a Levi's é uma religião.
'Levitas Transportando a Arca da Aliança', James Tissot (1836-1912)
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