Keffiyehs ao alto pelo cão Excalibur!

Nuria Gago, com os olhos arregalados - uma de muitas celebridades espanholas contra o abate de Excalibur

Não me interpretem mal. Eu sou um amigo dos animais. Não vou enumerar o que faço e o que não faço pelo bem-estar dos bichinhos (não os como, nomeadamente!), sejam eles silvestres, de trabalho ou de companhia. Também não tenho qualquer formação em Imunologia ou em Veterinária, para afirmar que era ou que não era necessário abater o cão Excalibur, o da enfermeira espanhola Teresa Romero, contaminada com ébola.

O que me impressionou foi o contraste entre a mobilização pró-Excalibur e a indiferença em relação a outros animais. Já para não citar a indiferença desta mesma gente quando se trata de pessoas...

No site espanhol do Huffington Post, eloquentes 90,9% de leitores são contra o abate do cão. Nas ruas de Espanha, um inacreditável espectáculo de histeria colectiva, levado a cabo pelos do costume.

O que torna tão selectiva a indignação desta gente é a religião e a civilização de quem abate os animais - mesmo que nós os abatamos sem dor e para evitar uma epidemia de ébola, e eles os abatam por diversão, com crueldade inimaginável em nome da respectiva divindade de sangue. Para saber de que falo, leia ou releia:

Ana Vegana Canibal - De Como Uma Vegana Também Vai Matar o Bicho!

Nesta massa de gente que grita, chora e se roja no chão, é fácil encontrar os famosos keffiyeh, aqueles lencinhos popularizados pelo ultra-terrorista Yasser Arafat, que costuma ter a inscrição "Judeus, estamos a chegar!".