Acalenta-me o coração ver a nação de Israel unida - disse David Lau, o rabino-chefe asquenazita de Israel, expressando alegria e emoção, quando dezenas de milhar de judeus de todo o mundo se reuniram para a cerimónia tradicional conhecida como Bircat Cohanim, no Muro das Lamentações, que ocorre duas vezes por ano, durante a Páscoa e a festa do Sucot.
A 'arma secreta' da nação judaica é a unidade. Sem ele, a nação judaica está em perigo - tanto física como espiritualmente. Com ela, os judeus continuarão a sobreviver - contra todas as expectativas, se atendermos à invulgar soma dificuldades que este povo enfrenta há quatro milénios
Hoje
é
Simchat Torá (“Júbilo com a Torá”). Os judeus encerram a Festa das Tendas (Sucot) e reiniciam o
ciclo de leitura e estudo da Torá. É uma ocasião de muita
alegria. Toda a gente participa. Há festa nas ruas de Jerusalém. Há procissões e muita dança.
Os leitores que, como nós, foram educados na tradição judaico-cristã, talvez se recordem da passagem do Antigo Testamento em que o Rei David acompanhava o regresso da Arca da Aliança a Jerusalém, dançando, saltando, divertindo-se no meio do povo (ver capítulo seis do segundo livro de Samuel). A sua esposa, Mical, Rainha e filha do Rei Saul, achou mal que ele se prestasse a tal espectáculo.
O Rei (um homem do povo, ex-pastor), respondeu-lhe que não dançava diante dos homens, mas diante de Deus. É esse sentimento que une os judeus nesta ocasião. Todos são iguais perante Deus. E todos dançam.
Os chamados intelectuais continuam a mencionar a tradição judaico-cristã como sinónimo de repressão dos sentimentos, contenção contra-natura, etc.. Mais uma bizarria deste nosso mundo. Certas culturas que proíbem a música, a dança, a arte, o humor, a alegria de viver, são apontadas pelos mesmos intelectuais como paradigma de tudo aquilo... que não são.
Um dia hão-se perceber. Esperemos...
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