sexta-feira, 13 de novembro de 2015

História de Israel - O Segundo Templo



O Segundo Templo

O grande e poderoso Império Babilónico conheceu um fim abrupto no século VI A.E.C. (antes da Era Cristã). De má memória na História Judaica, por ter destruído o Primeiro Templo e exilado os judeus da sua terra natal, o Reino da Babilónia foi usurpado por Ciro, o Grande, da Pérsia.

 
Ciro o Grande, da Pérsia (República Islâmica do Irão desde 1979)


Em 539 A.E.C., Ciro convidou os judeus a retornarem do seu exílio, de volta à sua terra natal, e encorajou-os mesmo a reconstruirem o Templo. Os historiadores geralmente concordam que os motivos de Ciro não eram altruístas; ele desejava a renda que lhe adviria de uma Jerusalém reconstruída  e de um novo Templo. No entanto, os judeus receberam a sua proclamação com alegria e retornaram em massa, sob a liderança de Zorobabel e dos profetas Esdras e Neemias.Zorobabel, descendente de um dos últimos Reis de Judá, foi nomeado Governador dos Judeus em Israel. Os Persas proibiram a reinstituição da monarquia; no entanto, os governantes permitiram aos judeus uma autonomia significativa. A descrição do regresso dos judeus e da subsequente reconstrução do Templo é descrita em detalhe nos Livros de Esdras, Neemias, e Ageu. (Livros da Bíblia, para quem não saiba).
 


Maqueta da cidade e do Segundo Templo, em Jerusalém.


A construção do Templo começou em 535 A.E.C., e continuou por cerca de vinte anos. Após a morte de Ciro, os judeus foram forçados a fazer um hiato na construção, por ordem do seu sucessor, mas o imperador seguinte, Dário, permitiu que a construção continuasse.




O Império Persa foi dos maiores e mais poderosos do Mundo Antigo

O Templo foi dedicado no ano 515 A.E.C., e durou até 70 E.C., ainda que lhe faltassem componentes cruciais que tinham sido saqueados pelos Babilónios. Os Imperadores persas devolveram muitos dos belos vasos de ouro, mas os itens mais significativos, como a Arca da Aliança e as tábuas dos Dez Mandamentos não foram devolvidos. Após a sua dedicação, a adoração no Templo continuou como durante a era Salomónica, com a reinstituição de sacrifícios de animais, e as peregrinações durante as festas.


Modelo da Arca da Aliança


O fervor religioso atingiu o auge durante o período do Segundo Templo. Ezra, temendo que a identidade judaica se perdesse, proibiu o casamento entre judeus e não-judeus. Também estabeleceu a Grande Assembleia, cujos membros instituíram o Shemonah Esre (a mais importante das orações diárias), estabeleceu o feriado de Purim, e canonizou os 24 livros da Bíblia judaica


Shemonah Esre, hoje.


O Messianismo, que começou a despontar após a destruição do Primeiro Templo, ganhou força. Uma obra apócrifa escrita durante este tempo (o Livro de Enoque) fala sobre um homem, um descendente de David, que traria a paz no "Fim dos Dias."
 
O zelo messiânico judaico nessa época atingiu um crescendo durante as revoltas dos Judeus contra os Romanos no final do Período do Segundo Templo, especificamente na pessoa de Bar Kokhba, que o Rabino Akiva afirmou ser o Messias. Quando Bar Kokhba  foi morto e a rebelião final esmagada, em 135 E.C. (depois da destruição do Templo), esmoreceu o entusiasmo messiânico do povo judeu.O Império Persa caiu nas mãos de Alexandre, o Grande, em 330 E.C., aproximadamente. Os Gregos tentaram erradicar a religião e a cultura  judaica, e o seu programa para o povo judeu era de que este tomasse os valores e modo de vida gregos. Os Gregos proibiram o estudo da Torá e não permitiram que os Judeus praticassem a Halakhah (Lei Judaica).
 

Início do século XX - Mulheres orando no Muro das Lamentações, o que restou da destruição do Segundo Templo. A presença dos judeus - o povo nativo de Israel - na sua Terra, tem sido ininterrupta desde o início dos tempos.


Os Gregos entraram no Templo Sagrado e profanaram-no, mas os Judeus, liderados pelos Macabeus, revoltaram-se e recuperaram o controle do seu Templo e sua autonomia. O Império Grego,  desintegrou-se com a conquista Romana. 

Em 37 A.E.C., Herodes, o Grande, o governador Romano, remodelou o Templo para o tornar ainda mais esplêndido. Embora alguns se refiram a este edifício reconstruído como "Templo de Herodes", na tradição judaica considera-se o mesmo templo, porque a adoração continuou inabalável durante a reconstrução.

Os Romanos não concederam qualquer autonomia ao povo judeu, o que levou a uma série de revoltas judaicas, que culminaram na destruição do Templo em 70 E.C..

Embora as revoltas tivessem continuado após a destruição, no ano 135 E.C., após a derrota de Bar Kokhba, Jerusalém foi arrasada, os judeus exilados, e a Terra Santa renomeada Aelia Capitolina.

A violenta acção dos Romanos, no entanto, não extinguiu a presença judaica em Israel. No norte do país, especificamente em Tibérias, mantiveram-se centros de aprendizado judaico e estudo da Torá, até que, ao longo do tempo, os exilados voltaram, as sinagogas foram reconstruídas, e a vida judaica floresceu mais uma vez na Terra Santa.

Israel é a Pátria Eterna do Povo Judeu


 

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