História e Genética: Um Espanhol ou Português em cada cinco tem origens judaicas
O estudo do património genético do povo judeu é muito interessante. Um estudo genético revela que o número de judeus convertidos à força durante a Inquisição, seria muito maior do que o esperado. Aumentando assim o número de Portugueses e Espanhóis de origem Judaica.
Tal como acontece com as populações não-judaicas, diferentes grupos da diáspora judaica têm nos seus genes traços específicos da sua jornada. A "vantagem" para a Genética é que os judeus fazem parte dos grupos cujos hábitos socio-culturais são mais individualizadas, com um número menor de casamentos "mistos" que outras populações.
As técnicas genéticas modernas permitem comparar genomas muito finamente e obter informações mais ou menos significativas sobre as suas "semelhanças".
História judaica confirmada pela genética
Doron Behar, do Laboratório de Medicina Molecular, em Haifa, em Israel, e outros membros da equipa, foram capazes de comparar os genomas de 14 comunidades judaicas diferentes, primeiro entre si, e, em seguida, com os genomas de 69 populações não-judaicas de África, Médio Oriente, Europa e Ásia.
Foram estudadas as comunidades judaicas Ashkenazi do Cáucaso (Azerbaijão, Geórgia), do Médio Oriente (Irão, Iraque); do lado Sefardita, as da Bulgária e Turquia, e a maioria das comunidades judaicas de Marrocos; e as da Etiópia e Índia.
A primeira conclusão deste estudo confirma o que os outros estudos têm mostrado: as comunidades judaicas são geneticamente mais próximas entre si do que das outras populações não-judaicas. Com a excepção da Etiópia e Índia, onde uma maior mistura parece ter ocorrido.
"Esta pesquisa é realmente muito séria e muito interessante", diz Axel Kahn, um biólogo e geneticista, presidente da Universidade Paris-Descartes. "Ela permite confrontar, tanto quanto possível, o mito e a realidade."
A partir destes resultados, a diáspora judaica, ou seja, a dispersão a partir do Médio Oriente, teria começado há 2.500 anos.
Um Espanhol ou Português em cinco tem origens judaicas
Outro estudo, que emana também da Universidade de Nova Iorque, dedica-se a ler a História recente da Diáspora Judaica através dos genes. Os pesquisadores tentaram encontrar correspondências, através de diferenças genéticas, com os eventos que ocorreram na Europa durante os últimos dois milénios.
E foram capazes de identificar, em algumas comunidades sefarditas, uma "componente" genética, que, de acordo com seus cálculos, data da época em que a Espanha foi ocupada pelos Mouros da África do Norte, em 711, até 1492, data da expulsão dos judeus da Espanha pelos "reis católicos".
O estudo também mostra que essas comunidades judaicas têm antepassados comuns que viviam no Médio Oriente antes de migrarem para a Europa e Ásia. Ainda assim, hoje em dia, as populações não-judaicas cujo genoma tem mais em comum com as comunidades judaicas são aquelas que vivem no Médio Oriente.
Um outro estudo indica que, nos mais de 55 milhões de habitantes de Espanha e Portugal, existem mais de 10 milhões de pessoas que têm certamente origens judaicas. Este valor é baseado num estudo do DNA dos habitantes do sexo masculino da Península Ibérica. Esta elevada percentagem indica um alto nível de conversões forçadas no momento da reconquista do sul da Espanha pelos cristãos em 1470, e nos tempos da Inquisição.
O estudo é baseado na análise de cromossomas Y, e foi conduzido por uma equipa de pesquisadores e biólogos prestigiados, incluindo Mark A. Jobling, da Universidade de Leicester, Inglaterra, Francesc Calafell da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, Lluis Quintana-Murci do Instituto Pasteur, Karl Skorecki do Laboratório de Medicina Molecular Rambam, em Haifa, e muitos outros (ver lista abaixo).
O médico judeu português Garcia de Orta faleceu em Goa em 1568 sem nunca ter tido directamente problemas com a Inquisição, apesar desta ter estabelecido um tribunal na Índia em 1565. Contudo, logo após a morte de Orta, a Inquisição iniciou uma feroz perseguição à sua família. A sua irmã, Catarina, foi condenada por judaísmo e queimada viva num auto-de-fé em Goa, em 1569. Esta perseguição culminou em 1580 com a exumação da Sé de Goa dos restos mortais do médico e a sua condenação à fogueira por judaísmo.
Os biólogos identificaram uma característica distintiva no cromossoma Y dos homens sefarditas, estudando comunidades judaicas sefarditas localizadas em lugares para onde os judeus migraram depois de expulsos da Espanha entre 1492 e 1496.
Eles também caracterizaram os cromossomas Y de árabes e berberes dos exércitos que invadiram a Espanha em 711 AD a partir de dados colectados entre as populações instaladas em Marrocos e no Sara Ocidental. (...)
A Península Ibérica oferece uma área para a avaliação do impacto demográfico destes eventos, uma vez que a complexidade da sua História envolveu uma residência de longa duração de duas populações muito diferentes, com origens geográficas distintas e as suas próprias especificidades culturais e características religiosas: muçulmanos do Norte da África e judeus sefarditas.
Para resolver este problema, foram analisados os haplótipos do cromossoma Y em 1140 homens da Península Ibérica e as Ilhas Baleares. Misturas à base de haplótipos binários e Y-STR indicam alta proporção média de ascendência do Norte da África (10,6%) e sefardita judeu (19,8%).
Apesar de outras possíveis fontes de linhas atribuídas a uma origem judaica sefardita, essas proporções atestam um alto nível de conversão religiosa (voluntária ou forçada) devida a episódios históricos sociais e religiosos de intolerância, que levaram à integração dos descendentes.
Jorge Sampaio, Presidente da República de Portugal entre 1996 e 2006, um de muitos portugueses com origens judaicas
De acordo com a História, a análise e partilha da diversidade de haplótipos dentro de haplogrupos sugere que a componente judaica sefardita é a mais antiga.
A distribuição geográfica da ascendência Norte-Africana na Península não reflecte a colonização inicial e subsequente retirada, e parece resultar de futuros movimentos populacionais forçados, mais acentuada em algumas regiões do que em outras, mais os efeitos da deriva genética.
Este estudo permite deduzir que 20% dos judeus foram convertidos à força. Mas vale lembrar que um grande número de judeus foram deportados até 1492, ou morreram sob tortura e nas fogueiras da Inquisição.
Assim, a ideia de retorno a Sião era uma exigência mais que justificada, nessa época em que teve lugar o primeiro Holocausto.
Espanha foi rápida a desculpar-se e ainda com uma rapidez a esquecer-se, mas os espanhóis continuam entre os mais anti-semitas da Europa. Por isso é bom lembrá-los de que nos seus genes estão 20% de origem judaica.
© Moshé Anielewicz para Europe Israël News
Lista de pesquisadores que participaram neste estudo. Podemos aqui encontrar especialistas em genética e em Medicina Molecular de Inglaterra, França, Espanha, Portugal e Israel. O Instituto Pasteur, o Technion, a Universidade de Leicester participaram no estudo. Tudo isto confirma a seriedade e a veracidade dos resultados.
"Ah, mas eu não sou antissemita (porque os árabes também são semitas, e esses sim, são bonzinhos)! Eu sou é anti-sionista (ou seja, não admito que Israel e os judeus tenham o direito de existir)"! Então está em boa companhia.
Em Espanha canta-se em festivais de música 6 MILHÕES MAIS, PARA AS CÂMARAS DE GÁS. Em Portugal, uma em cada 5 pessoas é anti-semita assumida. A maior parte dessas pessoas nunca viu um judeu nem sabe ao certo o que é.
E não deixa de ser engraçado e triste, quando vemos nazis e neo-nazis portugueses com apelidos tão judaicos como Machado, Horta, Preto, Ribeiro, etc., a defenderem a "pureza da 'raça ariana'". Se fizessem um teste de ADN, muitos verificariam que são descendentes de judeus - caso não consigam ver no espelho as suas feições semíticas. Já aconteceu a alguns neo-nazis (e curiosamente, nenhum foi coerente com a sua ideologia; nenhum se suicidou!).
No Brasil, que tem milhões de descendentes de judeus, alguns neo-nazis têm alcunhas tão sugestivas como "Cacau", em alusão à cor da pele tão tipicamente "ariana" :-)
Algumas pessoas infelizmente ainda não perceberam que somos todos seres humanos, independentemente da cor da pele, da etnia, da religião, da nacionalidade, de outras características que não fazem de nós melhores nem piores. O carácter, sim, isso diferencia as pessoas. E já agora: os judeus não são uma "raça", porque qualquer pessoa se pode tornar judeu.
Para os neo-nazis, temos más notícias - somos mesmo dos povos mais miscigenados do Mundo; a Ciência comprova-o:
Mas não desesperem, neo-nazis! Ainda vos resta o hooliganismo para aliviarem os maus fígados!
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