Eu jurei nunca me calar, sempre e onde quer que haja seres humanos sujeitos a sofrimento e humilhação. Devemos sempre tomar partido. A neutralidade joga a favor do opressor, nunca da vítima. O silêncio encoraja o atormentador, nunca o atormentado!
- Elie Wiesel
O United States Holocaust Memorial Museum (Museu da Memória do Holocausto dos Estados Unidos), lamenta profundamente o falecimento de Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto, laureado com o Nobel, e líder internacional do movimento de preservação da memória do Holocausto.
No rescaldo do Holocausto, num momento em que o mundo não suportava lembrar, ele não suportou esquecer.
Esta canção, triste mas muito bonita, dedica-mo-la a Elie Weisel:
Através da sua singular liderança moral, inteligência e eloquência, ele deu voz àqueles que tinham sido silenciados para sempre, e dedicou a sua vida a cumprir a promessa de "nunca mais", para todas as futuras vítimas de genocídio. O Comité Nobel descreveu-o como um "mensageiro para a Humanidade".
Ele foi um dos poucos cuja mensagem não foi apenas transmitida, mas escutada.
Para o fim dos seus dias, ele lamentava não poder fazer tudo quanto se havia proposto.
O seu impacto perdura nos brilhantes escritos, nos alunos que ensinou, nos milhões de vidas que tocou, e num edifício situado no coração da capital do Mundo Livre, o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, de que foi o fundador.
"Hoje, o Museu e a causa da memória do Holocausto são um dado adquirido. Mas poucos sabem da longa luta que foi necessária", disse a directora do Museu, Sara J. Bloomfield.
Jogadores dos Miami Heat em visita ao Museu.
A publicação de Noite, em 1955, foi um divisor de águas, colocando as memórias pessoais de Elie Wiesel na nossa consciência colectiva. (...) Em 1978, o presidente Carter designou Wiesel para presidir à Comissão Presidencial sobre o Holocausto, cujo mandato foi o de lançar a criação de um memorial nacional americano do Holocausto.
Reconhecendo que a memória por si só não é suficiente, a comissão criou uma instituição de ensino, em contraste com os monumentos à liberdade e os museus tradicionais. Wiesel imaginou um "memorial vivo", que serviria como um alerta sobre a fragilidade da democracia e os perigos do ódio.
Como fundador e Presidente do Conselho para a criação do Museu, nomeado em 1980, ele envidou todos os esforços para o conceber e construir. A sua visão moldou a sua missão, já que acreditava firmemente que um memorial sem preocupação com o futuro, violaria a memória do passado. Fez parte do Conselho do Museu por indicação dos Presidentes Carter, Reagan, G.H.W. Bush, Clinton, G. W. Bush e Obama.
Nunca teve medo de enfrentar o poder com a verdade, e em 1985 criticou o presidente Reagan pela sua visita ao Cemitério Bitburg na Alemanha, onde os membros das SS foram enterrados. Em 1993, quando inaugurou o Museu, falou da vida e da morte de sua mãe, e, invocando a sua memória e o fracasso do mundo em salvá-la, pediu ao presidente Clinton para enfrentar a limpeza étnica na Bósnia.
Sobreviventes chegam a Israel.
"O mundo sente-se incompleto com a perda de Elie Wiesel", disse o Presidente do Museu, Tom A. Bernstein. "Ele foi uma figura transformadora, que exemplificou os próprios ideais do Museu e as aspirações desta instituição - a memória que nos convoca à acção. Herdamos a tremenda responsabilidade de continuar o seu legado".
Sara Bloomfield, US Holocaust Memorial Museum
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