sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

'Boicotes, suborno e intimidação'

O título deste post e o artigo são uma tradução livre do artigo do rabi Ari Enkin, da organização United With Israel, que congrega cristãos, judeus e amigos de Israel em geral. Este blog não é confessional, mas estas reflexões são mais de âmbito moral do que religioso, pelo que as reproduzimos de vez em quando. Esta, por exemplo, vem a propósito do recente boicote (falhado) da SodaStream, e da ambígua diplomacia norte-americana em relação a Israel.
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Abundam os boicotes, o suborno e a intimidação, mas não estão a ter sucesso.
Por Rabino Ari EnkinOlhando para as manchetes dos últimos dias, não podemos deixar de notar que a palavra "B" apareceu com grande frequência. Sim, a palavra "boicote" tem mostrado a sua cara feia. Acontece de vez em quando, em todos os aspectos da vida política e activista. Às vezes, é legítimo: como impedir que o Irão desenvolva armas nucleares, e às vezes é apenas frustração e imaturidade. Boicota isto, boicota aquilo. Agora é 'Boicote Israel'!

Há uma série de boicotes a decorrer. Um deles é o "Boicote a SodaStream", que tem sido ultimamente bastante falado. A SodaStream é uma empresa mundialmente famosa, situada na cidade de Ma'ale Adumim na Judeia.

 - Mamã! Papá! Vejam o que eu ando a aprender na Universidade!
A empresa emprega mais de 900 palestinos árabes e até construiu uma mesquita para eles no local. É um lugar onde judeus e árabes se dão bem e trabalham lado a lado. Um lugar onde as amizades são formadas e os eventos do ciclo de vida são comemorados em conjunto, quer os trabalhadores vivam em Tel Aviv ou Ramallah. No entanto, há pessoas que exercem pressão contra os clientes da Sodastream, porque a fábrica está localizada na "Margem Ocidental".


Em qualquer outro lugar, este seria reconhecido como um oásis de co-existência! Porque é na Judeia, em Israel, é rotulado por alguns como um "crime de guerra".

E depois, claro, há o secretário de Estado John Kerry, dos EUA. O seu alegado tacto e diplomacia não têm grande aceitação por aqui. Kerry está agora a usar palavra "B" como uma ameaça a Israel e ao povo judeu, advertindo que se as negociações de paz falharem, haverá consequências.
Boicote, suborno e intimidação. É esse o método de Kerry na diplomacia?
O que diz a Torá diz sobre boicotes, suborno e outras formas de intimidação e manipulação? 
A Torá diz-nos várias vezes que não se deve aceitar subornos nem ser influenciado por favores. Por exemplo, "O suborno cega o sábio e distorce as palavras dos justos." (Êxodo 23:08 . Veja também Deuteronómio 16:19).
O Talmud  amaldiçoa os que aceitam subornos, acrescentando que aqueles que o fazem "trazem a ira divina sobre o mundo". É um pecado terrível para um juiz, aceitar suborno, independentemente de o julgamento ser influenciado como resultado do suborno. É proibido dar ou aceitar um suborno, mesmo que este não tenha qualquer efeito sobre o veredicto.
Maimonides, o maior filósofo judeu do período medieval, cuja influência permanece até hoje, não só escreve que o suborno financeiro é proibido, mas que qualquer forma de favor é proibida também. 
Ele oferece uma série de exemplos históricos, como o de um juiz estava num barco e a quem uma pessoa ofereceu a mão, a fim de o ajudar a desembarcar. Algum tempo depois, a mesma pessoa apareceu no tribunal, e quando o juiz a viu, não se considerou qualificado para julgar o caso, para não fazer um julgamento tendencioso. Numa situação semelhante, um homem  limpou o casaco de um juiz local quando o viu na rua. Este homem também, acabou no tribunal, e o juiz recusou julgar o caso, para não favorecer inconscientemente a pessoa que lhe dera provas de bondade.
É interessante notar, porém, que, historicamente, os líderes políticos foram frequentemente envolvidos em subornos e boicotes. (Ver, por exemplo : I Reis 15:19 e II Reis 16:08).

Aparentemente, algumas coisas nunca mudam, e os jogos "B" de Kerry são apenas um exemplo. As palavras do rabino Yechiel Epstein, na sua famosa obra HaShulchan Aruch (uma compilação académica da lei judaica), não poderiam ser mais apropriadas:
" ... E não é só o juiz proibido de receber suborno, mas todas as pessoas e funcionários envolvidos em assuntos públicos estão proibidos de ser tendenciosos em qualquer assunto, como resultado de amizade ou de hostilidade, e mais ainda tomar suborno."

 
Secretário de Estado dos EUA John Kerry  e presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. (Foto: Issam Rimawi / Flash90)

Wow! O Rabino Epstein escreveu, no início do século XX, que Kerry em mente?

Em qualquer caso, Sr. Kerry, ninguém quer a paz mais do que nós. Ninguém! Se as negociações de paz falharem, não será porque Israel não ofereceu concessões dolorosas. Será talvez, apenas talvez, será por causa da obstinação do lado palestino e de todos os que se recusam a reconhecer Israel como Estado judeu.

Autor: Rabino Ari Enkin
Diretor rabínico, United With Israel
Data: Fev. 5, 2014

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A realidade no terreno é que nem todos os árabes são terroristas desejosos de destruir Israel e os Judeus. Na SodaStream trabalham judeus, árabes, etíopes, druzos, gente normal que quer viver normalmente e em paz, como no resto do Mundo Livre. Esta realidade não cabe nas agendas islamistas e esquerdistas radicais, sedentas de imagens fortes de opressores e oprimidos, a malta do "quanto pior, melhor". São estes exemplos de paz, harmonia, progresso, que não saciam a sede de sangue dos nostálgicos das revoluções sangrentas. São estas vidas normais, prosaicas, que irritam os que não estão em paz consigo mesmos, e se agarram a qualquer "causa" para acirrarem a guerra - de preferência longe das suas portas, que isto o que é chique e esquerda-caviar é comprar as revistas caras e apreciar as fotos premiadas, de guerra e sofrimento - lá longe...



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Aproveitamos para vos desejar um bom-fim-de-semana, ou, na tradição dos nossos amigos judeus,  Shabbat Shalom. Não se cansem, caros amigos, de apoiar a causa de Israel e todas as boas causas. É reconfortante sabermos que a vitória do Bem é certa. Mais tarde ou mais cedo.

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