sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A gente não lê

Pelo menos 250 exemplares de Diário de Anne Frank destruídos no Japão
 Se tivessem lido o livro, não o rasgariam. Paradoxal.
Como falar com um neo- nazi 
Por Rabino Hillel Goldberg


O  "mercador judeu" que fez a venda da sua vida  
 http://www.JewishWorldReview.com 
Nunca sabe quem nos vai entrar pela porta, costuma dizer Daniel Kravitz, proprietário da loja de móveis Home Again.
Kravitz conta a história do seu encontro com um cliente único:
"Recebi um telefonema a responder um anúncio que coloquei para vender um conjunto de móveis de quarto, por 250 dólares". 
"Durante a conversa, o rapaz do outro lado da linha diz que tem apenas 700 dólares - e pergunta se eu tenho móveis suficientes na minha loja para equipar todo o seu apartamento." 
"Perguto qual o tamanho do  apartamento e de que móveis ele precisa. Além do jogo de quarto, ele precisa de equipar uma pequena sala de jantar, de um sofá , mesas e um candeeiro. 
"Eu digo, se você não for exigente, eu posso equipar-lhe o apartamento por 700 dólares. 
"Ele apareceu no dia seguinte. 
"Um homem entra, chocando-me com a sua aparência. Ele é um neo nazi. Alto. 1 metro e 90. Cabelo rapado. Pouco mais de 20 anos. T-shirt sem mangas. Calças escuras. Botas Doc Marten's (originais da Inglaterra, muito populares entre as subculturas  punk, skinhead, etc.) 
"No braço, as tatuagens não passam despercebidas: "Morte aos pretos e aos judeus". 
"Percebo imediatamente que tipo de pessoa é."
Você é o Dan? Falámos ao telefone ontem. Ainda tem o conjunto de quarto preto? 
"Eu digo: Você é o jovem que diz que tem 700 dólares para mobiliar o apartamento.

E vou mostrar-lhe o conjunto de quarto. A minha loja tem cerca de 10.000 metros quadrados. Vamos dar uma volta. Sugiro-lhe sofás, mesas... e em 20 ou 30 minutos, descubro o que ele quer. 
"Incluo alguns pratos de brinde - contente de me livrar deles. 
"Voltamos para o meu balcão. O total chega a cerca de 1.000 dólares, mas faço-lhe 700. Entrego-lhe o recibo para ele assinar na parte inferior. Ele olha para a recepção e diz: Você realmente fez-me um grande desconto. 
"Eu digo: Era esse o negócio." 
Você não vai ter problemas por fazer um desconto destes? 
"Não, eu sou o dono da loja." 
Fico-lhe agradecido. 
"Eu digo: Eu sou um homem de palavra. 
"Ele paga em dinheiro. 
"Vou ajudá-lo a carregar os móveis numa camioneta. Era Julho ou Agosto, há cerca de seis anos. 
"Quando terminamos, pergunto -lhe se ele gostaria de tomar uma Coca-Cola, ou algo fresco. 
"Não tenho outros clientes e tenho tempo para sentar-me com ele. 
"Ofereci-lhe uma lata de refrigerante e tirei outra para mim. 
"Tinha estado sempre a observã-lo para ver se ele trazia uma arma de fogo ou uma faca. Com aquele tipo de tatuagens, ele não era propriamente um menino do coro. 
"Quando carregámos os móveis a camisa levantou-se, e eu vi que não tinha nehuma arma no bolso. Eu senti-me seguro, ele não tinha uma arma. 
"Então eu digo: não pude deixar de notar as suas tatuagens Você realmente acredita nisso? 
Mas concerteza! 
"Você já fez mal a alguém? 
Sim. 
"Quantos negros e judeus conhece?" 
Eu não preciso de conhecer nenhum. Eu sei que eles não prestam. Os negros querem ficar com as mulheres brancas. E os judeus controlam os bancos e o governo. 
"Eu digo: Eu odeio dizê-lo, mas discordo da sua propaganda. Eu cresci em Park Hill, com um monte de pessoas negras. A menos que você conheça alguém, você não pode fazer julgamentos sobre toda uma cultura... 
"Ele nem prestou atenção. Então eu disse: Aposto que você não fala com a sua mãe e o seu pai - se um filho meu usasse as tatuagens que você usa, eu não falaria com ele. Eu acho que você já não fala com os seus pais. 
Não, não nos falamos. 
"Percebi que atingi um ponto sensível. 
"Continuo: A sua mãe segurou-o nos braços, ela ama-o. Eu sou pai. Eu acho que os seus pais estão magoados, sentem a sua falta, e decerto não aprovam as suas atitudes.
"Então, eu digo: eu quero compartilhar uma coisa consigo... eu sou judeu. 
Não, você não é!
"Porque é que eu mentiria sobre isto?" 
Você não se parece com um judeu. 
"Com que é que um judeu se parece?" 
Não se parece consigo.
"Eu aponto para a minha porta da frente, mostro-lhe a minha mezuzá, e explico-lhe que os judeus a colocam nas suas portas.
"Tenho um siddur, vou abri-lo e digo: Veja, isto é o meu livro de orações em Hebraico.
"Mostro-lhe o horário da loja: Veja, eu estou fechado ao sábado, eu vivo como judeu.
"O que você acha dos judeus não está certo. Eu rezo com pessoas que têm números nos braços. Você faz parte de um grupo de pessoas que acreditam que o Holocausto não aconteceu. Não só perdi membros da minha família, como rezo com pessoas que têm números nos braços. 
Nãoé Holocausto, é uma "Holo-fraude". 
"Não é verdade. Acho que você é boa pessoa e ofereci-lhe um bom negócio. Sei que a sua mãe e o seu pai o criaram com bons valores. Porque é que você é neo nazi, isso não sei. 
"Uma de duas coisas vai acontecer consigo. Você vai acabar morto, ou você vai acabar na prisão e alguém o vai tomar como "esposa". Você devia reflectir sobre a sua vida. Estes são os dois únicos desfechos possíveis se você continuar nesse caminho. 
"Você disse-me que já atacou pessoas. Você vai atacar-me?" 
Não. Você foi bom para mim. 
"Eu só fui bom para si porque você me deu a oportunidade de ser bom para si. "Você feriu pessoas que nem sequer conhece, por causa da cor da pele ou da religião. "Você precisa de pensar sobre isso. As pessoas com que você anda não se importam se você está na cadeia ou morto. Mas a sua mãe e o seu pai importam-se." 
Em seguida, um outro cliente entrou.
"Olhe, eu não posso falar mais agora, mas se você quiser falar mais comigo, eu ficarei feliz por falar consigo. Pense sobre o que eu disse, porque tudo o que eu disse é verdade. 
"Fiquei sem saber o que ele decidiu. Ele aveio com o preconceito de que os judeus são gananciosos e agarrados ao dinheiro. Ele tinha que perceber, aqui está um judeu que lhe ofereceu um bom negócio, o ajudou a carregar o camião e suou com ele. Achei que consegui tocá-lo quando lhe lembrei que os pais o seguraram nos braços" 
Ele foi embora. 

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Meses mais tarde, talvez um ano mais tarde, ele voltou à loja de Kravitz. 
"Ele disse: Lembra-se de mim? 
"Eu digo: É claro." 
[Neste ponto da releitura , Kravitz comove-se] 
"Ele vinha vestido de forma diferente. O cabelo estava mais crescido.  Ele não se parecia com um neonazi. Trazia uma camisa de manga comprida, jeans e ténis Ele parecia uma pessoa totalmente diferente. 
"Eu pergunto: Será que você se reconciliou com os seus pais?" 
Sim. 
"Ele diz: Eu vim pedir-lhe desculpas. Percebi como são ofensivas as minhas tatuagens e vou apagá-las.
"Ele deu-me um abraço.  
Não voltei a vê-lo.

2 comentários:

  1. Interessante. A menos que esteja equivocado, por não o ter visto antes, acho que fez uma excelente aquisição ao adicionar à barra lateral um excelente site: O Gatestone Institute!

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    1. É recente, sim. O vagar é pouquíssimo, mas esse site tinha que constar :)

      Abraço, prezado Grilo!

      I.B.

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