Corbin e outros membros da extrema-esquerda sentem a vida vazia quando as coisas melhoram. Como já não podem protestar contra o apartheid na África do Sul, inventam outros protestos.
Cai a Máscara do Anti-Sionismo
Aby Ben Cohen / JNS.org
No primeiro sábado de Setembro a selecção nacional de futebol de Israel jogar em Cardiff, capital do País de Gales, numa qualificação crucial para o Campeonato Europeu do próximo ano, em França. Como se está a tornar norma quando atletas israelitas viajam para o exterior, a equipa enfrentará protestos fora do campo, liderados por activistas que acreditam que Israel não tem o direito de competir internacionalmente.
Um dos palestrantes agendados para o comício anti-Israel fora do estádio de futebol é Jeremy Corbyn, um membro de extrema-esquerda do Parlamento do Reino Unido, eleito pela oposição Trabalhista, e, mais importante, o principal candidato na batalha pela liderança daquele partido.
Se Corbyn ganhar a corrida, desencadeada pela renúncia do ex-líder Ed Miliband, na sequência do seu fraco desempenho nas eleições gerais do Reino Unido no início deste ano, teremos um apoiante entusiástico do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) à frente de um dos mais augustos partidos de esquerda da Europa.
Hippie velho não aprende nada
Corbyn é um padroeiro da Campanha de Solidariedade pró-Palestina BDS do Reino Unido, que é bem conhecida pela sua orientação anti-semita e contra Israel, através das suas constantes comparações do Estado judeu com a Alemanha nazi e com a época do apartheid na África do Sul. Mas isso, sem dúvida, é o de menos.
Durante a última semana, Corbyn tem sido confrontado nos meios de comunicação sobre as suas ligações com um negador do Holocausto, sediado em Londres e activista da "solidariedade com a Palestina" chamado Paul Eisen. No passado, Corbyn defendeu Ra'ed Salah, líder do Movimento Islâmico em Israel, apesar do endosso de Salah ao libelo de sangue anti-semita e da sua afirmação de que os judeus foram avisados com antecedência das atrocidades terroristas da al-Qaeda a 11 de Setembro de 2001.
Quando Salah entrou numa disputa legal com as autoridades britânicas durante uma estadia prolongada no Reino Unido, Corbyn pediu um inquérito parlamentar sobre a influência do "lobby pró-Israel" na política do governo. Esta sinistra declaração foi feita depois de o CST, um corpo profissional e altamente respeitado que lida com a segurança da comunidade judaica do Reino Unido, ter fornecido elementos de prova dos pontos de vista tóxicos de Salah ao Governo.
Agora, Corbyn é quem aparentemente vai liderar o ataque contra a presença britânica da equipa que o futebol israelita, que, ironicamente, só joga nas competições europeias porque o Estado judeu foi expulso da Confederação Asiática de Futebol em 1974, graças ao diktat da Liga Árabe no boicote a Israel.
Um bonezinho à Lenine e um amor desmedido aos ditadores
Desde sempre Corbyn é um entusiasta de ditadores, como o agora morto Hugo Chávez na Venezuela, e o ainda vivo Vladimir Putin na Rússia, pelo que não vai incomodá-lo que o boicote árabe tenha sido imposto por alguns dos piores violadores dos Direitos Humanos da História. Na verdade, ele não vai descansar até que Israel esteja completamente isolado, e não apenas no Médio Oriente, mas em todos os cantos do globo.
Não admira, então, que uma pesquisa do jornal Jewish Chronicle de Londres revele que quase 70 % dos judeus britânicos estão "preocupados" com a perspectiva de Corbyn vir a ser o líder do Partido Trabalhista, com uma esmagadora percentagem de 83 % expressando alarme na descrição infame que Corbyn faz do Hamas e do Hezbollah como "nossos amigos."
O que é que isto nos diz? Desde logo, que a grande maioria dos judeus britânicos não estão a "comprar" o absurdo que o anti-sionismo não é anti-semitismo, e de que estes movimentos distinguem entre judeus e israelitas.
Grande parte da multidão que vai apoiar as estrelas de futebol de Israel será composta por judeus britânicos que expressam a sua afinidade emocional e cultural com o Estado judeu. E porque eles se atrevem a fazer isso, serão perseguidos por uma multidão latindo slogans sobre supostos crimes de guerra e supostas ideologias racistas de Israel; uma multidão liderada por um homem que aspira a tornar-se primeiro-ministro da Grã-Bretanha.
Ideias de "vanguarda": Em 1992, Corbin fechou os olhos às redes pedófilas que actuavam no seu círculo eleitoral, alegando (ele e os seus camaradas) que os pedófilos "amavam as crianças" e estavam a "libertá-las sexualmente". Ver DAILY MAIL: http://www.dailymail.co.uk/news/article-3181783/Did-Jeremy-Corbyn-try-protect-fellow-Left-wingers-implicated-paedophile-scandal.html.
Corbyn claramente não se sente excessivamente perturbado pela evidência de que anti-sionismo é anti-semitismo; quando o Jewish Chronicle lhe dirigiu uma série de perguntas, ele, em vez de pegar no telefone, como faria qualquer político que se importasse com os sentimentos da comunidade judaica, nomeou um porta-voz para responder por email.
Foi assim que os leitores ficaram a saber que "Jeremy" considera "a negação do Holocausto vil e errada", embora em nenhum momento "Jeremy" condene qualquer dos negadores do Holocausto e e dos teóricos da conspiração (entre eles os seguidores de Lyndon Larouche, um líder americano de extrema-direita) com quem ele se tem associado. Corbyn pode tomar essa atitude relaxada porque sabe que os seus partidários consideram as acusações de anti-semitismo como uma mancha política sem importância. Este ponto de vista é comum entre os progressistas na América também.
Por outro lado, o termo "anti-sionismo", abraçam-no calorosamente, considerando-o como parte integrante da sua matriz de valores e metas progressistas, ao lado da oposição à austeridade política, do activismo ambiental, da "solidariedade" com os regimes "progressistas" no mundo em desenvolvimento, da hostilidade implacável a quaisquer acções militares levadas a cabo por governos democráticos, e assim por diante.
Apoiante confesso dos bandos terroristas Hamas e Hezbollah
Significativamente, a pesquisa do Jewish Chronicle inclui uma pergunta inteligente que os pesquisadores judaicos na América deveriam também fazer: "Como é que se sente quando um político se descreve a si mesmo como 'anti-sionista'?". O jornal revelou que "mais de 44 % dizem pensar 'sempre' que tal declaração significa realmente "anti-semita", com mais de 27 % dizendo que 'muitas vezes' acham que essa afirmação é anti-semita na sua intenção."
"No total, quase 90 % dos judeus sentem que 'anti-sionista' é usado pelos políticos como eufemismo para 'anti-judeu'."
Devagar, devagar, assistimos à queda da máscara: o anti-semitismo tem-se disfarçado de anti-sionismo. Vimo-lo graficamente na Espanha esta semana, quando um festival de reggae desconvidou o cantor Americano-Judaico Matisyahu, depois de ele se recusar a condenar Israel. De forma encorajadora, o facto de que o festival voltou atrás depois de uma onda de protestos, restabelecendo o convite a Matisyahu, mostra que há muitos não-judeus que têm uma visão semelhante à dos judeus.
Temos de desmascarar os anti-sionistas como Jeremy Corbyn: absterem-se de ataques aos judeus enquanto judeus não é suficiente para os absolver da acusação de intolerância anti-judaica. Substituírem a palavra "judeu" por "sionista", ou consorciarem-se com anti-semitas activos (e, em seguida, distanciarem-se deles se esses encontros se tornarem do conhecimento público), é um truque gasto, e eles até são mais espertos do que isso.
Crucialmente, entendemos que o alvo imediato dos ocidentais anti-sionistas não é Israel, mas os judeus que, nos seus próprios países, se identificam com Israel.
Antes de encerrar, eu deveria responder a qualquer leitor que se pergunte se Jeremy Corbyn poderá realmente acabar por ser o primeiro-ministro britânico. Dado que muitos especialistas estão a prever que o Partido Trabalhista se irá dividir se ele ganhar a liderança, e que o partido tem sido invariavelmente inelegível quando se inclina muito para a esquerda, é de pensar que as chances são pequenas. Mas, mesmo como líder da oposição, ele vai ganhar um púlpito com que só poderia ter sonhado há apenas uma década.
Ben Cohen, editor sénior de TheTower.org escreve uma coluna semanal para a JNS.org sobre assuntos judaicos e política do Médio Oriente. Os seus escritos foram publicados no Commentary, New York Post, Haaretz, The Wall Street Journal, e muitas outras publicações. Ele é o autor de “Some of My Best Friends: A Journey Through Twenty-First Century Antisemitism” (Critic Edition, 2014).
O ódio auto alimenta-se.
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