Lembramos, como de costume, que este blog não é confessional nem étnico (nós mesmos, membros do blog, não sabemos nem estamos interessados em saber qual a religião ou etnia uns dos outros, o que conta para nós é o íntimo de cada um). Publicamos este texto do rabino Ari Enkin porque nos interessamos e gostamos de dar a conhecer outras culturas, e, neste caso, a de Israel. Lembramos que o Tanakh (de que o Antigo Testamento é uma tradução e adaptação) tem um estilo narrativo oriental, que põe a par narrativas com fundo histórico, simbólico e lendário. Não entramos em questões teológicas. Este blog não é sobre religião. Interessa-nos, a cultura, a tradição, os costumes.
Tisha B'Av: seu significado e Observância
Tisha B'Av, o nono dia do mês hebreu de Av começa segunda-feira à noite. Neste evento, nós lamentamos a destruição do Primeiro e do Segundo Templos em Jerusalém, que foram destruídos neste dia.
Os nossos sábios ensinam que o nono dia de Av é um dia amaldiçoado eternamente, marcado pela má sorte e pela tragédia. A primeira tragédia foi o episódio bíblico dos espiões.
No livro de Números, lemos como Moisés enviou emissários para espiar a terra de Israel antes da chegada do Povo Judeu. Eles deveriam trazer um relatório sobre a Terra de Israel e seus habitantes. Infelizmente, os espiões trouxeram de volta um relatório truncado, a fim de convencer o povo judeu a não entrar na Terra Prometida. E tão assustador foi o relatório, que o povo chorou naquela noite. Foi em resultado deste evento que Deus decretou que os judeus seriam forçados a vaguear pelo deserto por 40 anos.
Aquela noite era o dia nono do mês de Av, e somos ensinados que Deus disse que, porque as pessoas choraram sem razão no nono dia de Av, elas vão chorar no nono dia de Av para sempre.
Tisha B'Av - Tragédias
Não é apenas a destruição dos dois templos que lamentamos neste dia. Muitas tragédias se abateram sobre o povo judeu neste dia.
Aqui estão algumas das outras tragédias ocorridas no nono de Av:
Podemos começar com o episódio bem conhecido do Bezerro de Ouro, que ocorreu no dia 17 de Tamuz. (Tamuz é o mês antes de Av, e esta passagem infeliz está intimamente associada ao sabor trágico de Av) .
A Primeira Cruzada começou no nono dia de Av, correspondente a 15 de Agosto de 1096. Foram mortos mais de 1,2 milhões de judeus.
Os judeus foram expulsos de Inglaterra no nono dia de Av, correspondente a 18 de Julho de 1290.
Os judeus foram expulsos de França no nono dia de Av, correspondente a 22 de Julho de 1306.
Os judeus foram expulsos da Espanha no nono dia de Av, correspondente 31 de Julho de 1492.
A Alemanha iniciou a Primeira Guerra Mundial no nono dia de Av, correspondente a 1 de Agosto de 1914. Este foi o início do Holocausto.
Heinrich Himmler, comandante das SS, recebeu do Partido Nazi a aprovação para a "Solução Final" no nono dia de Av, correspondente a 2 de Agosto de 1941.
A deportação dos judeus do Gueto de Varsóvia, a maioria dos quais foram levados para ser gaseados em Treblinka, realizou-se no nono dia de Av, correspondente a 23 de Julho de 1942.
Definitivamente um dia de tragédia, e é-nos dito que vai continuar assim até o Messias chegar. Mesmo o dia seguinte, o dia 10 de Av, tem andado de braço dado com a tragédia desde pelo menos os tempos talmúdicos. Em tempos mais recentes, foi no dia 10 de Av, correspondente a 18 de Julho de 1994, que o Centro Comunitário Judaico de Buenos Aires foi bombardeado por terroristas do Hezbollah, matando 85 pessoas e ferindo 300.
E para terminar a nossa lista de calamidades, a "desocupação", a retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza, aconteceu no dia 10 de Av, correspondente a 15 de Agosto de 2005.
Símbolos de Luto
As restrições de Tishá B' Av são semelhantes às do Yom Kippur. Durante o curso de Tishá B' Av, os judeus observantes cumprem as seguintes restrições:
Não comer ou beber;
Não se lavar ou tomar banho;
Não usar cremes ou óleos;
Não usar sapatos (couro);
Não manter relações conjugais.
Claro que aqueles que estão doentes têm permissão para comer, quando necessário. Outro destaque do Tisha B'Av é a leitura do Livro das Lamentações, na sinagoga, sendo que neste dia os crentes estão sentados no chão.
Este é um artigo do rabino Ari Enkin, da organização humanitária United With Israel
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Após anos de bombardeamentos e de terrorismo diários, culminando com 15 dias ininterruptos de bombardeamentos que paralisaram Israel, as Forças de Defesa de Israel (após uma resignação inédita na História da Humanidade, pois nunca nenhum país demorou tanto a responder um ataque como este, ou até bem menos grave), estão a levar a cabo a Operação Protecção Limite. O povo de Israel está sob bombardeamentos constantes do grupo terrorista Hamas, que continua a sua sanha genocida:
Ao contrário do que rezam os mitos urbanos e outros, Israel não é nem um país enorme, nem dotado de recursos infinitos, nem os judeus são todos pessoas riquíssimas. O povo de Israel é como o povo de qualquer outro país. Como o nosso, por exemplo.
A organização Colel Chabad serve refeições aos mais atingidos pelos bombardeamentos dos terroristas. Ficaram sem casa, a viver em abrigos provisórios, e, graças à boa vontade dos voluntários e à generosidade dos doadores, esta gente tem o que comer.
Se não puder ajudar monetariamente esta gente a ter comida no prato, ajude com as suas orações (se for crente, como é óbvio), e ajude apoiando a verdade e o Bem, não sendo omisso. Pode parecer pouco, mas às vezes as pequenas coisas fazem a diferença.
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