sexta-feira, 28 de março de 2014

Turquia às Escuras

Depois do Twitter, Turquia corta acesso ao YouTube - PÚBLICO


É natural, a Turquia está em processo acelerado de re-islamização. E, pelos vistos, há mão do Irão:
"Tawhid - Salam" significa "Monoteísmo - Paz". Tawhid é o termo teológico islâmico para a unidade absoluta de Allah. De acordo com Ali Fuat Yilmazer, ex-chefe da unidade de serviços secretos do Departamento de Polícia de Istambul, os membros do grupo "têm sido capazes de desenvolver relações no mais alto nível" e estão rapidamente a re-islamizar a Turquia. Se for verdade, isso explica muita coisa sobre a direcção da Turquia nos últimos anos - apesar de Erdoğan já por si sempre deixar claro o seu desdém pela democracia e a preferência por um Estado islâmico.



"Célula terrorista do Irão infiltrada no Governo turco ao mais alto nível"
Today’s Zaman, 27 de Março

    Ali Fuat Yilmazer, ex-chefe da unidade de serviços secretos do Departamento de Polícia de Istambul, afirmou que a notória organização terrorista  Tawhid - Salam, do Irão, penetrou profundamente no Governo turco, numa acção de espionagem internacional.

    "Se os detalhes deste caso forem revelados um dia, vamos ver como um governo estrangeiro pôde actuar confortavelmente na Turquia e como  foi capaz de ter acesso a vários altos funcionários do governo", disse Yilmazer.

    "Eles [os membros do grupo terrorista Tawhid - Salam] foram capazes de desenvolver relações ao mais alto nível", acrescentou.

    Detalhes de uma investigação sobre a organização, que Yilmazer descreve como "a organização terrorista mais perigosa  dos últimos tempos", foram divulgados através do usuário do Twitter @ ACEMUSAKLARI, com envios de fotografias e imagens de vídeo.

    Se as alegações forem verdadeiras, o ministro do Interior Efkan Ala, o chefe da Organização Nacional de Informações (MIT), Hakan Fidan, o vice-primeiro- ministro Besir Atalay, estão todos envolvidos com a rede terrorista Tawhid - Salam. 

Chefe da Segurança comprometido
A alegação mais importante levantada pela denunciante é de que o informador iraniano Hüseyin Avni Yazicioglu tem mantido contacto próximo com Fidan, e de que se reuniram várias vezes.

    A esposa de Yazicioglu, Kamile, afirmou que o seu marido tem ligações dentro do MIT, na Polícia e no Governo. Documentos vazados indicam que ele mantinha vários passaportes em casa, bem como os relatórios que ele escreveu para os serviços secretos iranianos.

    O denunciante @ ACEMUSAKLARI alega que Fidan foi recrutado pelo Irão na década de 1990, no encontros de estudos xiitas em Ancara. E uma escuta autorizada pelo Tribunal, gravada em 18 de Junho de 2012, revelou detalhes chocantes sobre como Fidan foi recrutado pelos serviços secretos iranianos.
A conversa por telefone mostra que o Irão tomou conhecimento de uma divergência de alto nível dentro do governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, acerca da opinião pública turca. O chefe da segurança estaria a passar informações confidenciais sobre as reuniões do gabinete a Ali Akbar Mir Vekili, e foi assim que o Irão soube da acalorada discussão entre Erdogan e o vice-primeiro- ministro Bülent Arınç durante os protestos no Parque Gezi no ano passado.
    A Imprensa turca informou que Arınç apresentou a sua demissão e saiu de uma reunião do gabinete depois de uma discussão acesa com Erdoğan, mas que mais tarde foi convencido a retirar o seu pedido de demissão. Arınç negou publicamente o incidente.
    Hakkı Selçuk Şanlı, um suposto membro da rede, supostamente ajudou a criar a Força Quds na Turquia, por ordem do comandante da Guarda Revolucionária de então, Nasir Takipur, na década de 1990. Şanlı esteve envolvido nos ataques, e colaborou em planos terroristas que visavam os interesses dos EUA na Turquia. Em buscas policiais contra a rede terrorista Tawhid - Salam , Şanlı foi preso, em 13 de Maio de 2000, mas os agentes da Força Quds (a 'secreta' iraniana) fugiram para o Irão. No julgamento, Şanlı foi condenado a 12 anos de prisão, mas foi libertado em 2004, quando o governo de Erdogan aprovou uma lei de amnistia no Parlamento, reduzindo penas a alguns condenados.
    Alegadamente, Şanlı manteve-se discreto  por um tempo após a sua libertação - até que foi re-contratado pelo agentes iranianos.
    De acordo com documentos divulgados por @ ACEMUSAKLARI, a Polícia descobriu que Şanlı oferece regularmente suborno iraniano às famílias dos assassinos do intelectual turco Uğur Mumcu e outros, mortos na década de 1990.
(...) Mir Vekili controla uma célula secreta na Turquia, cujos membros incluem Selçuk Şanlı, Fidan e outros. Na década de 1990, Şanlı e o assassino de Mumcu F.Ö. reuniam regularmente numa concessionária de carros em Ancara, que é propriedade de Faruk Koca e Fidan. Koca, um dos fundadores  Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), e mais tarde deputado, é considerado suspeito pela polícia na investigação ao grupo terrorista Tahwid - Salam.


    
Koca é geralmente descrito como sendo pró-Irão, e pôs o nome de Khomeini ao seu filho. Ele é o proprietário de uma casa alugada por Erdoğan no início de 2000 Uma escuta foi lá encontrada.

    
Koca tornou-se rico sob o governo de Erdogan, enquanto mantinha contacto com a Força Quds e o seu líder Mir Vekili. Koca possui um café e um restaurante prestigiados no bairro de Çukurambar, em Ancara, que é frequentado pela nova elite turca. A investigação descobriu que o último andar do S'LO Cafe é reservado para convidados especiais, e que Fidan tem os serviços secretos turcos a proteger o local contra possíveis escutas. Os convivas especiais - incluindo
Fidan, Koca, Mir Vekili e Şanlı, de acordo com a informação divulgada - usam a porta de trás para subir ao andar superior, onde têm lugar as reuniões.

    
Mir Vekili também é acusado de manter duas casas seguras no bairro de Ataköy em Istambul, e de responder directamente ao líder supremo iraniano, Ali Khamenei ....

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