Conclusão de:
Porque é que os media diabolizam Trump - 1
As 7 propostas de Donald Trump que os grandes media escondem da população
Os principais meios de comunicação publicaram algumas das declarações e propostas de Trump. Especialmente as mais vis e odiosas. Lembremos, a esse respeito, por exemplo, as suas declarações sobre os imigrantes mexicanos ilegais, que seriam, segundo ele, "corruptos, criminosos e violadores". Ou o seu plano para deportar cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais latinos à força e enviando-os de autocarro para o México. Ou a proposta, inspirado pela série "Game of Thrones", de construir um grande muro ao longo da fronteira de 3145 km com o México, ao longo de vales, montanhas e desertos, para impedir a chegada de migrantes latinos e cujo financiamento (biliões de dólares) seria da responsabilidade do governo mexicano.
Na mesma linha, anunciou planos para proibir a entrada de todos os migrantes muçulmanos, e foi veementemente atacado pelos pais de um soldado norte-americano muçulmano, Humayun Khan, morto em acção no Iraque, em 2004 . Também disse que o casamento tradicional formado por um homem e uma mulher é "a base de uma sociedade livre" e criticou a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo como um direito constitucional. Trump apoia as chamadas "leis de liberdade religiosa", promovidas pelos conservadores em vários Estados, que permite negar serviços a pessoas LGBT. Não devemos esquecer também as suas declarações sobre a "mentira" da mudança climática que, segundo ele, é um conceito "inventado pelos chineses para causar a perda de competitividade do sector industrial dos EUA".
Um tal catálogo de absurdo e ódio foi difundido pelos meios de comunicação, não só nos EUA, mas em todo o mundo. A ponto de se querer saber como é que uma personagem com tais ideias miseráveis pode conhecer um sucesso tão grande entre os eleitores americanos, obviamente, nem todos sem cérebro? Algo não encaixa.
Para resolver este enigma, temos de quebrar a parede da informação e analisar mais a fundo o programa completo do candidato republicano.
Descobrimos sete opções básicas que ele defende, e que os principais meios de comunicação rotineiramente omitem.
1) Em primeiro lugar, os jornalistas não perdoam os seus ataques frontais contra o poder dos media. Eles acusam-no de incentivar as audiências a vaiarem os meios de comunicação "desonestos". Trump muitas vezes diz: "Eu não estou a competir com Hillary Clinton, mas com os meios de comunicação corruptos". Recentemente, Trump twittou: "Se os meios de comunicação, repugnantes e corruptos, fizessem uma cobertura honesta da minha campanha, sem erros de interpretação, eu já estaria à frente de Hillary em 20%". Ele não hesitou em proibir o acesso de vários grandes órgãos de informação às suas reuniões de campanha. Foi caso do The Washington Post, do Politico, do Huffington Post e do BuzzFeed. Ele até se atreveu a atacar a Fox News, a grande cadeia da direita panfletária, que o apoia.
2) Outra causa de ataques dos media contra Trump: a denúncia da globalização económica, responsável pela destruição da classe média. Segundo ele, a economia globalizada é uma calamidade, e o número de vítimas continua a crescer. Ele lembrou que mais de 60.000 fábricas fecharam nos últimos quinze anos, nos Estados Unidos, e cerca de cinco milhões de empregos na indústria foram destruídos.
3) Trump é um forte proteccionista. Propõe-se a aumentar os impostos sobre todos os produtos importados. E está disposto, se chegar ao poder, a estabelecer direitos aduaneiros de 40% sobre produtos chineses. "Vamos recuperar o controlo do país e vamos garantir que os Estados Unidos voltem a ser um grande país", diz ele muitas vezes repetindo o seu slogan de campanha. Apoiante do Brexit, ele disse que, se eleito, os Estados Unidos abandonarão o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Ele também atacou o Tratado Trans-Pacífico (TPP), e confirmou que, uma vez eleito, retirará os Estados Unidos do acordo: "O TPP seria um golpe mortal para as indústrias dos Estados Unidos". Obviamente, se eleito, ele também interromperá as negociações em curso com a União Europeia. E vai ainda mais longe: "Vamos renegociar ou sair da Organização Mundial do Comércio (OMC). Estes acordos de comércio são um desastre", repetiu. Em regiões como o Rust Belt, o "cinturão de ferrugem" do Nordeste, onde as deslocalizações e encerramentos de fábricas fizeram explodir o desemprego e a pobreza generalizada, estas observações são recebidos com entusiasmo e fazem renascer toda a esperança.
4) Outra opção de que os meios de comunicação falam pouco: a sua rejeição dos cortes neoliberais na segurança social. Muitos eleitores republicanos atingidos pela crise económica, e os cidadãos mais de 65 anos, exigem Segurança Social (pensões) e Medicare (seguro de saúde), criados pelo presidente Barack Obama, que outros líderes republicanos querem excluir. Trump prometeu não cancelar esses avanços sociais. E também prometeu reduzir os preços dos medicamentos, combater a fuga ao fisco, reformar a tributação dos pequenos contribuintes, e remover um imposto federal que afecta 73 milhões de famílias de baixos rendimentos.
5) Denunciando a arrogância da Wall Street, Trump também propõe aumentar significativamente os impostos para os comerciantes especializados em "hedge funds" (fundos especulativos), que ganham fortunas. Ele promete restaurar a lei Glass-Steagall (aprovada em 1933 durante a Depressão e revogada em 1999 por Clinton), que separava a banca tradicional da banca de investimentos, para evitar que a última possa comprometer as poupanças das pessoas comuns pelos investidores de alto risco. Obviamente que todo o sector financeiro está contra a Trump e se opõe a reforma da presente lei.
6) Em matéria de política internacional, Trump tem-se empenhado para encontrar entendimentos tanto com a Rússia como com a China. Trump quer nomeadamente assinar uma aliança com Vladimir Putin da Rússia para combater eficazmente o Estado Islâmico (Daesh), mesmo se para tal Washington tenha que aceitar a anexação da Crimeia por Moscovo.
7) Por último, Trump acredita que, com a sua enorme dívida soberana, a América não tem recursos para uma política externa intervencionista em todas as direcções. O país já deixou de ter vocação para garantir a paz a qualquer preço. Ao contrário de muitos líderes do seu partido, e aprendendo com o fim da Guerra Fria, ele quer mudar a NATO: "Já não haverá - diz ele - uma garantia automática de protecção dos Estados membros da NATO por parte dos Estados Unidos".
Estas sete propostas não apagam certas declarações odiosas e inaceitáveis do candidato republicano, difundidas com alarido pelos principais meios de comunicação, mas provavelmente explicam um pouco melhor as razões para o seu sucesso entre os grandes sectores do eleitorado americano.
Será que o ajudarão a ganhar? Não podemos afirmar, mas é certo que os três duelos televisionados que terá com Hillary Clinton, vão ser formidáveis para o candidato democrata. Os estrategas militares sabem isso muito bem: num confronto entre o forte e o louco, pela sua imprevisibilidade e irracionalidade, o louco muitas vezes prevalece.
Em 1980, a inesperada vitória de Ronald Reagan na eleição para a presidência dos Estados Unidos fez entrar o mundo num ciclo de quarenta anos de neoliberalismo e globalização da economia. Uma possível vitória de Donald Trump em 8 de Novembro poderá desta vez fazer entrar o mundo num novo ciclo de geopolítica, cuja principal característica ideológica, que vamos vendo surgir em toda a parte e especialmente em França, será: o autoritarismo identitário.
- Por Ignacio Ramonet via EUROPE-ISRAEL.
Pequeno comentário nosso: se bem que a nossa opinião de nada interesse, assinalamos que o nosso candidato preferido sempre foi Ted Cruz; no entanto, vemos em Donald Trump, a última esperança para o Mundo Livre, pela posição que pode vir a ocupar, e pela catástrofe que seria ter a senhora Clinton no poder (financiada como é, por terroristas islâmicos, e fiel seguidora das políticas do terrorista Obama).
Também não concordamos com certas considerações do autor deste texto, por exemplo quando ele diz que, para Trump, todos os imigrantes são criminosos. Não só não é isso que ele diz, como os Estados Unidos têm o direito de deixar entrar quem considerem bem-vindo, e vetar a entrada a quem considerem indesejável. Os ataques terroristas diários cometidos por muçulmanos em nome do Islão*, ou a percentagem avassaladora de criminalidade vinda do México demonstram que ele tem toda a razão.
* Ver por exemplo Imprensa chora: terrorista de Burlington não era "um latino"
- No debate de ontem, Trump atacou (e bem!) o "acordo nuclear", que, na prática, deu a bomba atómica ao Irão (que diariamente avisa que a vai usar para destruir Israel e o Ocidente). Hillary ficará para sempre ligada a esse "acordo", como o seu marido ficou ao que permitiu que a Coreia do Norte se tornasse potência nuclear. Um entre muitos episódios lamentáveis do governo de Obama.
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