"Além disso, a liberdade na América é indissociável da liberdade de praticar a própria religião. É por isso que há uma mesquita em cada Estado em nossa união, e mais de 1.200 mesquitas dentro das nossas fronteiras. É por isso que o governo dos Estados Unidos tem ido ao tribunal para proteger o direito das mulheres e meninas a usar o hijab e para punir aqueles que lho queiram negar" - Barack Obama, Cairo, 4 de Junho de 2009
Mas quem vai para o tribunal, nos EUA ou no Sudão, ou em qualquer outro lugar, para proteger o direito das mulheres e meninas não usarem o hijab e para punir aqueles que lho neguem?
"Sudanesa Amira Osman Hamed enfrenta flagelação por cabelo descoberto"
AFP, 9 de Setembro
Uma mulher sudanesa diz que está preparada para ser açoitada, para defender o direito de usar o cabelo descoberto, desafiando uma lei Talibanesca.
Amira Osman Hamed enfrenta pena de chicotadas se for condenada no julgamento a 19 de Setembro .
Sob a lei sudanesa, o cabelo dela - e o de todas as mulheres - é suposto ser coberto com um "hijab", mas Hamed recusa.
O caso da mulher de 35 anos tem atraído o apoio de activistas de direitos civis e é o último a saltar para a ribalta internacional, por causa das leis que regem a moralidade, que entraram em vigor após o golpe islâmico de 1989, apoiado pelo presidente Omar al-Bashir.
"Eles querem que sejamos como as mulheres dos talibã", disse Hamed em entrevista à AFP, referindo-se ao movimento rebelde fundamentalista no Afeganistão.
Ela é acusada nos termos do artigo 152, que proíbe roupas " indecentes " .
Activistas dizem que a lei deixa as mulheres sujeitas a perseguição policial e atinge desproporcionalmente os pobres, em nome da "ordem pública" .
Hamed disse que estava num escritório do governo em Jebel Aulia, nos arredores de Cartum, a 27 de Agosto, quando um polícia de forma agressiva lhe disse para cobrir a cabeça.
"Ele disse: 'Você não é sudanesa. Qual é a sua religião? "
"Sou sudanesa. Sou muçulmana, e não vou cobrir a minha cabeça", respondeu Hamed .
O seu cabelo escuro, tingido de dourado, é trançado e apertado contra a cabeça, com cachos na parte de trás .
Em 2009, o caso de Lubna Ahmed al-Hussein, jornalista, levou a um protesto global e chamou a atenção para os direitos das mulheres no Sudão .
Hussein foi multada por usar calças em público, mas recusou pagar. Passou um dia atrás das grades até que o Sindicato dos Jornalistas do Sudão pagou a multa em seu nome.
Outras pessoas que estavam com ela num restaurante também foram açoitadas.
Jornalista sudanesa Lubna Ahmed al-Hussein, chicoteada em público por usar calças, ao abrigo da Sharia, a lei islâmica:
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