sexta-feira, 27 de setembro de 2013

“Maomé nunca reagiu com violência, sempre mostrou amor”

Faz hoje precisamente um ano que esta entrevista do Xeque David Munir foi publicada no iOnline:


O imã da mesquita central de Lisboa defende que o vídeo anti-islão colocado no YouTube e que tem gerado protestos violentos no mundo islâmico é ofensivo, mas recorda que o islão é sinónimo de paz


Numa altura em que mais de 20 países árabes protestaram contra o vídeo do YouTube “A inocência dos muçulmanos”, provocando confrontos violentos e mais de 50 mortos frente a representações diplomáticas dos EUA e de outros países ocidentais, o imã da mesquita central de Lisboa fala pela primeira vez à imprensa sobre a tensão que se vive um pouco por todo o mundo islâmico. Numa entrevista por email, o xeque David Munir garante que o islão é sinónimo de paz e que Maomé “sempre mostrou amor pelo próximo”.


Da percepção que vai tendo através do contacto próximo que mantém com a comunidade islâmica em Portugal, qual é o sentimento geral relativamente ao vídeo anti-islão?
Infelizmente, temos visto ultimamente várias provocações contra o islão, o que é de lamentar.
E enquanto imã da mesquita central de Lisboa, que análise faz do vídeo?
Creio que a única análise que pode ser feita é a de que existe uma ignorância total sobre o que é o islão. O vídeo em causa constitui uma forma de islamofobia e de desrespeito pelo nosso profeta. Não deixa de ser ridículo.
Existe alguma iniciativa programada, no seio da comunidade portuguesa islâmica, no sentido de contestar o vídeo que consideram ofensivo?
Os muçulmanos que vivem em Portugal respeitam as leis e são cidadãos exemplares. Ser muçulmano é ser um bom cidadão. Achamos que devemos continuar a mostrar uma conduta exemplar na sociedade em que vivemos e na qual estamos integrados, respeitando o outro e esperando também ser respeitados.
Mas têm, certamente, debatido o assunto dentro da comunidade?
Sim. Temo-lo feito nas palestras das sextas-feiras, por altura do sermão (”Khutba”) ou nos encontros entre amigos, muçulmanos ou mesmo com pessoas que têm outras crenças – naturalmente, sempre dentro de um princípio que é a convivência sã, que procuramos cultivar e que encorajamos.
O filme não poderá ser entendido simplesmente como uma sátira?
Não. O profeta Muhammad (Maomé) é visto pelos muçulmanos como um homem exemplar para nós e mesmo para a humanidade. Na verdade, tudo o que é dito no vídeo não passa de mentiras que constituem um atentado à conduta e à ética exemplar do nosso profeta. Todo o conteúdo é ofensivo. Ofender os muçulmanos parece ser, aliás, o único objectivo de quem o fez. A intenção é, claramente, passar uma imagem falsa do islão e do seu profeta.
Como é que a comunidade islâmica lida, tradicionalmente, com a questão do humor? Como se definem as fronteiras entre o que pode ser considerado humor e o que pode vir a constituir uma ofensa?
A liberdade de cada um termina onde começa a do outro e este é um princípio fundamental em qualquer sociedade. Há que respeitar a crença do outro, seja ela qual for. Os crentes também têm de respeitar os não crentes e aqueles que têm dúvidas sobre a sua fé. O Corão diz, a certa altura: “A crentes e não crentes, as dádivas do Senhor não serão negadas a ninguém.”
Que significado tem o profeta Maomé para os muçulmanos?
O profeta Muhammad é considerado o último profeta da série de mensageiros que Deus enviou. Como já referi, o profeta Maomé é o nosso modelo. A mensagem que nos trouxe é uma mensagem divina universal, tal como as que foram trazidas pelos profetas que vieram antes dele, nomeadamente Abraão, o patriarca dos mensageiros de Deus, Moisés e Jesus. Nós, muçulmanos, procuramos respeitar todos os profetas igualmente e, portanto, não aceitamos uma ofensa a qualquer dos enviados por Deus aos homens para lhes ensinar o bom caminho.
Mesmo achando o vídeo ofensivo, justificar-se-ão os actos de violência a que se tem assistido em vários locais?
Na verdade, já muitos teólogos muçulmanos condenaram esses actos por serem ofensivos ao nosso profeta. Como é dito repetidamente no Corão, paz é a palavra do Senhor. Numa das passagens do nosso livro sagrado diz-se inclusivamente que “Deus não ama os agressores”. O islão ou islam – que deriva de salam – é paz. E há, aliás, vários exemplos da vida do nosso profeta que mostram que, mesmo tendo sido incomodado e maltratado, Maomé nunca reagiu com violência. Pelo contrário, sempre mostrou amor pelo próximo.
A tensão gerada em torno do vídeo pode levar a situações mais preocupantes?
A situação já é preocupante, porque sempre que há desrespeito pelo outro a sociedade torna-se insegura. Como, aliás, pregam todas as religiões, há que respeitar o outro e ser respeitado. Há que aceitar aqueles que têm crenças diferentes e mesmo aqueles que não têm qualquer crença ou que têm dúvidas em relação à sua fé. Só assim poderemos edificar uma sociedade em que todos vivamos em harmonia na paz do Senhor.
Tendo em conta os incidentes e as consequentes pressões, qual será agora o melhor caminho para resolver esta situação?
Penso que uma das formas será ignorar o assunto e não dar muita atenção a provocações, pedindo a Deus que os ilumine e nos dê a nós a necessária paciência – que é, verdadeiramente, uma virtude perante o Criador.
Também defende a retirada do vídeo da internet?
Tem havido esse apelo.

 Há alguns pontos na entrevista do sr. David que eu gostaria de abordar. Bem, na verdade, gostaria de lhe perguntar para explicar melhor praticamente tudo o que disse (ele não é particularmente hábil na forma como se esquiva a responder a praticamente tudo), mas vou limitar a minha abordagem apenas ao que considero mais "gravoso".

Há que respeitar a crença do outro, seja ela qual for. Os crentes também têm de respeitar os não crentes e aqueles que têm dúvidas sobre a sua fé. O Corão diz, a certa altura: “A crentes e não crentes, as dádivas do Senhor não serão negadas a ninguém."


Parece bonito, pacífico e tolerante, não é? No total existem 245 versos positivos acerca de, ou para, os não-muçulmanos. O problema vem depois. Cada um dos versos do Corão com uma mensagem positiva acerca de, ou para, os não-muçulmanos foi revogado, não deixando sequer um verso positivo acerca de, ou para, os não-muçulmanos. Para todos os 245 existe um verso que o contradiz. Excetuando 7 versos que são revogados em suras (capítulos) diferentes, todos os outros são revogados na mesma sura (capítulo). Os media dão ênfase aos versos positivos acerca dos "Adeptos do Livro" (judeus e cristãos, os povos que tinham recebido revelações divinas), no entanto até isto é ilusório: segundo a perspetiva islâmica, os judeus e cristãos,  apenas recebem a "bondade islâmica" caso admitam que os seus textos sagrados estão corrompidos, que apenas o Corão é a verdade e que Maomé é um profeta das religiões Judaicas e Cristãs. Claro está que se fizerem isso deixam de ser judeus e cristãos, passam a ser muçulmanos. Portanto não há nada de positivo para os não-muçulmanos. Há, no entanto, 527 versos intolerantes dos não muçulmanos e 109 versos que apelam a que os muçulmanos façam guerra contra os não-muçulmanos.


O profeta Muhammad é considerado o último profeta da série de mensageiros que Deus enviou. Como já referi, o profeta Maomé é o nosso modelo.

 O profeta Maomé é considerado o último profeta pelos muçulmanos. Os judeus não o reconheceram como profeta por não ser judeu (é difícil ser profeta judeu sem sequer ser judeu) e os cristãos não o reconheceram como profeta porque Jesus afirmou ser o último profeta (uma pequena curiosidade: segundo a crença islâmica, no Fim dos Dias Jesus voltará, destruirá todas as cruzes e matará todos os judeus e cristãos). Quanto a Maomé ser considerado o modelo para os muçulmanos, isso é verdade. No Islão, Maomé é conhecido como al-Insān al-Kāmil (o humano perfeito) and uswa hasana (um excelente exemplo de conduta). Ele disse repetidamente aos seus seguidores para seguirem a sua Suna (exemplo) e o Corão asserta o seu caráter como sendo “nobilíssimo” (68:4). Os muçulmanos são encorajados a imitar Maomé e as suas ações o mais próximo que conseguirem como forma de demonstrar a sua devoção a Alá. Maomé casou-se com uma criança de 6 anos e consumou o casamento quando esta atingiu 9 anos de idade. Como tal, em países onde impera a lei islâmica existe pedofilia sancionada pela religião. Maomé é responsável pela morte de milhares de pessoas que se recusaram a submeter ao Islão, o resultado disso é a aprovação religiosa da morte de inocentes cujo único crime é não serem muçulmanos.. Maomé possuía, comprava e vendia escravos. Como tal, hoje em dia a escravatura é aprovada pela lei religiosa. Maomé era homofóbico, como tal a execução de homossexuais é aprovada pela religião. Maomé agredia as suas esposas, o resultado hoje em dia é que a violência contra mulheres é aprovada pela religião. Maomé é o modelo para os muçulmanos, mas não é de modo algum um bom modelo.


A mensagem que nos trouxe é uma mensagem divina universal, tal como as que foram trazidas pelos profetas que vieram antes dele, nomeadamente Abraão, o patriarca dos mensageiros de Deus, Moisés e Jesus.

Comparação de Jesus e Maomé:


Característica
Jesus
Maomé
Combate
Nunca lutou
Lutou diversas vezes
Chamamento
Quando ouviu a voz de Deus foi ao deserto jejuar e fortalecer-se
Quando ouviu Alá (através de Gabriel) tentou matar-se por pensar que estava possuído por demónios
Identidade
Agia como Deus
Confessava ser homem
Matança
Nunca matou
Matou diversas pessoas
Casamento
Nunca se casou
Casou-se com cerca de 20 mulheres
Ministério
Foi enviado diretamente por Deus
Foi enviado por um anjo (Gabriel)
Milagres
Realizou diversos, tendo inclusivamente ressuscitado mortos
O único milagre que ele alegou foi o próprio Corão em si
Profecias
Há dezenas de profecias sobre a sua vinda
Não há menção da sua vinda
Sacrifício
Sacrificou-se voluntariamente para salvar outros
Matou outras pessoas para sobreviver
Pecado
Nunca pecou
Era pecador
Escravos
Nunca possuiu
Possuiu diversos, comprava e vendia, mas comprava mais do que vendia
Nascimento
Teve um nascimento único e  milagroso
Nascimento normal
Mulheres
Tratou-as de forma igual aos homens
Disse que elas tem apenas metade da capacidade mental de  um homem
Paz
Foi chamado de ‘Príncipe da Paz’
Declarou guerra aos não-crentes
Discípulos
Os seus discípulos morreram pela sua fé
Os seus discípulos mataram pela sua fé
Inimigos
Perdoou os que o mataram
Mandou matar críticos e  inimigos, alguns apenas com base em suspeitas
Inimigos (2)
Ordenou que amássemos os que nos perseguem
Ordenou que trouxessem terror ao coração dos inimigos
Deus
Indicou ser a incarnação de Deu
Disse que Alá é o único Deus
Satanás
Tendo sido tentado por Satanás, repreendeu-o e expulsou-o
Foi vítima de magia e numa certa ocasião Satanás pôs palavras na sua boca sem que ele se apercebesse da diferença entre as palavras de Satanás e de Gabriel.
Oração
Disse: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois comprazem-se em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. E, orando, não usei de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos”.
Disse que passar à frente de alguém que ora anula a oração deste, que aquele que olhar para cima durante a oração ficará cego, que aquele que não se prostrar adequadamente a sua oração não será aceite e que aquele que orar mais alto que o líder (Imame) Alá transformará seu rosto na cara de um burro.
Últimas palavras
“Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. “Está consumado”
“Que Alá amaldiçoe Judeus e Cristãos por construirem locais de adoração no túmulo dos profetas"


Apesar de todas as diferenças, o Xeque David afirma convictamente que a mensagem de Maomé é a mesma de Jesus.



O islão ou islam – que deriva de salam – é paz. E há, aliás, vários exemplos da vida do nosso profeta que mostram que, mesmo tendo sido incomodado e maltratado, Maomé nunca reagiu com violência. Pelo contrário, sempre mostrou amor pelo próximo.

Islão deriva de paz? Tem graça, já ouvi outros imãs afirmarem que deriva de "submissão". Maomé nunca reagiu com violência? Essa é boa. Ibn Hisham, um dos mais antigos editores da Sira (biografia de Maomé) de Ibn Ishaq (historiador islâmico árabe que colecionou tradições orais e compilou a base da primeira biografia de Maomé) omitiu partes do trabalho de Ibn Ishaq que ele entendeu serem negativos ou não-autênticos mas deixou ficar as histórias de Abu Afak and Asma bint Marwan, críticos de Maomé que foram assassinados por ordem deste. Historiadores muçulmanos, tanto no passado como no presente, consideram-nos eventos genuínos na vida de Maomé. Abu Afak, um poeta judeu (supostamente) com 120 anos de idade foi morto por compor poemas satíricos acerca de Maomé. Após o assassinato de Abu Afak, Asma bint Marwan compôs um poema onde acusava o Islão e os seus seguidores de assassinarem os seus oponentes. Pagou-o com a vida. Ka'b ibn al-Ashraf foi outro poeta crítico de Maomé. Tal como os anteriores, foi morto por ordem deste. O assassinato de Ka'b ibn al-Ashraf está descrito no Sahih al-Bukhari, a coleção de hadiths (lendas e histórias sobre a vida de Maomé) tida como mais confiável.

Das duas uma: ou Xeque David, apesar de ter dedicado a vida a estudar o Corão, Suna e Hadiths revela um desconhecimento grosseiro dos seus conteúdos, ou ele proferiu, conscientemente e propositadamente, afirmações que sabe à partida não serem verdadeiras.

1 comentário:

  1. Esse homem continua a mentir às multidões e estas a levarem-no a sério. Mal ele aparece é saudado entusiasticamente. Sabe dar palha ao burro...

    ResponderEliminar

Comentários temporariamente desactivados. As nossas desculpas.