"Purim de Hitler"
História de Purim 1942: "Purim de Hitler" em Marrocos
Em 1940, os nazis invadiram a França, e herdaram o império
colonial francês, que incluia os actuais Marrocos, Argélia e Tunísia. O
governo de Vichy, de França, que controlava as colónias francesas no norte
da África, colaborou activamente com os nazis, e muitos judeus na
França foram enviados para campos de extermínio. No
entanto, em 1942, as Forças Aliadas invadiram os territórios controlados por Vichy - Marrocos, Argélia e Tunísia - derrotando os nazis e os seus
colaboradores de Vichy. Os judeus da África do Norte viram essa invasão como um milagre dos céus, que poupou as suas comunidades de sofrerem o mesmo destino
que os judeus da Europa foram obrigados a suportar.
Na
época da invasão dos Aliados, 330 mil judeus viviam nos territórios controladas
pelos franceses na África do Norte. Sob o governo de Vichy, os judeus foram
despojados de seus direitos civis, os seus bens foram confiscados,
suportaram pogroms violentos dos muçulmanos, e muitos homens foram também enviados para campos de trabalhos forçados. O
regime de Vichy também tinha procurado deportar os judeus do norte
da África para campos de extermínio, mas o Rei Mohammed V de Marrocos
recusou-se a cooperar neste plano, o que resultou em atraso na deportação dos
judeus marroquinos. No final, devido à intervenção dos Aliados, os judeus da África do Norte não foram enviados para campos de extermínio.
Para comemorar este evento na História, a comunidade judaica de
Casablanca declarou o 2 de Kislev, data da invasão aliada de Marrocos, o "Purim. de Hitler". P. Hasine, um professor de Hebraico de Casablanca,
até escreveu um Megillat Hitler, que está em exposição nos EUA, no Museu Memorial do Holocausto. O
Megillat Hitler combina a história de como os judeus de Shushan foram
poupados do genocídio planeado por Hamã, com a sorte que a comunidade
judaica de Casablanca teve durante a Segunda Guerra Mundial. O pergaminho Megillat Hitler, escrito em Hebraico, toma passagens
do Livro de Ester, como "o mês que tornou a tristeza em regozijo", e utiliza simultaneamente referências modernas, amaldiçoando Hitler e
Mussolini.
Os judeus
marroquinos, além de lerem o Megillat Hitler em 2 de Kislev, iniciaram celebrações alegres e deram presentes aos pobres, como todos os judeus tradicionalmente fazem em Purim. Além
disso, amaldiçoaram Hitler, os nazis, e
todos os anti-semitas que têm como alvo o povo judeu ao longo das
gerações. De
facto, para os judeus marroquinos, existem paralelos simbólicos
significativos entre a história de Purim e a sua comunidade ter sido salva de
ser enviada para campos de extermínio. Em
primeiro lugar, os judeus marroquinos foram poupados de ser
assassinados por um regime em busca do genocídio contra o povo judeu,
assim como os judeus de Shushan. Em segundo lugar, assim como a Rainha Ester entrou em cena para
salvar os judeus de Shushan, os Americanos intervieram para salvar os
judeus da África do Norte, desempenhando assim o papel da Rainha Ester nos nossos dias.
É claro que é natural que haja diferenças entre as duas histórias. Infelizmente,
as Forças Aliadas permitiram a todos os altos funcionários do regime de
Vichy que permanecessem no poder na África do Norte. Não houve repressão das forças anti-semitas no norte da África. Na
verdade, o Escritório de Assuntos Judaicos de Vichy continuou a operar,
sob o domínio dos Aliados, bem como os campos de trabalhos forçados; os
judeus também não recuperaram os seus direitos civis, e os judeus argelinos
não receberam de volta a sua cidadania francesa. A vitória dos judeus contra o anti-semitas não foi completa no Norte da África, como foi no antigo Império Persa. Ainda assim, no entanto, o facto de os judeus marroquinos terem sido
poupados do horror completo do Holocausto, é algo que deve ser
comemorado e lembrado aos judeus que ao redor do mundo comemoram o Purim.
Por Rachel Avraham
Unidos com Israel
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