História de Israel - O Sionismo Moderno (1)
Sir Moses Haim Montefiore
A simpatia pela causa Sionista contou com figuras políticas de relevo, como Sir Moses Haim Montefiore, um judeu britânico, banqueiro, empresário e filantropo, e o Barão Edmond Benjamin James de Rothschild, um judeu francês, banqueiro, filantropo, artista e figura de destaque na Sociedade.
Barão Edmond Benjamin James de Rothschild
Kalischer (ver post anterior) viajou pela Alemanha, angariando simpatizantes para irem para Israel cultivar a terra. O filho do rabino Kalischer, Wolf Kalischer, fundou a escola agrícola Mikve Israel, localizada perto de Tel Aviv, apoiada financeiramente pelo Barão Rothschild. O zelo de Kalischer e a sua devoção incessante pela sua causa, combinados com as suas boas relações com homens poderosos da época, fizeram dele um dos pilares do moderno Estado de Israel.
Embora a maioria dos influentes Sionistas iniciais fosse de ascendência asquenazita, os judeus sefarditas* tiveram também papel de relevo. Judá ben Solomon Hai Alkalai, nascido em Sarajevo, escreveu um livro cujo tema da redenção através do regresso à Terra de Israel teve grande impacto nos escritos de Kalischer.
* - Judeus sefarditas são os que, após a destruição do Sendo Templo de Jerusalém, vieram instalar-se no Ocidente da Europa e Norte de África.
Moses Hess, francês, filósofo e judeu secular, activo no início dos anos de 1860, viu a ascensão do nacionalismo na Itália e na Alemanha, e previu que os alemães acabariam por ser intolerantes com as aspirações nacionalistas dos outros povos.
No seu livro, "Roma e Jerusalém: A Última Questão Nacional", que passou relativamente despercebido no seu tempo, declarava que o estabelecimento de uma pátria para os judeus na Palestina era a única solução duradoura para o anti-semitismo. Hess foi homenageado posteriormente pelo seu papel no estabelecimento do Estado de Israel.
"A época do domínio racial está a chegar ao fim. Mesmo os mais pequenos povos, sejam eles germânicos ou românicos, eslavos ou nórdicos, célticos ou semitas, assim que avançarem com as suas reivindicações a um lugar entre as nações históricas, vão encontrar apoiantes e simpatizantes entre as poderosas nações ocidentais civilizadas".
Moses Hess - "Moses Hess, Rome and Jerusalem" via Zionism on the Web
Os pogroms (ataques anti-semitas) na Rússia, de 1881 a 1884, destruíram milhares de lares judeus em 166 cidades em todo o Império do Sul. Ao princípio, as mortes não eram em número elevado, mas as famílias foram reduzidos à pobreza.
O czar culpou os judeus pelos pogroms (como hoje os islamistas matam judeus e afirmam que são os judeus os atacam) e promulgou duras restrições contra eles. Nos anos 1903 a 1906, um pogrom muito mais brutal eclodiu, matando cerca de 2.000 judeus. Outros motins eclodiram em Odessa entre 1859 e 1905, causando centenas de mortos.
Os pogroms foram parte do plano de russificação do Czar Alexandre III. Alexandre acreditava que a Rússia só poderia ser forte se fosse "verdadeiramente russa". Tentou forçar a saída de todas as minorias étnicas da Rússia. Um grupo que Alexandre queria fora da Rússia eram os judeus. Os pogroms são o nome dos cossacos enviados para destruir as aldeias judaicas. Pogrom tornou-se uma palavra que significa um motim dirigido contra um grupo particular de pessoas. Aparentemente, a ideia de russificação não funcionou muito bem. Não muito depois, a Rússia foi derrotada pelo Japão na Guerra Russo-Japonesa - via pgawaorld.
"Não creio que fosse jamais popular em França a aliança com um povo estúpido e sem livros. Todo o ser de alta civilização espiritual gosta que os amigos, com quem se mostra perante o mundo, pertençam à mesma alta elite" - Eça de Queirós sobre a aliança francesa com a Rússia de Alexandre III (na imagem).
Estes ataques obrigaram os judeus a modificar a percepção do seu estatuto na Rússia; a imigração para os Estados Unidos e a ideologia Sionista experimentaram um crescimento, no seguimento destes ataques anti-semitas. Embora a maioria dos judeus que fugiam da Rússia tenha ido para os EUA, alguns grupos decidiram fazer aliá (ir para Israel, a Terra dos seus ancestrais).
Bibliografia: Stand With Us.
Jewish Virtual Library
Vida quotidiana judaica na Ucrânia: pessoas humildes, honestas e trabalhadoras como estas, por serem judeus, têm sido ao longo da História acusadas, sem jamais ter sido apresentada qualquer prova, de "dominarem secretamente o Mundo" e outros absurdos. Ainda hoje, na Internet, o velho mito se reveste de novas e sofisticadas formas. Dantes, eram acusados de envenenarem os poços, hoje são acusados de serem lagartos do Espaço que dirigem secretamente a suposta sociedade secreta Illuminati.
Em baixo: Filmes caseiros raros descrevem a vida em família, as festas de aniversário, as férias, e muito mais, um vislumbre da vida dos indivíduos judeus na Europa, que logo depois foram arrastados para a destruição do Holocausto - United States Holocaust Memorial Museum
Em baixo: uma entre muitas histórias de heroísmo: Corrie ten Boom (1892-1983), cristã, fiel da Igreja Reformada Holandesa, protestou contra a perseguição nazi aos judeus, escondeu e salvou muitas vidas, acabando por ser presa. As diferenças de crença religiosa não a impediram de ver em cada ser humano um irmão. É esse o ideal que o Mundo conheceu através dos Judeus, precisamente.
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