terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O lado israelita de David Bowie


Bowie em Israel (o único país do Médio Oriente onde o rock'n'roll não é proibido)

David Bowie deixou este mundo, após uma vida cheia, intensa e artisticamente prolífica. Goste-se mais ou menos da sua música, não passou despercebido a ninguém que se interesse por rock'n'roll, e ninguém duvida que foi um dos artistas de culto do género. 

No que diz respeito a Israel, foi das estrelas rock que não teve medo da pressão anti-semita e actuou no Estado Judaico sempre que quis, e teve a calorosa recepção que o seu povo dispensa aos visitantes. 

Em 1996, numa das suas visitas a Israel, um Bowie sorridente reclama com o entrevistador israelita que está muito "Cham, cham, cham" (calor) em Israel. Saudável e descontraído, Bowie discute planos para o futuro e diz: "Eu acho que teria que ser muito espremido para me sentir mais feliz... nota-se?".

Bowie chegou a coleccionar artigos nazis (como o recém falecido Lemmy, dos Motorhead fez, toda a vida) e em 1976 defendeu o carisma de Hitler e uma solução fascista  e racista para o Reino Unido. Atribuiu essas atitudes ao abuso de cocaína.

Ao contrário do que se diz na Internet, David Bowie não era judeu. O pai do seu irmão mais velho, Terry, era judeu. Daí, talvez, a confusão.

Na sua juventude, Bowie considerou a vida monástica budista. O seu mestre (sabiamente) aconselhou-o a ser músico. 

Foi o primeiro (e possivelmente o único) rocker que cantou sobre Kabbalah, o misticismo judaico.

No seu disco "Station to Station", de 1976 (ano da célebre entrevista  pró-nazi), na canção título, constam os versos:
“Here are we, one magical moment
Such is the stuff, from where dreams are woven
Bending sound, dredging the ocean, lost in my circle
Here am I, flashing no color
Tall in this room overlooking the ocean
Here are we, one magical movement from Kether to Malkuth
There are you, you drive like a demon from station to station…
"Aqui estamos nós, num momento mágico
Assim é a matéria de que os sonhos são tecidos
Dobrando o som, dragando o oceano, perdido no meu círculo
Aqui estou eu, piscando sem cor
Alto neste quarto com vista para o oceano
Aqui estamos nós, um movimento mágico de Kether a Malkuth
Aí estás tu, vais como um demónio, de estação para estação ... ".


De acordo com o artigo de Seth Rogovoy"The Secret Jewish History of David Bowie", a letra "refere-se às emanações divinas do infinito: Kether, ou 'coroa',  a vontade divina ou a pura luz; e Malkuth, ou 'realeza', o receptáculo carinhoso dessa luz."



Contra-capa de "Station to Station"

Bowie foi retratado na parte de trás do álbum enquanto "desenhava o diagrama das 10 Sefirot, uma actividade a que supostamente se dedicava com alguma frequência durante a gravação do álbum, em Los Angeles".


Bowie co-produziu a obra seminal de Lou Reed, o álbum "Transformer", de 1972

Entre outras curiosidades judaicas, o primeiro manager de Bowie - Les Conn - era judeu. O seu grande amigo e rival musical Marc Bolan, também. Era judeu também aquele que Bowie considerava o seu mestre - Lou Reed.

A persona mais bem conseguida, das muitas que o Camaleão do Rock incarnou, foi Ziggy Stardust, o malogrado vocalista  das Aranhas de Marte. Pura magia:

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