domingo, 16 de abril de 2017

História da Páscoa Judaica com tecnologia e imaginação


Estudantes talentosos e criativos do prestigiado Instituto de Tecnologia Technion-Israel contam a história da Páscoa usando robôs e muita imaginação.

Neste vídeo, os estudantes do Technion usam uma máquina ao estilo Rube Goldberg, que conta história da Páscoa, com a separação do Mar Vermelho, a sarça ardente e montes de matzah! Eles até conseguiram representar todas as dez pragas.

Nota nossa: Reuben Garrett Lucius Goldberg foi um artista plástico, cartoonista, escultor, escritor e engenheiro norte-americano, especialmente famoso pelos desenhos humorísticos de máquinas complexas para executar tarefas simples. Aqui, temos uma máquina de arrefecer a sopa na colher:

Goldberg era norte-americano e judeu (deveríamos ter adivinhado pelo apelido).

Este feito magistral de tecnologia foi criado por uma equipa de alunos da Faculdade de Engenharia Mecânica. Foram acompanhados por estudantes da Faculdade de Arquitectura e Urbanismo. Para que tudo funcionasse, buscaram a ajuda dos laboratórios na Faculdade de Química da Schulich. Tiveram que trabalhar dia e noite para conseguir isto, e nota-se:


Com este divertido vídeo, vão os nossos votos de Páscoa Feliz para todos os leitores e amigos.
Hoje em dia, com a Internet, basta um pouco de curiosidade e algum discernimento para ficarmos a saber quase tudo o que existe para saber (nomeadamente sobre Israel, judeus e Judaísmo). De modo que, e ainda por cima não sendo judeu, não pretendo ensinar-vos o que é a Páscoa Judaica. 
Pode ser, contudo, que aguce a vossa curiosidade. Afinal, Portugal é um país cristão, quase todos tivemos uma educação cristã (eu incluído) e uma das imagens mais marcantes da iconografia cristã retrata precisamente um seder, a refeição ritual em que os judeus celebram a Páscoa, a Passagem do Mar Vermelho,  quando fugiam do cativeiro no Egipto. 
Sem querer agora debater a precisão histórica das narrativas Bíblicas da Páscoa cristã ou da Páscoa judaica (e muito menos questões teológicas), a verdade é que há dois mil anos já o Povo Judeu levava quase dois mil anos de celebração da Páscoa.
Segundo a narrativa Bíblica (ver o Livro do Êxodo), os judeus começaram por ser hóspedes de honra no Egipto. Afinal, o famoso José do Egipto, hebreu, filho de Jacob/Israel, contribuíra, com a sua inteligência e lealdade, para a prosperidade da nação onde chegou como escravo. 
Séculos mais tarde, aconteceu o que viria a repetir-se até hoje: Os judeus integraram-se, acataram escrupulosamente as leis do país, mas mantiveram-se fiéis às suas crenças religiosas e à sua cultura. O germe do anti-semitismo começou a desenvolver-se, e, de povo acarinhado e bem-vindo, passaram a ser perseguidos e escravizados.
E é aí que Moisés entra na história, liderando a revolta. O Faraó, que nada tinha a perder com o regresso dos Hebreus à sua Terra, manifestou essa má-vontade atávica contra eles, e recusou-se a deixá-los sair, apesar das famosas Pragas do Egipto.
Finalmente, os judeus fugiram mesmo, e toda a gente conhece, pelo menos, o episódio dramático da abertura das águas do mar para eles passarem.
Desde aí (há cerca de 3.800 anos, vai para quatro milénios, portanto), que os judeus celebram todos os anos essa Fuga para a Liberdade. Passaram Civilizações, Impérios tiveram o seu apogeu e declínio, e os Judeus, um ínfimo grupo humano no cenário  geral do Mundo, continuam a celebrar essa Passagem - sejam eles judeus religiosos ou não, tal como entre os cristãos, celebram Natal e Páscoa (festas religiosas) mesmo os que não ligam a religião, ou nem são propriamente crentes.
Mas não é apenas o aspecto aventuroso da Páscoa /Passagem que os judeus celebram. O Judaísmo, como outras religiões, pode ser interpretado em "camadas". E por baixo de cada história narrada na Bíblia há um simbolismo. Cada judeu, em cada geração, considera-se ele mesmo saído do Egipto. Hoje, os judeus já não são cativos fisicamente (o Holocausto foi o mais recente episódio da repetição cíclica do cativeiro egípcio, e esperamos que tenha sido o derradeiro).
No entanto, como quaisquer seres humanos, os judeus são cativos não de um Faraó, mas das más inclinações que também fazem parte da natureza humana. Melhorar-se a si mesmo e ao Mundo é a missão que cada judeu se propõe, pelo que a Páscoa é ocasião de abandonar os cativeiros da imperfeição e de se aventurar na Liberdade de servir a Deus e ao próximo em plena consciência e o melhor possível.
Teologia e dogmas à parte,  a  moral desta história pode servir a qualquer um. 
Oliveira da Figueira
P.S. - Chag Pessach Sameach :-)

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