Mandela e De Klerk - reconciliação é possível
O Público fala hoje de como Mandela protagonizou uma reconciliação impossível.
A nossa esperança é que mais reconciliações impossíveis se tornem possíveis...
Grupos judaicos choram Mandela
Diversas organizações judaicas juntaram-se à comunidade global no luto por Mandela. "Nelson Mandela será lembrado por muito tempo como uma das maiores figuras da sua geração e uma das figuras do combate pela liberdade mais inspiradores e eficazes da história moderna", disse Abraham H. Foxman , Director Nacional da ADL, em comunicado.
"Durante os anos das suas provações e tribulações, a comunidade judaica da África do Sul apoiou Nelson Mandela, e quando recuperou a liberdade, ele devolveu a amizade e o apreço", acrescentou Foxman. (...)
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Mandela e o Sionismo
Este último ponto é importante porque existe um equívoco generalizado de que Mandela foi um adversário do Sionismo e de Israel. Em parte, isso deve-se a uma carta que liga Israel com o apartheid, supostamente escrita por Mandela, que se tornou viral na internet (de facto, o verdadeiro autor foi um activista palestino chamado Arjan el Fassed, que mais tarde confessou que a forjou, alegando que esta reflectia os verdadeiros sentimentos de Mandela).
Mas também é verdade que, nas condições da Guerra Fria da época, os principais aliados do ANC, ao lado dos soviéticos, eram ditadores árabes e do terceiro mundo, como Ahmed Ben Bella na Argélia, e Gamal Abdel Nasser no Egipto. A confusão é ainda agitado pelo entusiasmo de alguns dos companheiros de Mandela, como o arcebispo Desmond Tutu, em compartilhar o 'copyright' Sul-Africano sobre a palavra 'apartheid', com os palestinos.
Mas esses activistas que querem fazer da causa palestina o equivalente ao movimento que se opunha ao apartheid Sul-Africano no século XX, e trazê-lo para o século XXI, terão que assumir - se se regerem pelos padrões básicos de honestidade - que é muito difícil para invocar Mandela como apoio.
As Memórias de Mandela estão cheias de referências positivas para com os judeus e até mesmo para com Israel. Ele lembra que o que aprendeu sobre guerrilha não foi com Fidel Castro, mas com Arthur Goldreich, um judeu Sul-Africano que lutou com o Palmach durante a Guerra de Independência de Israel.
Mandela contava que a única companhia aérea que aceitava transportar o seu amigo Walter Sisulu para a Europa, sem passaporte, era a El Al, de Israel. Além do mais, a alegada comparação da democracia de Israel com o apartheid, simplesmente não existe. (...)
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