Também existe a variante onde uma figura pública é "apanhada" numa situação fora do comum:
O equivalente egípcio ao "rapto" do Miguel Veloso consiste em convidar celebridades locais pedindo-lhes que se deixem entrevistar para um canal de televisão alemão, sendo que a meio da entrevista alguém telefona e diz qualquer coisa do tipo "ah, e tal, até te tinha em boa conta mas isso foi antes de estares a dar uma entrevista a um canal israelita":
As ações e reações são impressionantes, desde uma senhora que diz que os israelitas "estão sempre a choramingar por causa do Holocausto, ou lá como é que se chama" até à agressão da entrevistadora e outros membros do staff que afirmam ser israelitas. O último "apanhado" diz "Se não fosses uma rapariga, quando me disseste que eras judia...", ao que a apresentadora responde "Não, não, odeio os judeus de morte". Termina com a entrevistadora (que entretanto apanhou uns valentes pares de estalos) a exaltar o "patriotismo" que "existe em cada egípcio que respira o ar deste país".
Não se pense que é caso único. Atente-se, por exemplo, em Ramadan Darwish que nos Jogos Olímpicos de 2012 se recusou a apertar a mão ao atleta israelita Ariel Ze'evi:
Os media egípcios não sabiam se o deveriam descrever como herói (por não apertar a mão) ou como vilão (por ter aceitado lutar com um atleta israelita)...
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