A elevada salinidade do Mar Morto torna fácil boiar...
Ori Aloni lançou recentemente este vídeo que mostra a beleza do Mar Morto, que, com o Rio Jordão, é fronteira entre Israel e a Jordânia. É famoso por ser o lugar onde o Rei David procurou refúgio e por ter sido usado como um recurso de saúde pelo Rei Herodes.
Além de ser um grande fornecedor de bálsamos e suprimentos médicos, descobriu-se recentemente que há, de facto, a vida no Mar Morto.
Além de ser um grande fornecedor de bálsamos e suprimentos médicos, descobriu-se recentemente que há, de facto, a vida no Mar Morto.
O Mar Morto é, na realidade, um lago. É abastecido pelo Rio Jordão e é o ponto mais baixo da Terra. Mais acima, pode-se ver o Mar da Galileia, mais pequeno:
Pesquisadores descobriram microorganismos e nascentes subterrâneas nos níveis mais profundos do ponto mais baixo da Terra.
Chamar "morto" ao Mar Morto é um termo impróprio. Este lago salgado localizado no ponto mais baixo na terra, abrangendo Israel e Jordânia, contém vida. Não tem peixes grandes, nem atrai gaivotas sedentas, mas um novo estudo sugere que é palco de vida e rico em microrganismos, alguns nunca antes descritos pela ciência.
Chamar "morto" ao Mar Morto é um termo impróprio. Este lago salgado localizado no ponto mais baixo na terra, abrangendo Israel e Jordânia, contém vida. Não tem peixes grandes, nem atrai gaivotas sedentas, mas um novo estudo sugere que é palco de vida e rico em microrganismos, alguns nunca antes descritos pela ciência.
Mil israelitas tiraram a roupa no Mar Morto, em nome da arte de Spencer Tunick, que também já cá fotografou.
Poucos dias depois de o fotógrafo americano Spencer Tunick ter fotografado o "strip" de 1.000 voluntários no Mar Morto, uma equipa de pesquisadores israelitas e alemães anunciou algumas descobertas emocionantes de uma expedição de pesquisa de Verão: micro organismos que se apresentam como tapetes microbianos fotossintéticos sobre 150 metros da costa, a 30 metros de profundidade desse mar rico em minerais.
Beleza e Vida
Depois de uma proliferação de algas em 1992, após uma forte chuvada, os cientistas já sabiam que poderia haver vida no Mar Morto, mas onde e como, não sabiam.
O Mar Morto é um ambiente hostil para as formas de vida, e alguns biólogos estavam interessados em estudar os limites inferiores, de difícil acesso. Somente mergulhadores especializados podem ir até às partes mais profundas do Mar Morto; mesmo na superfície, os nadadores são advertidos para não colocarem a cabeça debaixo de água.
Trabalho em condições extremas
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha de Bremen, na Alemanha; da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade Ben-Gurion, em Beersheva, localizaram uma nova série de fontes subaquáticas no Mar Morto. E em torno delas descobriram novas formas de vida.
A descoberta, diz Danny Ionescu do Instituto Max Planck, abre uma série de novas questões para os microbiologistas que estudam a sobrevivência de organismos em ambientes agressivos.
"Estou interessado em ambientes extremos, e já estudei nascentes termais na Jordânia", disse Ionescu. "O Mar Morto é um ambiente extremo devido à sua alta salinidade e composição do sal. Estamos sempre a aprender como é que os organismos, especialmente em micro ambientes, lidam com o ambiente do Mar Morto. Até agora, tem sido quase sempre um trabalho aborrecido".
Vale a pena lutar
O Mar Morto está a perder a sua água a uma taxa rápida, devido à secagem do rio Jordão e às indústrias químicas de mineração no extremo sul do mar, que buscam brometo e fósforo.
"O nível da água do Mar Morto está definitivamente em declínio, e isso é devido a causas humanas", diz Ionescu. "Se vai secar até tornar-se um pequeno lago, é discutível. Eventualmente, alcançar-se-á algum equilíbrio, daqui a uns cem anos. Mas é definitivamente um ambiente que vale a pena preservar e pesquisar".
Os resultados destas pesquisas podem ter relevância nos estudos de viabilidade, que sugerem que a diminuição do nível das águas pode ser invertida com água bombeada do Mar Vermelho, a sul. Esse projecto potencial, o "Canal Morto-Vermelho", está a ser investigado pelo Banco Mundial como um projecto de paz para impulsionar os laços económicos entre Israel e a sua vizinha Jordânia.
Os ambientalistas temem que a água do Mar Vermelho possa conter outros microorganismos que possam prejudicar o frágil equilíbrio do Mar Morto.
De acordo com Ionescu, tem havido vários estudos sobre o impacto da mistura das duas águas. Alguns nutrientes provavelmente chegarão ao Mar Morto através das futuras unidades de dessalinização do Mar Vermelho. Desde há muito que se sabe que a introdução de novas espécies em ambientes sem factores concorrentes pode ter consequências destrutivas.
"Estamos perante uma fonte adicional de água e microorganismos", diz Ionescu. "É verdade que eles provavelmente não sobreviverão no Mar Morto, porque é hostil. Mas, após cinco anos de reabastecimento, o Mar Morto ficará como era antes de 1979. Isso significará menos salinidade em cima, onde as novas águas poderão alterar o equilíbrio microbiano no Mar Morto".
Estas são as questões a que as pesquisas de Ionescu e seus homólogos israelitas procuram responder, enquanto os estudos continuam.
Por Rivka Borochov
Trabalho em condições extremas
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha de Bremen, na Alemanha; da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade Ben-Gurion, em Beersheva, localizaram uma nova série de fontes subaquáticas no Mar Morto. E em torno delas descobriram novas formas de vida.
A descoberta, diz Danny Ionescu do Instituto Max Planck, abre uma série de novas questões para os microbiologistas que estudam a sobrevivência de organismos em ambientes agressivos.
"Estou interessado em ambientes extremos, e já estudei nascentes termais na Jordânia", disse Ionescu. "O Mar Morto é um ambiente extremo devido à sua alta salinidade e composição do sal. Estamos sempre a aprender como é que os organismos, especialmente em micro ambientes, lidam com o ambiente do Mar Morto. Até agora, tem sido quase sempre um trabalho aborrecido".
Vale a pena lutar
O Mar Morto está a perder a sua água a uma taxa rápida, devido à secagem do rio Jordão e às indústrias químicas de mineração no extremo sul do mar, que buscam brometo e fósforo.
"O nível da água do Mar Morto está definitivamente em declínio, e isso é devido a causas humanas", diz Ionescu. "Se vai secar até tornar-se um pequeno lago, é discutível. Eventualmente, alcançar-se-á algum equilíbrio, daqui a uns cem anos. Mas é definitivamente um ambiente que vale a pena preservar e pesquisar".
Os resultados destas pesquisas podem ter relevância nos estudos de viabilidade, que sugerem que a diminuição do nível das águas pode ser invertida com água bombeada do Mar Vermelho, a sul. Esse projecto potencial, o "Canal Morto-Vermelho", está a ser investigado pelo Banco Mundial como um projecto de paz para impulsionar os laços económicos entre Israel e a sua vizinha Jordânia.
Os ambientalistas temem que a água do Mar Vermelho possa conter outros microorganismos que possam prejudicar o frágil equilíbrio do Mar Morto.
Conciliar conservação e actividade económica é o desafio
De acordo com Ionescu, tem havido vários estudos sobre o impacto da mistura das duas águas. Alguns nutrientes provavelmente chegarão ao Mar Morto através das futuras unidades de dessalinização do Mar Vermelho. Desde há muito que se sabe que a introdução de novas espécies em ambientes sem factores concorrentes pode ter consequências destrutivas.
"Estamos perante uma fonte adicional de água e microorganismos", diz Ionescu. "É verdade que eles provavelmente não sobreviverão no Mar Morto, porque é hostil. Mas, após cinco anos de reabastecimento, o Mar Morto ficará como era antes de 1979. Isso significará menos salinidade em cima, onde as novas águas poderão alterar o equilíbrio microbiano no Mar Morto".
Estas são as questões a que as pesquisas de Ionescu e seus homólogos israelitas procuram responder, enquanto os estudos continuam.
Por Rivka Borochov
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