O que é fascinante para nós, que nascemos e vivemos sempre em Portugal e na tradição cristã, é que estas festas, que já eram milenares nos tempos de Jesus/Yeshua, continuam a ocorrer hoje em Israel, com a mesma naturalidade de então. A Festa das Tendas é para nós uma narrativa bíblica. Para os judeus é um evento do dia a dia.
Depois do Yom Kippur: Edifícar com alegria para o Sucot
No dia seguinte ao feriado judaico do Yom Kippur, as comunidades judaicas em Israel e em todo o mundo começaram a preparar o Festival de Sucot.
No Yom Kippur, o Dia da Expiação, que este ano caiu na noite de sexta/sábado, 3-4 de Outubro, o povo de Israel imitou os anjos, jejuando por 24 horas de comida e bebida. As horas de vigília de Yom Kippur são gastas na sinagoga, em solene oração, mas com alegria pela purificação espiritual e pelo perdão.
Depois de se concentrarem intensamente nesta tarefa espiritual, as comunidades judaicas em Israel e em todo o mundo pegaram nas suas ferramentas e iniciaram os preparativos para o Festival de Sucot, em que os judeus constroem um abrigo temporário ao ar livre, conhecido como uma sucá.
O feriado de Sucot origina-se do mandamento de Deus aos antigos israelitas, como está registado na Bíblia:
"Por um período de sete dias vivereis em tendas. Cada residente entre os israelitas deve viver em tendas, a fim de que as gerações saibam que Eu mantive os filhos de Israel a viver em tendas, quando os tirei da terra do Egipto".
(Levítico 23: 42-43)
Durante o Sucot, que é tempo de férias para muitas famílias judias, grandes quantidades de comida e bebida são apreciadas durante as muitas refeições festivas dentro da sukkah. A Torá refere-se a Sucot como o festival da alegria, e esta era uma das três festas de peregrinação a Jerusalém, juntamente com Pessach e Shavuot, durante os tempos do Templo Sagrado em Jerusalém. O Sucot também é conhecido como a Festa dos Tabernáculos, uma referência às habitações em que os judeus vivem neste festival.
L
ogo após o fim das orações do Yom Kippur, ouve-se o som
do martelar na madeira, quando o povo de Israel começa a construir as suas
sukkahs.
Segundo o rabino Shalom Brodt, líder da
Yeshivat Simchat Shlomo, uma casa de estudo em
Jerusalém, há uma citação
no Talmud que diz que "quando uma mitzvá surge no seu caminho, corra a cumpri-la na primeira oportunidade."
- Mitzvá é um mandamento divino, uma boa acção.
A natureza temporária da sucá simboliza a dependência do homem perante Deus para o seu sustento. O telhado da sukkah é tradicionalmente feito de galhos de árvores e outros materiais naturais, simbolizando as "nuvens de glória" que abrigavam os antigos israelitas durante as suas andanças no deserto.
Apesar de uma sukkah ser tradicionalmente quatro paredes com uma cobertura natural, elas são construídas de muitas maneiras. O morador de Jerusalém Yosef Sherman constrói a sua por reciclagem de pedaços de madeira descartados. "Muitas vezes, quando as pessoas renovam os seus apartamentos, deitam fora madeira. O Sucot também é conhecido como a Festa das Colheitas, e eu participo desse espírito de 'colher', na forma de construção que uso. Eu gosto profundamente do processo criativo de recolha e construção de uma sukkah a partir de materiais reciclados. Nunca é a mesma sukkah duas vezes."
Em Jerusalém, quando chega o Sucot, estes abrigos enchem as calçadas, estacionamentos, ruas e varandas, transformando a cidade numa paisagem gigante de celebração e alegria.
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