“O Senhor me disse: Do norte se derramará a desgraça sobre todos os habitantes desta terra”.
(Jeremias 1:14)
"Foi a própria base da existência do povo de Israel que a Humanidade se reuniu para condenar no Conselho de Segurança da ONU".
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Shmuel Trigano: 2017, Ano Escatológico
"Escatologia" é um termo que se refere geralmente aos "últimos tempos". Eu não iria talvez tão longe, mas sem dúvida que estamos entrar no fim de um tempo.
Muitos sinais mostram que este ano vai assinar na verdade, o fim de um período que começou com a queda do Muro de Berlim em 1989 (ele mesmo uma consequência da Segunda Guerra Mundial), dois pontos de viragem que nos fizeram entrar num mundo desconhecido.
Entre 1989 e 2017, vivemos um período marcado pela utopia que cristalizou em torno da expectativa milenarista (despertada pela passagem do bi-milénio em 2000) e que podemos definir como o pós-modernismo. Um sonho poderoso que seduziu o Ocidente democrático, que acreditava no fim de qualquer limite para o total controle do destino e da natureza humana, num Estado Mundial, no fim das fronteiras e dos territórios ... uma verdadeira intoxicação de omnipotência.
Entretanto, a força crescente da Rússia, o colapso anunciado da União Europeia (palco principal desse frenesim e desse drama), o espectáculo épico da invasão da Europa por um exército de "migrantes" que, no ano passado cerraram fileiras sobre a Europa, o colapso dos Estados Árabes um pouco por todo o lado, e o assalto planetário do Islão, provocaram a erosão da velha ordem.
Passou-se dos confrontos entre países ao confronto entre blocos maciços, Civilizações, Impérios ou aspirantes a Império.
Na Europa, temos o confronto União Europeia-Rússia; no Médio Oriente, o confronto Irão-Arábia, o confronto Turquia-Irão, o confronto Xiitas-Sunitas e o confronto Islão-Ocidente, para não mencionar o confronto que opõe a China aos Estados Unidos.
Mundos concorrentes e conflitantes fecham-se sobre si mesmos, ao mesmo tempo que a globalização progride, e cada um parece prestes a atacar o seu vizinho.
Uma estranha atmosfera tomou conta do Ocidente, onde todos competem para demonstrar mais "moralidade", mais pureza, mais reconhecimento dos outros, ao mesmo tempo que o cinismo e a perversão de valores mostram todos os dias os seus efeitos.
Estamos em Sodoma, onde a crueldade se disfarçava como moralidade. O visitantes, diz a tradição judaica, eram bem acolhidos, mas forçados a dormir numa cama ou muito pequena para os maiores (a quem cortavam os pés), ou grande demais para os mais pequenos (cujas pernas eram esticadas até à morte).
Como sempre, o povo de Israel é o barómetro do estado da Humanidade.
O que acontece com Israel é sintomático. Duas cenas, muito semelhantes, ilustram teatralmente esta perversão da linguagem e da realidade: a votação sobre o reconhecimento do Estado imaginário da Palestina pelo Parlamento francês e o voto anti-Israel do Conselho de Segurança da ONU, ambos com ovação de pé.
Do que têm eles a felicitar-se por tais votações? Quanta dessa alegria expressou ódio e desprezo, expressão irreprimível de uma hostilidade atávica para com o povo judeu, que voltou a ser soberano e além do patrocínio da magnanimidade compassiva do Ocidente?
Quem são esses ‘palestinos’, que fazem o papel de vítimas preferidas do globo, onde situações infinitamente mais graves são abandonadas? Quem são eles se não os que pretendem a substituição de Israel e dos judeus no seu próprio ser e no seu próprio território? O "novo Israel" dos pós-colonialistas!
Porque a hostilidade visceral dos 'palestinos' é óbvia.
Esta fúria subiu na hierarquia:
Pela primeira vez, a UNESCO e as Nações Unidas decretaram que os judeus são colonos em Jerusalém e na Terra de Israel. O destino de Jerusalém decide estrategicamente, de facto, o destino de todo o território. Qual será o próximo passo, senão a aniquilação legal e moral de Israel?
Vemos levantar-se de novo a horda amalequita e a luta torna-se total, pois foi a própria base da existência do povo de Israel que a Humanidade se reuniu para condenar no Conselho de Segurança da ONU.
O planeta de um lado, Israel do outro, é um sinal do Fim, esperado na tradição messiânica judaica. É a condição de Abraão. A Humanidade reunida decretou que Israel é um estranho na sua Terra, e está prestes a pôr Israel de quarentena, se este não se render, antes de lhe desferir o golpe fatal.
É a profecia que se cumpre, se for o caso! Enquanto no extremo norte do focinho do novo império da Pérsia, “O Senhor me disse: Do norte se derramará a desgraça sobre todos os habitantes desta terra” (Jeremias 1:14), no ponto focal da concorrência dos Impérios, Russo, Iraniano e Turco.Qual fará o jocker do destino, Trump?
Shmuel Trigano, EUROPE-ISRAEL
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