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domingo, 28 de março de 2021

Medieval! Político brasileiro diz que "judeus sacrificam crianças"!

 

Político brasileiro revive ‘libelo de sangue’ medieval contra judeus 

Um dos políticos mais famosos do Brasil foi alvo de uma queixa criminal apresentada na segunda-feira, informa o The Algemeiner.


 
Libelo de sangue: político brasileiro diz que "judeus sacrificam crianças" 
 
Roberto Jefferson postou um vil libelo antissemita acusando os judeus de sacrifício de crianças. 
 
Por Yakir Benzion, Unidos Com Israel 
 
A comunidade judaica brasileira condenou uma postagem nas redes sociais de um político problemático e disse que apresentaria acusações criminais de ódio contra Roberto Jefferson. Jefferson postou online que “os judeus sacrificam crianças. A História repete-se.” 
 
A Confederação Judaica do Brasil (JCB), que representa a comunidade judaica brasileira de 120.000 membros, chamou a postagem de Jefferson de "uma mensagem abertamente anti-semita" e "uma das formas mais vis" de atacar os judeus, informou a Agência Telegráfica Judaica (JTA) . 
 
“Trata-se de crime de racismo com pena acrescida por ter sido cometido através de uma rede social”, afirmou a Confederação em comunicado divulgado no fim de semana. “Capturas de ecrã e comentários de seguidores, que também podem ser caracterizados como crime, foram preservados para investigação criminal”, acrescentou a Confederação. 
 
Depois de a organização judaica reclamar, Jefferson tweetou que o JCB estava a “fazer palhaçadas”, relatou o JTA.
 
“Andam por aí uns idiotas que fazem questão de gerar tensões. A liderança da Confederação quer sensacionalismo. Idiotas”, tuitou Jefferson antes de a sua conta ser bloqueada. 
 
A declaração ofensiva que Jefferson postou na sua conta no Instagram na sexta-feira foi acompanhada por uma foto do antigo deus fenício Baal segurando uma criança nos braços. 
 
A postagem foi excluída, e uma verificação da conta do Twitter de Jefferson mostrou que ela foi suspensa com o aviso de que a "conta foi retida no Brasil e no mundo todo em resposta a uma demanda legal".
 
O Museu do Holocausto de Curitiba dedicou vários tweets educacionais ao assunto, observando que o texto do tweet de Jefferson é definitivamente antissemita. 
 
“A acusação de crime ritual contra judeus surgiu durante o período medieval. Conhecido como libelo de sangue, é uma das expressões mais terríveis de crueldade e fé cega em toda a História da Humanidade. O mito foi usado como motivação para o assassinato de milhares de judeus”, tuitou o museu no sábado. 
 
Jefferson tem um passado político conturbado manchado por um escândalo de corrupção.
 
Anteriormente banido do Parlamento brasileiro, Jefferson é actualmente presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas ele próprio não é membro do Legislativo. 

 

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou o Brasil em 2018, o primeiro primeiro-ministro israelita a fazê-lo. Lá, ele reuniu com o então presidente eleito Jair Bolsonaro para construir laços bilaterais. 
 
O partido PTB de Jefferson tem 12 cadeiras na Câmara dos Deputados parlamentares de 513 cadeiras do Brasil e é um forte apoiante do Bolsonaro, que prometeu transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.


 

Comunidade judaica denuncia Roberto Jefferson por post antissemita

Historicamente, a falácia antissemita de que os judeus matam crianças é sempre feita próximo à Páscoa judaica.

Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 21/03/2021

O Presidente Nacional do PTB, Roberto Jefferson, está acusado de antissemitismo pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e pela Juventude Judaica Organizada (JJO). No último sábado (20), Jefferson escreveu nas redes sociais que os judeus praticam o infanticídio.


 

“Baal, deidade satânica, caananitas e judeus sacrificavam crianças para receber a sua simpatia. Hoje, a história repete-se”, escreveu Roberto Jefferson em post publicado em sua conta no Instagram e apagado posteriormente.

A falácia antissemita de que os judeus assassinam crianças não é uma novidade e tem as suas origens ainda na Grécia antiga, nos textos de Apião. Conhecidas como Libelos de Sangue estas alegações vis, infundadas e mentirosas foram instrumentos historicamente usados para estimular a perseguição e o massacre de milhares de judeus através dos séculos.

Tradicionalmente a alegação falaciosa de que os judeus assassinam crianças sempre vem à tona às vésperas de Pessach, a Páscoa judaica, que será celebrada a partir do próximo dia 26. Desde a Idade Média e principalmente na Europa, a Igreja Católica, ortodoxa e grupos antissemitas acusam os judeus de usarem o sangue de crianças cristãs na fabricação da Matzá, o pão ázimo.

A fabulação antissemita de que os judeus assassinam crianças próximo à festa de Pessach já teve tanto prestígio que no século XVIII foi ela a responsável pela canonização de um dos muitos santos da Igreja Ortodoxa Russa.  De acordo com o Patriarcado de Moscou, São Gabriel de Bialystok, venerado até os dias de hoje, era uma criança de 6 anos do vilarejo de Zwierki que fora assassinada por um judeu durante a festa de Pessach.

Diferente da Igreja Católica Romana, que já renunciou ao discurso conspiratório antissemita, a Igreja Ortodoxa infelizmente defende até os dias de hoje a canonização de São Gabriel de Bialystok. Assim, em pleno século XXI, mantém vivo este Libelo de Sangue.

Através de uma nota, a CONIB disse que irá “preparar uma queixa-crime contra o Sr. Roberto Jefferson, Presidente Nacional do PTB, que divulgou no seu perfil no Instagram mensagem abertamente antissemita evocando uma das formas mais vis de atacar os judeus, o infanticídio”. De acordo com a instituição, a postagem pode ser qualificada como crime de racismo.

“Todo o crime de racismo é repugnante e deve ser punido com o máximo rigor da lei. A História já nos mostrou, da forma mais dura e bárbara, como o racismo e o discurso de ódio são responsáveis pelos episódios mais terríveis da Humanidade”, diz a nota publicada pela Confederação Israelita do Brasil.

Em post publicado nas redes sociais, a Juventude Judaica Organizada (JJO) chama a atenção para o descaso com a luta contra o antissemitismo. De acordo com a instituição a denúncia contra Roberto Jefferson não pode ser qualificada como “vitimismo, mimimi ou exagero” pois historicamente, assim “começaram as maiores perseguições e violência contra judeus”.

“Já passamos por muita coisa e estamos aqui! Não vamos calar -nos mais e muito menos deixar passar ataques com mentiras sobre judeus”, diz um post da JJO que exige um pedido de desculpas de Roberto Jefferson.



COMENTÁRIO

O antigo libelo de sangue diz que os judeus matam crianças cristãs para cozinharem os pães ázimos, a Matzah. Ainda que os judeus tivessem propensão para o canibalismo, a proibição expressa de ingerir sangue (e o horror que os judeus têm a essa prática) bastaria para comprovar que se trata de uma invenção maldosa e absurda.

Nós não somos judeus, mas sabemos que é um hábito comum os judeus convidarem não-judeus para a a celebração de Pessach, a chamada Páscoa judaica, que comemora a libertação do cativeiro no Egipto. 

Aliás, o episódio que os cristãos conhecem como a Última Ceia é um Séder, um jantar festivo de Pessach. Os judeus têm por hábito, desde há séculos, comemorar esta festa de portas abertas, para que os seus concidadãos não-judeus possam constatar que ninguém está a degustar tenras criancinhas.

Saiba mais sobre a festa de Pessach:

Como se celebra:


 

 Explicações técnicas:

  

E aconselhamos o senhor Jefferson a estudar a sua árvore genealógica: 

Sem comentários:

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