POSTAGENS ESPECIAIS DE CORRIDA

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Os jornalistas e Israel - 5

 "Os judeus de Israel são a tela na qual se tornou socialmente aceitável projectar as coisas que você odeia em si mesmo e no seu próprio país. A ferramenta através da qual essa projecção psicológica é executada é a Imprensa internacional."

Os jornalistas e Israel - 2 

Os jornalistas e Israel - 3

 Os jornalistas e Israel - 4



"Os judeus mataram um menino" - capítulo de um livro de propaganda anti-semita presente nas escolas espanholas até pelo menos à década de 60. O livro chamava-se "Eu sou espanhol". Teve várias edições entre 1943 e 1968.

Guia de um "insider" para a história mais importante da Terra
Um ex-correspondente da AP explica como e porquê os repórteres entendem Israel tão mal, e porque é que isso é tão importante.
Por Matti Friedman
26 de Agosto de 2014

 A velha tela em branco

Durante séculos, os judeus apátridas desempenharam o papel de pára-raios da má vontade entre a maioria da população. Eles eram o símbolo de coisas que estavam erradas. Você queria exemplificar que a ganância era má? Os judeus eram gananciosos. Covardia? Os judeus eram covardes. Você era um comunista? Os judeus eram capitalistas. Você era um capitalista? Nesse caso, os judeus eram comunistas. O fracasso moral era o traço essencial do judeu. Foi o seu papel na tradição cristã, e a única razão pela qual a sociedade europeia os conhecia ou se importava com eles.
Como muitos judeus que cresceram no final do século XX em cidades ocidentais amigáveis, eu preteri essas ideias, como às memórias febris dos meus avós. Uma coisa que eu aprendi, e não estou sozinho neste Verão - é que fui tolo por tê-lo feito. 

Tintin no Congo: "Caros amigos, vou hoje falar-vos sobre a vossa Pátria: A BÉLGICA!..."

Hoje, as pessoas no Ocidente tendem a acreditar que os males da nossa época são o racismo, o colonialismo, e o militarismo. O único país judeu do mundo fez menos danos do que a maioria dos países do mundo, e mais coisas boas - e ainda assim, quando as pessoas vão em busca de um país que simbolize os pecados da nossa era pós-colonial e pós-militarista enquanto vão em busca de um mundo de sonho pós-étnico, o país que escolhem é este.
Quando as pessoas responsáveis ​​por explicar o Mundo ao Mundo - os jornalistas - cobrem a guerra dos judeus como mais digna de atenção do que qualquer outra, quando eles retratam os judeus de Israel como o partido obviamente errado, quando eles omitem todas as justificações possíveis para as acções dos judeus e obscurecem a verdadeira face dos seus inimigos, o que eles estão a dizer aos seus leitores - queiram ou não - é que os judeus são as piores pessoas da Terra.
Os judeus são um símbolo dos males que as pessoas civilizadas são ensinadas desde cedo a abominar. A cobertura da Imprensa internacional tornou-se um jogo de moralidade, estrelado por um vilão familiar.

Alguns leitores lembrar-se-ão de que a Grã-Bretanha participou em 2013 na invasão do Iraque, em consequência do que já matou mais de três vezes o número de pessoas que já morreram no conflito árabe-israelita; pois na Grã-Bretanha, os manifestantes
condenam furiosamente o militarismo judaico. 
As pessoas brancas em Londres e Paris, cujos pais não há há muito tempo eram refrescados com leques por pessoas escuras nas salas de estar de Rangoon ou Argel condenam o "colonialismo" judaico.
Tintin no Congo:  Jornalistas belgas condenam "o tratamento dos africanos de Israel".

Os americanos que vivem em lugares chamados "Manhattan" ou "Seattle" condenam os judeus por "deslocarem o nativo povo da Palestina". Jornalistas russos condenam as "tácticas militares brutais de Israel". Jornalistas belgas condenam "o tratamento dos africanos de Israel". 
Quando Israel abriu um serviço de transporte para os trabalhadores palestinos na Cisjordânia ocupada, há alguns anos, os consumidores de notícias americanos podiam ler que Israel "segregava os autocarros." E há um monte de pessoas na Europa, e não apenas na Alemanha, que gosto de ouvir os judeus serem acusados ​​de genocídio.

Não é preciso ser professor de História, ou psiquiatra, para entender o que está a acontecer. Tendo-se reabilitado, contra todas as probabilidades, ​​num canto diminuto da Terra, os descendentes de pessoas impotentes que foram empurradas para fora da Europa e do Médio Oriente  islâmico, tornaram-se o que seus avós eram - a poça em que o mundo cospe. 
Os judeus de Israel são a tela na qual se tornou socialmente aceitável projectar as coisas que você odeia em si mesmo e no seu próprio país. A ferramenta através da qual essa projecção psicológica é executada é a Imprensa internacional.


CONTINUA

3 comentários:

  1. Seria interessante, já agora, esclarecer a génese da entidade-fantasma que os media, gente superiormente culta e humanista, designa por "povo palestiniano", de quem nunca se ouviu falar antes de Junho de 1967...
    Ou lembrar aquele episódio em que os rapazes da Al-Fatah enfraqueceram um bocado as consciências europeias indignadas quando envenenaram uns quantos holandeses com laranjas israelitas...

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    1. Tem toda a razão. A nossa intenção com este blogue seria desmontar os pontos básicos da propaganda palestinianista, um por um. No entanto, a actualidade, teimosa, intromete-se, e vamos falando das ameaças iranianas, da guerra contra o Hamas do Verão passado, da crise dos "migrantes", e vamos interpolando com uns posts ligeiros e agradáveis sobre paisagens, tradições, culinária, tonterias loonie lefties, que é para as pessoas também não se saturarem de política e desgraças :-)

      Mas agora, que nos aproximamos do final traçado para este blogue, estamos a tentar compensar.

      Abraço,

      José J.

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    2. Ainda assim, temo-nos aproximado bastante, por exemplo nesta curta mas concentrada série:

      http://amigodeisrael.blogspot.pt/2015/02/inventando-palestina-e-os-palestinos-1.html
      http://amigodeisrael.blogspot.pt/2015/02/inventando-palestina-e-os-palestinos-2.html
      http://amigodeisrael.blogspot.pt/2015/02/inventando-palestina-e-os-palestinos-3.html

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