POSTAGENS ESPECIAIS DE CORRIDA

domingo, 29 de dezembro de 2013

Conversa de Amigos


 
Amigo Israel Bloom, acompanho todas as suas postagens à cerca de 2 semanas. Tenho 19 anos e compreendo o verdadeiro valor do judaísmo para a humanidade. Muito me encanta a história do povo hebreu que foi perseguido, humilhado e por pouco não foi exterminado. Sou considerado um impuro pelos islamitas pois sou homossexual. Você, como um ser humano compreensivo e inteligente sabe que a pessoa nasce homossexual mas, a questão não é essa. Pesquiso desde os 15 anos sobre o povo judeu e ainda não encontrei uma resposta direta. Como faço para me converter ao judaísmo? Honestamente, me converter ao judaísmo seria uma das maiores felicidades de minha vida. Entendo que o sentido maior da minha existência seja mostrar as pessoas o o quão maravilhoso é o povo de Israel e o quão deplorável seja o islamismo. Moro em X/Brazil e a cidade está sendo tomado pelos pseudo-pacifistas e provedores da paz vulgo muçulmanos. Acredito que é meu dever lutar contra esses moralistas. Se puder, me ajude com a minha pergunta... desde já agradeço. Feliz natal, X


Caro amigo X,

Retive o seu comentário uns dias porque estive a pensar se deveria responder na caixa de comentários ou em forma de post. Acabei por responder assim, para salvaguardar a sua privacidade.

Este blog não é confessional, nem nacionalista, nem racialista. É universalista; ou seja, é aberto a todos os que respeitem os valores universais da paz, da liberdade e da democracia. Pessoalmente também sou um universalista - como já tenho revelado, para não haver dúvidas. Acredito que todas as religiões e filosofias que concebem a ideia de Deus sob qualquer forma, têm a sua parte de Verdade. Sou crente em Deus, dê-se-lhe o nome que se lhe dê, mas num sentido amplo. Interessa-me que cada um pratique a religião que queira, ou nenhuma, e que ninguém seja incomodado, nem ao de leve, por causa disso.
Sobre o terrorismo e o supremacismo islâmicos, a minha posição é de denúncia e de alerta, pois tenho a consciência de que, como disse Robert Spencer na mensagem de Natal deste ano, os que todos os dias morrem vítimas do terrorismo islamista, estão no nosso lugar, e que chegará a nossa vez, se continuarmos alheados dessa realidade. No dia em que o Islão renuncie à violência, calar-me-ei; e no dia em que qualquer outra religião a inicie ou reinicie, falarei.
Relativamente à orientação sexual homossexual, suponho que a Ciência já demonstrou que se trata de uma orientação e não de uma opção - e em qualquer dos casos, como democrata e adepto irredutível da Liberdade, nada tenho a obstar a essa orientação sexual. A liberdade individual, desde que não colida com a liberdade alheia, é para mim um valor sagrado. 
Quando olho para uma pessoa, não vejo um homossexual, um heterossexual, um branco, um preto, um chinês, um tuaregue, um anão, um gigante, um doente, um são, um árabe, um judeu, um comunista, um democrata-cristão, não vejo nenhuma característica inata ou opção consciente a pessoa possua - vejo uma PESSOA, imperfeita e perfectível, como todas as pessoas. Adepto da moral de  Yeshua, não atirarei a primeira pedra a ninguém.
A questão da homossexualidade e da religião ainda é delicada. A História teve culturas e períodos em que a liberdade sexual foi grande, mas actualmente, na maior parte do mundo, existe um conservadorismo mais ou menos feroz. No Cristianismo religioso, encontrará reacções à questão da homossexualidade que vão desde a aceitação, p. ex. em algumas Igrejas Protestantes do Canadá e Reino Unido; encontrará uma posição intermédia no Catolicismo, que não condena a orientação mas aconselha a suprimir a prática; e encontrará reacções de recusa agressiva em Igrejas Neo Pentecostais e afins, sendo o exemplo mais extremo a famigerada Igreja Baptista de Westboro, que vai para a rua com cartazes dizer que os terramotos são a «vingança» Divina por causa da tolerância social para com a homossexualidade!... Nos diversos ramos do Judaísmo encontrará também diferentes tonalidades de aceitação e rejeição. No Judaísmo Humanista encontrará aceitação, enquanto que no Judaísmo Ortodoxo encontrará rejeição. Nada de novo, portanto...
Não professo o Judaísmo, pelo que não sou a pessoa ideal para o esclarecer sobre as dificuldades do caminho. Entendo que quem sente o chamamento para uma determinada religião, deve atendê-lo, após ponderar e estudar, como é o seu caso. O Judaísmo não é  proselitista, e por vezes até desencoraja até os novos adeptos, como estratégia para lhes pôr a fé à prova.  Quem descreve muito bem o respectivo processo de conversão é o Canhoto, autor do Blog do Canhoto. Ele não escreve muito no blog, mas dá gosto lê-lo, e tenho-o na barra lateral. Suponho que ele não se negue a dar-lhe umas dicas, se o quiser contactar.
Não esqueça que existem várias correntes no Judaísmo, como acontecia, aliás, no tempo de Yeshua - que alguns autores suspeitam ter pertencido à seita dos Essénios. Se está disposto a seguir o seu chamamento, Deus há-de inspirá-lo na sua busca. Para quem, como você e eu, crê em Deus, nada acontece por acaso, e talvez esta nossa conversa possa ser mais um marco no seu caminho.
Os meus votos são de que seja cada vez mais você mesmo,  e que a felicidade o ilumine sempre. Eu sou apenas alguém que resolveu escrever um blog, sem pretensões absolutamente nenhumas a especialista ou influenciador de opiniões.
Votos de Paz,
 Israel Bloom

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