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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cancro - cura à vista?

Ainda não deixou de constituir um certo tabu social falar do cancro. Ou ouvir falar de cancro - mesmo quando se tem a doença, como explica este esclarecedor artigo do jornal Público. A doença tem uma carga emocional muito forte e quando os jornais fazem títulos com ela não costuma ser pelas melhores razões. Aqui vai um sinal de esperança. E como por acaso vem de Israel, até se enquadra neste blog:



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Pesquisadora israelita descobre proteína que poderá erradicar o cancro
"Matar estas células-tronco do cancro é o Santo Graal dos tratamentos contra o cancro, e, portanto, é uma promessa para a erradicação completa da doença" diz a Dr.a Sarit Larisch, da Universidade de Haifa.

Estas não são palavras pronunciadas de ânimo leve; são a consequência de mais de uma década de pesquisa, que poderá dar esperança a pacientes com cancro em todo o mundo. Juntamente com os seus colegas, Larisch estabeleceu a base para o desenvolvimento de um novo tratamento mais eficaz para o cancro, usando uma proteína chamada ARTS.


A ARTS é uma proteína que, juntamente com uma série de outras proteínas e enzimas, regula o que é conhecido como apoptose. A apoptose é o processo de morte celular programada que ocorre quando uma célula é danificada ou se torna não funcional. A ARTS actua como um gatilho para a morte celular, permitindo que enzimas chamados caspases destruam a célula não-funcional.

Mas este processo está ausente nas células cancerosas.

Destruir as células cancerosas usando o processo natural de auto-destruição

A pesquisa de Larisch mostra que, ao contrário das células normais, as células cancerígenas têm uma ausência da proteína ARTS. "Sem a proteína ARTS, as células não podem ser accionadas para a auto-destruição. Como resultado, as células cancerosas podem sobreviver, e pode desenvolver-se um tumor", disse ao NoCamels.

"Nós descobrimos que a ARTS se perde em muitos tipos de cancro. Portanto, a determinação dos níveis de ARTS no sangue pode fornecer um marcador para alertar para a possibilidade de desenvolver certos tipos de cancro". Consequentemente, a Dr.a Larisch acredita que pequenas moléculas que imitam a ARTS poderiam restaurar a capacidade das células cancerosas para serem mortas selectivamente usando o processo natural de apoptose.


 Doctor Sarit Larisch
A Doutora Sarit Larisch
"Remédios contra o cancro baseados na ARTS poderiam alterar o método de tratamento de cancro em todo o mundo", disse Larisch à NoCamels . "Descobrimos que a ARTS é particularmente importante para a morte das células-tronco defeituosas. Por isso, acreditamos que medicamentos com base na ARTS vão especificamente eliminar as células-tronco do cancro (células que impulsionam o crescimento de um tumor e muitas vezes são resistentes à quimioterapia ou à radioterapia)".

"A terapia também minimizará os efeitos colaterais comuns do tratamento convencional do cancro. Todos os medicamentos contra o cancro actualmente disponíveis têm efeitos colaterais indesejáveis​, porque prejudicam as células normais também. Em contraste, medicamentos contra o cancro baseados na ARTS só deverão matar as células cancerosas, porque agem especificamente para corrigir o defeito num programa de suicídio celular", diz Larisch.

13 anos de preparação

A Dr.a Sarit Larisch descobriu a proteína durante os seus estudos de pós-doutoramento no NCI/NIH, Bethesda. Esta descoberta foi publicado na revista "Nature Cell Biology", no ano de 2000. Ela vem trabalhando neste projecto desde então e revelou como a ARTS é essencial para a morte celular num nível molecular. Pesquisar o cancro foi o interesse inicial de Larisch, a que voltou a após a descoberta da ARTS.

"Depois de concluir o meu doutoramento em Imunologia Tumoral, fiquei muito interessada em apoptose. As decisões que uma célula toma e que determinam se ela vai viver ou morrer, fascinam-me". Orientando a sua carreira de investigadora nesse sentido, Larisch descobriu a ligação entre a proteína ARTS e o cancro, e começou  a concentrar-se em usar a informação recolhida sobre esta proteína para o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico e tratamento do cancro.

Apesar do sucesso do seu trabalho, Larisch diz que encontrar apoio e financiamento nem sempre foi fácil. "Eu considero-me muito sortuda com o apoio para a pesquisa que temos obtido. Infelizmente, o desenvolvimento de drogas contra o cancro é muito caro e vai além dos orçamentos académicos típicos. Estamos prontos para iniciar o desenvolvimento de drogas contra o cancro baseadas na ARTS. Mas precisamos de mais financiamento, para nos podermos mover a toda velocidade".


Esta pesquisa recebeu financiamento da Fundação de Ciência de Israel, da Fundação de Pesquisa Binacional Israel-Estados Unidos (BIRD), bem como de alguns doadores privados.

Larisch completou sua formação na Escola de Medicina Hadassah da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ela mudou-se para obter o seu diploma de pós-doutoramento no Instituto Nacional do Cancro/ NIH, nos Estados Unidos. Ao descobrir a proteína ARTS, voltou para Israel e fundou o seu próprio laboratório de pesquisa. É actualmente chefe do Departamento de Biologia e Ciências Médicas da Universidade de Haifa. Larisch teve uma nomeação para Professora visitante na Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, durante os últimos 12 anos, onde trabalha em estreita colaboração com o Professor Hermann Steller e membros do seu laboratório.

Actualmente, ela e os seus colegas estão em contacto com vários investidores e empresas farmacêuticas para obter financiamento para a cura baseada na ARTS. Larisch espera começar a desenvolver drogas contra o cancro o mais rápido possível e estabelecer a proteína ARTS como um biomarcador de susceptibilidade ao cancro.
- por Sophie Imas, publicado originalmente em NoCamels.com

2 comentários:

  1. Politicamente Incorrecto3 de outubro de 2013 às 18:46

    Isso só vem confirmar o que disse Richard Dawkins, que existem mais prémios Nobel no Trinity College do que em todo o mundo islâmico. Eu acrescentaria que existem mais judeus com prémio Nobel do que pessoas formadas no Trinity College. Vários imbecis na net dizem que estas afirmações são racismo. Vejamos, não se trata de raças, mas sim de uma religião retrógada que oprime toda a gente. Um árabe livre do vírus do islão consegue ser tão bom cientista como outra pessoa qualquer.

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    1. Sem dúvida. Basta fazer as contas. Os judeus são 13 milhões, poucos mais que nós, portugueses, 30 milhões foram dizimados pelos nazis e quase tantos nos últimos 65 anos nos países árabes, e no entanto, 1 em cada 4 prémios Nobel são de judeus. Ao passo que os muçulmanos são i bilião e 600 milhões e têm dois prémios, se não contarmos com os da paz, muitas vezes atribuídos por motivos políticos. A maior razão para esse panorama é a acção castradora da religião islâmica como tem sido praticada. Se amanhã o mundo islâmico se resolver a sair do século VII, vai deixar de culpar os ocidentais pelos seus problemas, nomeadamente por lhes "roubarem o petróleo", que é uma acusação absurda.

      I.B.

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