quinta-feira, 15 de junho de 2017

Um espectro assombra a Europa: O ESPECTRO DO CALIFADO

O nosso agradecimento pelos milhares de visitas que o post anterior está a ter:

1 BILIÃO* de muçulmanos querem a Sharia




Vaclav Havel




Numa reunião do Partido Comunista da União Soviética, o líder do Partido aborda o público:

"Todos vocês serão enforcados amanhã. Alguém tem dúvidas?".

Silêncio.

O líder do partido:

"Vou repetir a pergunta. Amanhã vocês serão enforcados. Alguém quer dizer alguma coisa?".

Uma voz tímida é ouvida no meio da audiência:

"Devemos a trazer nossa própria corda e sabão ou vocês fornecem?".

Esta era uma anedota soviética dos anos 70.

O mundo dos seguidores de Quisling*, colonizadores bárbaros e um bando submisso, ou melhor, amedrontado, murmurando - esta é a Europa Ocidental do século XXI.

* - norueguês colaboracionista com os nazis 




Em 1975, ele tinha 40 anos e já era conhecido: as suas apresentações eram populares; ele era membro do conselho editorial de uma famosa revista literária. Qualquer caminho estava aberto diante dele, mas ele escolheu um caminho diferente.

Depois da Primavera de Praga, ele desafiou as autoridades, escrevendo uma carta aberta e furiosa dirigida ao presidente da Checoslováquia, ocupada pelas tropas soviéticas. Ele foi preso, acusado de atacar um funcionário público e levado à prisão. Mais tarde, ele foi libertado, acusado de uma tentativa de derrubar o regime comunista, preso por quatro anos e cinco meses, libertado novamente e preso novamente em 1989. Passou anos na prisão e transformou-se em líder inquebrável do seu povo - um futuro presidente da República Checa. O nome dele é Vaclav Havel. Como Thomas Masaryk, fundador da República Checa, ele era uma personificação das melhores qualidades de um estadista: mente, força, força e decência.


O Ocidente apresenta um quadro sombrio de trevas e tirania iminentes, como não se via no mundo civilizado há séculos. 

Este é um mundo em que uma religião agressiva, patriarcal e primitiva se enraizou no coração do continente; em que portadores de preconceitos obscuros, intolerância e barbarismo, que vieram dos extremos da Ásia e da África, assassinam, estupram, zombam e desprezam aqueles que lhes abriram as portas com confiança e ligeireza. 

Este é o mundo em que a elite se transformou em seguidores de Quisling, em caciques de colonização, e em que os governos das nações escolheram (mais ou menos ansiosamente) o papel de Vichy.

No entanto, percebemos um fenómeno notável: massas de pessoas condenadas ao sofrimento inevitável mantêm o silêncio ou, na melhor das hipóteses, passivamente e anonimamente expressam o seu desacordo durante as eleições - embora quase não tenham chance de ganhar,  já que todo o sistema estatal tem como objectivo a lavagem cerebral, e as pessoas da Europa Ocidental e do Canadá são privadas do individualismo e da auto-suficiência, como as pessoas da América. Sem dúvida, há aqueles que ousaram elevar a sua voz contra o despotismo invasor, há alguns, mas são surpreendentemente muito poucos para uma sociedade que ainda é relativamente aberta. Isto aplica-se a intelectuais e pessoas comuns.

Não falo sobre os chamados "idiotas úteis" - sectários cegos por clichés ideológicos e prontos para usar os cadáveres dos seus compatriotas para pavimentar o seu caminho para os Pastos do Inferno. Não falo sobre aqueles que recebem concessões e privilégios - eles escolheram esse papel cínico e sujo. Falo sobre os milhares de professores universitários, advogados, escritores, actores, cineastas e jornalistas comuns. Falo sobre sacerdotes e rabinos, activistas de direitos humanos, feministas, activistas da comunidade LGBT - aqueles que serão as primeiras vítimas da próxima teocracia. 

Não lhes será concedida uma morte fácil.






O que faz com que aqueles cujos parentes, amigos e vizinhos são explodidos, estuprados, humilhados e mantidos em terror, fiquem em silêncio? Eles já perderam a sensação de segurança e calma nas suas próprias casas, ruas e cidades. Vemos cenas sentimentais com pessoas chorando, brinquedos, velas e grinaldas em locais de massacre, onde seriam necessários antes manifestações em massa, manifestações de protesto e piquete. Vemos exaltados os adversários de Marine Le Pen e Geert Wilders, vemos as Women's Marches, mas não vemos nenhum oponente da tirania politicamente correcta. Porque é que as pessoas submetem as suas gargantas aos assassinos, e são obedientes como ovelhas?

O que se passa: autocensura, conformismo, a esperança que cada um tem de evitar o destino de ser uma vítima? Eles não vão escapar. Após o ataque terrorista em Manchester, a estrela pop Katy Perry, o mayor de Londres Sadiq Khan e um membro do Senado francês por Nice, Nathalie Goulet, expressaram a opinião das elites ocidentais ao dizer que os europeus deveriam acostumar-se aos ataques terroristas. E eles vão fazê-los acostumar-se aeles. Finalmente, eles irão acostumar-se com o destino dos chamados "dhimmis" - escravos, gado humano, cujas vidas serão tomadas por servos do culto sanguinário.

Eles temem transformar-se em racistas, fascistas, islamofóbicos? Têm medo de perder empregos, oportunidades de crescimento da carreira, convites para conferências sobre direitos humanos e diálogo inter-confessional? Eles temem pagar uma multa por difamação?





Comecei este artigo com a história de Vaclav Havel, não ao acaso. Durante décadas, o mundo testemunhou o povo da Europa Oriental lutando desesperadamente pelos seus direitos e dignidade contra a tirania. A revolução húngara de 1956, a Primavera de Praga, o movimento do “Solidariedade” na Polónia, a revolução romena contra a ditadura de Ceauşescu, a coragem dos lituanos que escaparam do "abraço dos ursos" do império soviético em Janeiro de 1991 a custo de dúzias de vidas. 

Multidões de pessoas lideradas pela classe intelectual saíram às ruas e foram confrontadas não por tribunais ou comentários no Facebook e ameaças anónimas no Twitter, mas por balas, tanques e a Segurança do Estado. Não tinham advogados nem direitos. Eles sabiam que poderiam ser postos na prisão por anos, como Havel, ou até morrerem (o filósofo de Havel, Jan Patočka, morreu durante um interrogatório). No entanto, os europeus orientais tornaram-se mais fortes devido a essa experiência, prontos para defender a democracia e a sua liberdade. 

Eles ganharam imunidade contra as utopias universalistas e apresentaram líderes corajosos e determinados.

Havia um poderoso movimento dissidente na própria cidadela da tirania soviética. Muitas dessas pessoas desapareceram em prisões, campos de concentração e hospitais psiquiátricos. Eles compartilharam celas de prisão com criminosos, que foram encorajados a intimidar e a cometer violência sexual contra eles. A maioria dos dissidentes soviéticos estava representada por cientistas e escritores liderados pelo académico Andrey Sakharov - eles eram a alma da nação. Durante o golpe soviético em Agosto de 1991, as tropas blindados em Moscovo esmagaram três pessoas, mas a restauração do regime soviético foi impedida.


 



No nosso tempo, os ucranianos derrubaram o seu governante corrupto, e em Moscovo, as pessoas saem para protestar contra a autocracia.

Em Israel, após os violentos acordos de Oslo e os subsequentes ataques terroristas de massas por terroristas assassinos, dezenas de milhares de pessoas repetidamente foram, para as ruas exigindo a paragem das experiências políticas desumanas no corpo vivo da sociedade. As pessoas bloquearam as estradas e organizaram marchas para a residência do primeiro-ministro. Há cerca de oito anos, o surto em massa obrigou o governo israelita, apesar da oposição furiosa das organizações de esquerda e dos media, a construir uma cerca na fronteira com o Egipto para proteger o país contra hordas de migrantes africanos.

É simbólico que o movimento Pegida, que não encontrou seguidores no resto da Europa Ocidental, apareceu no território da antiga República Democrática Alemã.

A democracia não é apenas votar uma vez a cada quatro anos. Em primeiro lugar, trata-se de uma actividade cívica e requer coragem - não é o acto de um menino chorando no jardim de infância. Uma tarefa primordial de um estado democrático é a protecção do seu povo. Se um Estado e as elites não cumprem o contrato social e, o que é ainda pior, sacrificam o seu próprio povo, cultural e fisicamente, em nome de uma ideologia duvidosa, concepção utópica e interesses pessoais, então as pessoas têm o direito de exigir a revisão desse contrato social. Elas têm o pleno direito de não permitir estruturas totalitárias (e a elite ocidental implantou um totalitarismo cultural sofisticado) para transformá-los em cobaias de engenharia social.

Em 1984, no ensaio intitulado "Política e Consciência", Havel escreveu:

"Defendo uma política antipolítica, ou seja, uma política que não seja um método de poder e manipulação, que não seja um sistema cibernético de gestão de seres humanos nem uma habilidade de uma pessoa pragmática, mas uma das maneiras de buscar e alcançar uma vida significativa, proteger essa vida e servi-la. Eu defendo uma política considerada como ética prática, serviço à verdade, cuidado das pessoas dos nossos semelhantes, mensurável pelos padrões humanos".

As elites ocidentais criaram um sistema de manipulação dos seres humanos, tendo esquecido que estão a lidar com pessoas reais, com as suas vidas e sentimentos.







Havel chamou aos regimes comunistas Absurdistão (A Terra do Absurdo). Hoje, o Absurdistão é o Ocidente e, acima de tudo, a Europa Ocidental, onde a liberdade é destruída sob o pretexto da sua protecção, onde o direito dos migrantes de assassinar e violar está acima do direito dos cidadãos que cumprem a lei para viver uma vida normal e segura, e onde as instituições democráticas são usadas para implantar o pior tipo possível de teocracia.





Hoje em dia, as pessoas ainda têm a oportunidade de evitar o despotismo. No entanto, a censura está a tornar-se mais rigorosa, as penalidades estão a aumentar, a colonização está a espalhar-se rapidamente, como células cancerosas, e a janela das possibilidades está a estreitar-se. Um espectro assombra a Europa: o espectro do Califado.

Alexander Maistrovoy é o autor de Agony of Hercules, or a Farewell to Democracy (Notes of a Stranger).

 - Tradução de Oliveira da Figueira. Partilhe à vontade, este  todos os posts que quiser.

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