sábado, 6 de abril de 2013

Querem ver que a culpa é de Israel?!...



As Ilhas Falkland (ou Malvinas, para quem preferir) estão de novo na ordem do dia. Os habitantes das Ilhas vão dizer em referendo se querem ser britânicos ou argentinos. O Público dedica interesante artigo ao tema. Mas como essa coisa da Democracia e do Direito Internacional não sensibilizam certos sectores de opinião, os comentários politicamente correctos sobre a distância entre as Falkland e Londres, e contra os «colonizadores britânicos» não se fizeram esperar. Houve quem respondesse...

Explica pacientemente um leitor do Público que «o primeiro europeu a lá desembarcar foi um inglês, e a primeira colónia foi francesa, a Argentina quanto muito terá herdado parte do direito de sucessão espanhol (que se baseava no Tratado de Tordesilhas), mas assim também poderão reivindicar o território o Uruguai, o Paraguai, a Bolivia.»

Outro leitor diz: «Proximidade geográfica? OK, então Portugal e Espanha têm de entregar os arquipélagos da Madeira e das Canárias a Marrocos igualmente. É que Marrocos está bem mais perto destas ilhas que os países ibéricos. E independentemente do que os madeirenses ou os canarinhos votem teriam de ficar sob controle Marroquino. Brincadeiras à parte, tem mais direito às Falkland a Espanha que a Argentina. E não vou entrar pelo argumento parvo do "eu preferia ficar no 1º mundo que no 3º". Efetivamente há muita coisa que eu concordo com a Kirchner mas esta obsessão pelo controle dos rochedos qual-éden-perdido já soa mais a uma birra que outra coisa. Ainda por cima uma birra iniciada no concreto por uma ditadura conservadora e militar.»
  
Outro leitor resume: «Quando é que as Falkand foram território argentino? Alguma vez foram habitadas por argentinos? E se quem nasceu lá e vive lá não tem voz na matéria quem terá.»

Mas isto são pessoas informadas, e imparciais, a escrever aqui em Portugal. O senador argentino Daniel Filmus teve acerca do referendo esta tirada surrealista:

“Isto é quase um acto de auto-satisfação, perguntar a britânicos se querem ser britânicos. Para nós, não tem qualquer significado”.

Surrealismo só ultrapassado por esta, e citamos o Público:

“Os cidadãos das Malvinas não existem. São apenas britânicos que vivem nas ilhas Malvinas”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros argentino, Hector Timerman, numa visita a Londres no mês passado, em que comparou o “colonialismo” britânico nas ilhas aos colonatos israelitas na Faixa de Gaza.

Não nos admirava se aparecesse por aí uma teoria conspiratória qualquer a relacionar Israel com este arreliador problema criado pelos argentinos, que tardam em compreender o conceito de Liberdade, e insistem em expulsar os britânicos dos rochedos. O apelido do Embaixador argentino presta-se à coisa. Timerman, meus amigos, does it ring a bell?... :-)

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