POSTAGENS ESPECIAIS DE CORRIDA

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Conversas com Inteligentes

 



- Onde? 

- Aqui no jornal, olha.

- Se é desgraças não me interessa, que eu não sou como tu. Eu quero é paz!

- Eu também quero paz. Mas se viveres na ignorância acabas por ser manipulado e vítima da violência que condenas!

- Ó pá, deixa-te lá das tuas rectóricas radicais, que isto para haver violência tem que haver duas partes! Ninguém faz a violência sozinho! Já dizia o Ghandi que blá blá blá blá blá...

- 20 minutos de "pacifismo" depois...

- Mas se tu me deres um murro sem eu te fazer nada...

- Queres dizer-me que é só no Islão que há radicais? Ainda ontem tive lá duas Testemunhas de Jeová à porta que estava a ver que nunca mais se iam embora! E o padre da minha freguesia negou a comunhão a uma amiga minha que é divorciada!

- Sim, mas olha aqui estes números...

- Quais números? Onde é que foste buscar isso? A um desses sites radicais? Por acaso esses números vêm nos jornais, pá? Isso é coisa desses sites obscuros! Deixa mas é de alimentar a violência e de despertar o ódio! Assim és ainda pior que os gajos que metem bombas!

- Por acaso os jornais dão as notícias, e eu não meto bombas nem tenho ódio a ninguém!...

- Ai não? Então porque é que estás sempre com essas notícias de que os islamistas mataram e explodiram e decapitaram? Queres ver que é só essa religião que mata, explode e decapita!!!

- Quase exclusivamente...

- Pois sim, lá está tu! Eu cá nunca vi nada!

- Não ouviste falar do 11 de Setembro?

- Isso foi o Bush, por causa do petróleo! És mesmo ingénuo!

- Mas a Al-Qaeda e o Bin Laden reivindicaram os ataques!

- Isso é um actor a fazer de Bin Laden num estúdio de Hollywood! O Bin Laden está escondido na América, numa mansão em Palm Beach, e é amigo do Bush! Só sai à noite.

- Como podes afiançar tal coisa?

- Há uns sites muito jeitosos, daquilo da Matrix e dos Iluminatti, dos sinais secretos satânicos que eles fazem com os dedos e dos Lagartos Espaciais, que explicam tudo! Os gajos não querem é que se saiba! Não me digas que acreditas em jornais? Eh, eh... és mesmo anjinho!

- E os atentados de Londres?

- Isso foi o MI5, por causa da Princesa Diana!

- E os de Madrid?

- Tsc, tsc... Isso foi a ETA, pá! Atiraram as culpas para a Al-Qaeda, para enganar o pessoal!

- Porquê?

- Por causa da conspiração maçónica e da manipulação das alterações climáticas com as antenas HAARP que provocaram o terramoto no Haiti! O Rei Juan Carlos é um lagarto sionista que veio do Espaço! 

- Sabes ao menos o que é um sionista?

- Sei. É um lagarto espacial diabólico que quer dominar o mundo através do obelisco de Washington! Que pergunta!

- Ah, bom! E os atentados de Bali, foram os tais "sionistas" também?

- Nunca ouvi falar desses "atentados"! Lá estás tu a inventar, para ver se me apanhas!

- Queres dizer-me que nunca houve nenhum atentado cometido por terroristas islâmicos?

- Isso são agentes da Mossad, para culpar os muçulmanos! Os muçulmanos só querem a paz!

- E quem te disse tal coisa?

- Foi o senhor sheik David Munir, na Televisão, no 5 para a Meia-Noite! Vê-se mesmo que é um homem de paz! Quem faz a violência é o Capitalismo, é a América (mas o Obama não) e Israel, que é para roubar petróleo aos países árabes e instalar a Nova Ordem Mundial através das mensagens subliminares nos desenhos animados da Pequena Sereia!

- E tens provas disso?

- Há uns sites muito jeitosos (etc.)

domingo, 29 de setembro de 2013

Saga de um muçulmano idealista

 


À saída da missa de domingo passado em Peshawar, os terroristas islâmicos paquistaneses mataram 80 cristãos. Durante a semana mataram 17 pessoas num ataque a um autocarro que transportava funcionários do Governo. Hoje chega a notícia de pelo menos 38 mortos em novo ataque. O número de feridos só nestes três ataques terroristas é incontável. O que querem os taliban (estudantes de Teologia islâmica)? A Sharia no lugar da Constituição, as leis islâmicas no lugar das leis civis.

Neste revelador artigo, um muçulmano paquistanês, idealista, tenta levar as pessoas a participar numa vigília pelas 80 vítimas cristãs do massacre da Igreja de Peshawar, domingo passado. Consegue angariar 40 seguidores, metade dos que morreram. Tenta então obter o apoio de um imã para condenar o ataque, e colhe uma desilusão. A esta hora, continua a tentar, e talvez consiga.
O que é pena é que, no Mundo Islâmico como no Ocidente, os esforços oficias se concentrem em condenar o debate e qualquer acção real contra as crenças e premissas que levam ao terrorismo islamista.
Que haja muitos muçulmanos moderados e conscientes como este, são os nossos votos, pois só com os moderados o terrorismo em nome do Islão poderá acabar:

"Eu pedi ao meu Imã para condenar a Explosão na Igreja  Peshawar, e você? "
  Jibran Nasir para o Express Tribune,28 de Setembro

    
Como a maioria das pessoas ao meu redor, fiquei chocado, revoltado e indignado com a explosão na Igreja de Peshawar, um ataque terrorista durante a missa dominical A tragédia ocorreu num momento em que essas pessoas procuravam estar mais perto de Deus, a partilhar medos, preocupações, emoções e segredos.
Só de imaginar que não se pode ter este tempo pessoal com o Deus Todo-Poderoso já é preocupante.

    
O primeiro pensamento que me veio à mente foi fazer uma vigília  para homenagear os falecidos. Decidi iniciá-la. Na terça-feira, apenas 40 pessoas se juntaram a mim fora do Clube de Imprensa. Acendemos velas, orámos e proferimos palavras de protesto. Meia hora depois, percebi que estava a pregar aos convertidos, e que, apesar de ser necessário criar empatia com os lesados, a vigília foi em grande parte inútil.

 
Em seguida, ocorreu-me que a solução de todos os problemas está na educação.

 
Num país de maioria muçulmana, onde as minorias estão a ser submetidos a atrocidades sem fim, eu perguntava-me como poderia passar a palavra sobre o que o Islão nos ensina em termos de direitos das minorias.

    
A resposta foi simples - por meio da mesquita. Esta é a única instituição onde  60 a 70% da população deste país está "informada" sobre o Islão
 
Lancei então uma campanha no Facebook, pedindo a amigos para visitarem as mesquitas locais e solicitarem aos seus imãs para condenarem a explosão de Peshawar, e para falarem sobre os direitos das minorias no Islão nos seus sermões de sexta-feira.
As orações de sexta-feira são a maior congregação semanal dos muçulmanos, e a melhor maneira de interagir com cada possível classe/sector/segmento da sociedade, por isso parecia-me uma boa ideia. Tive algumas respostas positivas, mas muitas preocupações expressas e temores de recusa dos imãs. Eu não podia culpá-los por se sentirem desencorajados. A gente nunca pode realmente saber como o imã vai reagir.

    
Quarta-feira, no entanto, decidi fazer o teste por conta própria.

  
Fui à mesquita do meu bairro, mas nenhum dos meus conhecidos estava disposto a ir comigo falar com o imã. Quando souberam que eu iria pedir-lhe para condenar o ataque suicida na Igreja de Todos os Santos, e que isso os obrigaria a darem o seu ponto de vista sobre os taliban paquistaneses, começaram a hesitar.

    Sentei-me com o Imã após as orações e tentei levar adiante a minha proposta, da maneira mais suave possível, e julgar a reacção dele. A conversa de 30 minutos que se seguiu foi frustrante. Um pedido para condenar um ataque contra a igreja transformou-se num debate sobre os EUA, os taliban, Malala e a Primavera Árabe .

    
No entanto, eu sou persistente, e acredito que esta é a única maneira de criar a mudança.

    
Finalmente a minha paciência deu frutos. Obtiveo apoio de um homem idoso que viu sabedoria nas minhas opiniões e ajudou-me a persuadir o imã. Por fim, ele lá concordou em discutir os direitos das minorias no Islão, no seu Jumma Bayan (sermão de sexta-feira), com a condição de discutir os direitos da maioria também.

    
Este passo, por pequeno que seja, foi um passo, ainda assim.

    Na sexta-feira, deixei o meu escritório para ir fazer as minhas orações na mesquita do bairro. Cheguei tarde, mas procurei encontrar um local em frente ao imã.

    
O imã reparou em mim e sorriu.

    
Poucos minutos depois, ele começou a falar sobre o conceito de justiça no Islão e disse que, como muçulmanos, não devemos fazer discriminação, mesmo que isso diga respeito a um não-muçulmano. No entanto, não houve condenação do ataque da igreja de Peshawar, e não houve qualquer referência aos direitos reais das minorias.

    
Esperava por muito mais, e fiquei de coração partido, muito desanimado. Pensei que talvez o imã ainda falasse sobre o ataque terrorista no encerramento do serviço religioso. Não o fez.

    
No momento, quando a cerimónia terminou, senti a necessidade de abordar o imã e pedir-lhe para rezar pelas minorias e pela protecção dos seus lugares de culto. Mas reconsiderei, pois se desse esse passo estaria a mostrar-lhe o seu erro, e perderia um canal de comunicação.

 E
sperei entre a multidão para falar com ele em particular. Ele sorriu e disse:

    
"Eu tentei levantar a questão. Você ouviu?"

    
Eu claramente não parecia convencido. E disse-lhe:

    
"Imã Sahib, que tal discutir os direitos das minorias religiosas? Eu vim até aqui para ouvi-lo falar sobre os direitos dessa gente."

    
Ele disse:

    
"Eu vou fazer isso na próxima Jumma".

    
"Então eu virei aqui fazer as minhas orações na próxima Jumma", foi a minha resposta.

    
Eu aprendi e percebi que, para pedir a alguém que pregue a tolerância, eu
também preciso ser tolerante e paciente. Não importa quantos Jummas sejam precisos para informar e educar a nossa sociedade; afinal, Roma e Pavia não se fizeram num dia.

 
Tento consolar-me com o facto de que, pelo menos, o imã trouxe aflorou o assunto - algo que não teria acontecido se eu não me tivesse aproximado dele. Como eu disse, são pequenos passos ...

    
Depois da minha experiência, muito poucos dos meus amigos foram às suas mesquitas locais falar com os seus imãs. Como resultado, apenas os imãs de quatro mesquitas em Karachi concordaram em discutir o assunto.

    
É uma luta dura, mas é a boa luta e tem que ser combatida. O caminho é longo e difícil.

Moiras Encantadas

Uma crónica no Público em que se aflora o radicalismo e o terrorismo dos ditos "rebeldes" sírios, vindos do Estrangeiro e filiados na Al-Qaeda, que têm perseguido todos os que não comungam dos seus ideias radicais, têm-nos executado friamente e ameaçam o genocídio quando chegarem ao poder - com o beneplácito dos EUA e da UE. 

Aqui foram três camionistas que falharam um quizz religioso de beira de estrada:



Aqui, foi um sacerdote católico e outro homem, a quem se aplicou a determinação religiosa islâmica de decapitar os infiéis, os que não compreendem todo o pacifismo do Islão:



Aqui, os terroristas do FSA (Free Syrian Army), decapitam um desgraçado por este não comungar da sua visão da religião, o que em linguagem técnica do fundamentalismo islâmico se chama "espalhar a corrupção na Terra". John McCain, o candidato derrotado nas últimas eleições dos EUA, não acha nada de especial em que os "rebeldes" gritem "Alahu Akhbar". Não deve ter visto estes vídeos. Ou está a brincar co'a gente. É esta a oposição a Assad que Ocidente institucionalmente apoia.

Como estes vídeos, há muitos mais disponíveis na Internet. Mas como muito poucos passam na TV, nem se fala deles nos jornais "sérios" e institucionais como o Público, são desacreditados, relegados para a categoria de "informação irrelevante e obscura". O fanatismo cega. Cega os que cortam cabeças e cega os que fecham os olhos às atrocidades.

Como se não bastasse, manda o politicamente correcto não apenas ignorar estas provas flagrantes da barbárie dos "rebeldes", mas condenar a sua divulgação. As moiras ocidentais continuam encantadas com a religião da paz...



Para saber mais clique na etiqueta "Síria", e se possível pesquise por si no youtube e outros distribuidores de vídeos. A realidade não é apenas o que passa na TV ou nos discursos oficiais.

sábado, 28 de setembro de 2013

Luzes, Câmara, ACÇÃO!... *

 pallywood syrie2

Inspecções aos arsenais químicos da Síria começam terça-feira - Público

Mas só aos do regime. Ontem nas Televisões corriam imagens de John Kerry, representante da administração Obama, de ar grave e sério, a partir do princípio de que apenas o regime do tirano Assad usa armas químicas (e outras) sobre os cidadãos indefesos. Ignorando a matança indiscriminada que está ser promovida pelos movimentos terroristas islâmicos afins da Al-Qaeda na Síria, os bem intencionados espectadores acreditam. Luzes, Câmara, ACÇÃO:

Pallywood, a companhia cinematográfica fundada por Yasser Arafat, que produz imagens falsas sobre a "miséria do povo mais oprimido do planeta", o 'palestino', abriu estúdios na Síria e produz vídeos de produtos para fazer chorar as mães de família europeias. Infelizmente, os actores são às vezes muito fraquinhos .. Aqui, os risos estalam num funeral!



Esta criança costuma "ressuscitar" em vários vídeo Made in Síria:


Aqui temos uma amostra do mesmo tipo de propaganda, que de tanto se repetir, leva boa parte do mundo a acreditar que os soldados israelitas andam a matar crianças pelos montes e vales de Israel:


Fonte:Europe-Israel

“Quem são os Palestinianos? Os Palestinianos não vêm da Palestina… Irmãos, metade dos Palestinianos são Egípcios, e a outra metade são Sauditas" —  Fathi Hammad, Ministro do Hamas, 23 de Março, 2013 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Papa expressa reconhecimento aos Judeus

Le Pape François 

O Papa Francisco respondeu nesta quarta-feira, em editorial do jornal esquerdista La Repubblica, às questões de um escritor famoso, ateu declarado, considerando o diálogo "precioso e necessário".

 Eugenio Scalfari 

Em Julho e Agosto, em dois editoriais, o intelectual de esquerda e co-fundador do La Repubblica, Eugenio Scalfari, pediu ao Papa argentino que se pronunciasse sobre a relação entre a religião, o homem e a sociedade moderna.

                                          Luzes e superstição

De forma inédita, o Papa respondeu em várias páginas do jornal: "A cultura moderna do Iluminismo" acusou muitas vezes "a Igreja e a cultura
de inspiração cristã" de representarem "o obscurantismo da superstição que se opõe à luz da razão".

"Chegou contudo o tempo (...) do diálogo, sem preconceitos, que pode abrir a porta a um debate sério e proveitoso", disse o Papa, descrevendo o diálogo como "valioso e necessário."

"Eu sinto-me confortável a ouvir as suas perguntas, e a percorrer consigo um caminho ao longo do qual talvez possamos começar a fazer mais que um trecho de estrada juntos", acrescentou Francisco nesta resposta, dedicada a temas teológicos.

 3pape 

À pergunta "O Deus cristão perdoa a quem não acreditar e não procurar a fé?", o Papa respondeu afirmativamente, dizendo que "o pecado, mesmo para aqueles que não têm fé, é ir contra a sua própria consciência."
Numa secção da entrevista sobre os Judeus, o Papa observou que "em terríveis sofrimentos ao longo dos séculos", eles "mantiveram a fé em Deus, e nunca lhes seremos suficientemente gratos por isso, como Igreja e como Humanidade".

  O Papa também reconheceu "a lentidão, as infidelidades, os erros e pecados que foram cometidos e ainda podem estar a ser cometidos por aqueles que compõem a Igreja" assinando a sua carta inédita:. "Com a minha proximidade fraterna, Francisco".


- Com respeito e boa-vontade, pode haver diálogo proveitoso entre pessoas de convicções religiosas, políticas e filosóficas diferentes. Os nossos votos são de que estes exemplos floresçam. A todos os amigos e inimigos, desejamos um fim-de-semana descansado. Aos crentes, desejamos que sintam as bênçãos de Deus em plenitude. Shabbat Shalom.

“Maomé nunca reagiu com violência, sempre mostrou amor”

Faz hoje precisamente um ano que esta entrevista do Xeque David Munir foi publicada no iOnline:


O imã da mesquita central de Lisboa defende que o vídeo anti-islão colocado no YouTube e que tem gerado protestos violentos no mundo islâmico é ofensivo, mas recorda que o islão é sinónimo de paz


Numa altura em que mais de 20 países árabes protestaram contra o vídeo do YouTube “A inocência dos muçulmanos”, provocando confrontos violentos e mais de 50 mortos frente a representações diplomáticas dos EUA e de outros países ocidentais, o imã da mesquita central de Lisboa fala pela primeira vez à imprensa sobre a tensão que se vive um pouco por todo o mundo islâmico. Numa entrevista por email, o xeque David Munir garante que o islão é sinónimo de paz e que Maomé “sempre mostrou amor pelo próximo”.


Da percepção que vai tendo através do contacto próximo que mantém com a comunidade islâmica em Portugal, qual é o sentimento geral relativamente ao vídeo anti-islão?
Infelizmente, temos visto ultimamente várias provocações contra o islão, o que é de lamentar.
E enquanto imã da mesquita central de Lisboa, que análise faz do vídeo?
Creio que a única análise que pode ser feita é a de que existe uma ignorância total sobre o que é o islão. O vídeo em causa constitui uma forma de islamofobia e de desrespeito pelo nosso profeta. Não deixa de ser ridículo.
Existe alguma iniciativa programada, no seio da comunidade portuguesa islâmica, no sentido de contestar o vídeo que consideram ofensivo?
Os muçulmanos que vivem em Portugal respeitam as leis e são cidadãos exemplares. Ser muçulmano é ser um bom cidadão. Achamos que devemos continuar a mostrar uma conduta exemplar na sociedade em que vivemos e na qual estamos integrados, respeitando o outro e esperando também ser respeitados.
Mas têm, certamente, debatido o assunto dentro da comunidade?
Sim. Temo-lo feito nas palestras das sextas-feiras, por altura do sermão (”Khutba”) ou nos encontros entre amigos, muçulmanos ou mesmo com pessoas que têm outras crenças – naturalmente, sempre dentro de um princípio que é a convivência sã, que procuramos cultivar e que encorajamos.
O filme não poderá ser entendido simplesmente como uma sátira?
Não. O profeta Muhammad (Maomé) é visto pelos muçulmanos como um homem exemplar para nós e mesmo para a humanidade. Na verdade, tudo o que é dito no vídeo não passa de mentiras que constituem um atentado à conduta e à ética exemplar do nosso profeta. Todo o conteúdo é ofensivo. Ofender os muçulmanos parece ser, aliás, o único objectivo de quem o fez. A intenção é, claramente, passar uma imagem falsa do islão e do seu profeta.
Como é que a comunidade islâmica lida, tradicionalmente, com a questão do humor? Como se definem as fronteiras entre o que pode ser considerado humor e o que pode vir a constituir uma ofensa?
A liberdade de cada um termina onde começa a do outro e este é um princípio fundamental em qualquer sociedade. Há que respeitar a crença do outro, seja ela qual for. Os crentes também têm de respeitar os não crentes e aqueles que têm dúvidas sobre a sua fé. O Corão diz, a certa altura: “A crentes e não crentes, as dádivas do Senhor não serão negadas a ninguém.”
Que significado tem o profeta Maomé para os muçulmanos?
O profeta Muhammad é considerado o último profeta da série de mensageiros que Deus enviou. Como já referi, o profeta Maomé é o nosso modelo. A mensagem que nos trouxe é uma mensagem divina universal, tal como as que foram trazidas pelos profetas que vieram antes dele, nomeadamente Abraão, o patriarca dos mensageiros de Deus, Moisés e Jesus. Nós, muçulmanos, procuramos respeitar todos os profetas igualmente e, portanto, não aceitamos uma ofensa a qualquer dos enviados por Deus aos homens para lhes ensinar o bom caminho.
Mesmo achando o vídeo ofensivo, justificar-se-ão os actos de violência a que se tem assistido em vários locais?
Na verdade, já muitos teólogos muçulmanos condenaram esses actos por serem ofensivos ao nosso profeta. Como é dito repetidamente no Corão, paz é a palavra do Senhor. Numa das passagens do nosso livro sagrado diz-se inclusivamente que “Deus não ama os agressores”. O islão ou islam – que deriva de salam – é paz. E há, aliás, vários exemplos da vida do nosso profeta que mostram que, mesmo tendo sido incomodado e maltratado, Maomé nunca reagiu com violência. Pelo contrário, sempre mostrou amor pelo próximo.
A tensão gerada em torno do vídeo pode levar a situações mais preocupantes?
A situação já é preocupante, porque sempre que há desrespeito pelo outro a sociedade torna-se insegura. Como, aliás, pregam todas as religiões, há que respeitar o outro e ser respeitado. Há que aceitar aqueles que têm crenças diferentes e mesmo aqueles que não têm qualquer crença ou que têm dúvidas em relação à sua fé. Só assim poderemos edificar uma sociedade em que todos vivamos em harmonia na paz do Senhor.
Tendo em conta os incidentes e as consequentes pressões, qual será agora o melhor caminho para resolver esta situação?
Penso que uma das formas será ignorar o assunto e não dar muita atenção a provocações, pedindo a Deus que os ilumine e nos dê a nós a necessária paciência – que é, verdadeiramente, uma virtude perante o Criador.
Também defende a retirada do vídeo da internet?
Tem havido esse apelo.

 Há alguns pontos na entrevista do sr. David que eu gostaria de abordar. Bem, na verdade, gostaria de lhe perguntar para explicar melhor praticamente tudo o que disse (ele não é particularmente hábil na forma como se esquiva a responder a praticamente tudo), mas vou limitar a minha abordagem apenas ao que considero mais "gravoso".

Há que respeitar a crença do outro, seja ela qual for. Os crentes também têm de respeitar os não crentes e aqueles que têm dúvidas sobre a sua fé. O Corão diz, a certa altura: “A crentes e não crentes, as dádivas do Senhor não serão negadas a ninguém."


Parece bonito, pacífico e tolerante, não é? No total existem 245 versos positivos acerca de, ou para, os não-muçulmanos. O problema vem depois. Cada um dos versos do Corão com uma mensagem positiva acerca de, ou para, os não-muçulmanos foi revogado, não deixando sequer um verso positivo acerca de, ou para, os não-muçulmanos. Para todos os 245 existe um verso que o contradiz. Excetuando 7 versos que são revogados em suras (capítulos) diferentes, todos os outros são revogados na mesma sura (capítulo). Os media dão ênfase aos versos positivos acerca dos "Adeptos do Livro" (judeus e cristãos, os povos que tinham recebido revelações divinas), no entanto até isto é ilusório: segundo a perspetiva islâmica, os judeus e cristãos,  apenas recebem a "bondade islâmica" caso admitam que os seus textos sagrados estão corrompidos, que apenas o Corão é a verdade e que Maomé é um profeta das religiões Judaicas e Cristãs. Claro está que se fizerem isso deixam de ser judeus e cristãos, passam a ser muçulmanos. Portanto não há nada de positivo para os não-muçulmanos. Há, no entanto, 527 versos intolerantes dos não muçulmanos e 109 versos que apelam a que os muçulmanos façam guerra contra os não-muçulmanos.


O profeta Muhammad é considerado o último profeta da série de mensageiros que Deus enviou. Como já referi, o profeta Maomé é o nosso modelo.

 O profeta Maomé é considerado o último profeta pelos muçulmanos. Os judeus não o reconheceram como profeta por não ser judeu (é difícil ser profeta judeu sem sequer ser judeu) e os cristãos não o reconheceram como profeta porque Jesus afirmou ser o último profeta (uma pequena curiosidade: segundo a crença islâmica, no Fim dos Dias Jesus voltará, destruirá todas as cruzes e matará todos os judeus e cristãos). Quanto a Maomé ser considerado o modelo para os muçulmanos, isso é verdade. No Islão, Maomé é conhecido como al-Insān al-Kāmil (o humano perfeito) and uswa hasana (um excelente exemplo de conduta). Ele disse repetidamente aos seus seguidores para seguirem a sua Suna (exemplo) e o Corão asserta o seu caráter como sendo “nobilíssimo” (68:4). Os muçulmanos são encorajados a imitar Maomé e as suas ações o mais próximo que conseguirem como forma de demonstrar a sua devoção a Alá. Maomé casou-se com uma criança de 6 anos e consumou o casamento quando esta atingiu 9 anos de idade. Como tal, em países onde impera a lei islâmica existe pedofilia sancionada pela religião. Maomé é responsável pela morte de milhares de pessoas que se recusaram a submeter ao Islão, o resultado disso é a aprovação religiosa da morte de inocentes cujo único crime é não serem muçulmanos.. Maomé possuía, comprava e vendia escravos. Como tal, hoje em dia a escravatura é aprovada pela lei religiosa. Maomé era homofóbico, como tal a execução de homossexuais é aprovada pela religião. Maomé agredia as suas esposas, o resultado hoje em dia é que a violência contra mulheres é aprovada pela religião. Maomé é o modelo para os muçulmanos, mas não é de modo algum um bom modelo.


A mensagem que nos trouxe é uma mensagem divina universal, tal como as que foram trazidas pelos profetas que vieram antes dele, nomeadamente Abraão, o patriarca dos mensageiros de Deus, Moisés e Jesus.

Comparação de Jesus e Maomé:


Característica
Jesus
Maomé
Combate
Nunca lutou
Lutou diversas vezes
Chamamento
Quando ouviu a voz de Deus foi ao deserto jejuar e fortalecer-se
Quando ouviu Alá (através de Gabriel) tentou matar-se por pensar que estava possuído por demónios
Identidade
Agia como Deus
Confessava ser homem
Matança
Nunca matou
Matou diversas pessoas
Casamento
Nunca se casou
Casou-se com cerca de 20 mulheres
Ministério
Foi enviado diretamente por Deus
Foi enviado por um anjo (Gabriel)
Milagres
Realizou diversos, tendo inclusivamente ressuscitado mortos
O único milagre que ele alegou foi o próprio Corão em si
Profecias
Há dezenas de profecias sobre a sua vinda
Não há menção da sua vinda
Sacrifício
Sacrificou-se voluntariamente para salvar outros
Matou outras pessoas para sobreviver
Pecado
Nunca pecou
Era pecador
Escravos
Nunca possuiu
Possuiu diversos, comprava e vendia, mas comprava mais do que vendia
Nascimento
Teve um nascimento único e  milagroso
Nascimento normal
Mulheres
Tratou-as de forma igual aos homens
Disse que elas tem apenas metade da capacidade mental de  um homem
Paz
Foi chamado de ‘Príncipe da Paz’
Declarou guerra aos não-crentes
Discípulos
Os seus discípulos morreram pela sua fé
Os seus discípulos mataram pela sua fé
Inimigos
Perdoou os que o mataram
Mandou matar críticos e  inimigos, alguns apenas com base em suspeitas
Inimigos (2)
Ordenou que amássemos os que nos perseguem
Ordenou que trouxessem terror ao coração dos inimigos
Deus
Indicou ser a incarnação de Deu
Disse que Alá é o único Deus
Satanás
Tendo sido tentado por Satanás, repreendeu-o e expulsou-o
Foi vítima de magia e numa certa ocasião Satanás pôs palavras na sua boca sem que ele se apercebesse da diferença entre as palavras de Satanás e de Gabriel.
Oração
Disse: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois comprazem-se em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. E, orando, não usei de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos”.
Disse que passar à frente de alguém que ora anula a oração deste, que aquele que olhar para cima durante a oração ficará cego, que aquele que não se prostrar adequadamente a sua oração não será aceite e que aquele que orar mais alto que o líder (Imame) Alá transformará seu rosto na cara de um burro.
Últimas palavras
“Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. “Está consumado”
“Que Alá amaldiçoe Judeus e Cristãos por construirem locais de adoração no túmulo dos profetas"


Apesar de todas as diferenças, o Xeque David afirma convictamente que a mensagem de Maomé é a mesma de Jesus.



O islão ou islam – que deriva de salam – é paz. E há, aliás, vários exemplos da vida do nosso profeta que mostram que, mesmo tendo sido incomodado e maltratado, Maomé nunca reagiu com violência. Pelo contrário, sempre mostrou amor pelo próximo.

Islão deriva de paz? Tem graça, já ouvi outros imãs afirmarem que deriva de "submissão". Maomé nunca reagiu com violência? Essa é boa. Ibn Hisham, um dos mais antigos editores da Sira (biografia de Maomé) de Ibn Ishaq (historiador islâmico árabe que colecionou tradições orais e compilou a base da primeira biografia de Maomé) omitiu partes do trabalho de Ibn Ishaq que ele entendeu serem negativos ou não-autênticos mas deixou ficar as histórias de Abu Afak and Asma bint Marwan, críticos de Maomé que foram assassinados por ordem deste. Historiadores muçulmanos, tanto no passado como no presente, consideram-nos eventos genuínos na vida de Maomé. Abu Afak, um poeta judeu (supostamente) com 120 anos de idade foi morto por compor poemas satíricos acerca de Maomé. Após o assassinato de Abu Afak, Asma bint Marwan compôs um poema onde acusava o Islão e os seus seguidores de assassinarem os seus oponentes. Pagou-o com a vida. Ka'b ibn al-Ashraf foi outro poeta crítico de Maomé. Tal como os anteriores, foi morto por ordem deste. O assassinato de Ka'b ibn al-Ashraf está descrito no Sahih al-Bukhari, a coleção de hadiths (lendas e histórias sobre a vida de Maomé) tida como mais confiável.

Das duas uma: ou Xeque David, apesar de ter dedicado a vida a estudar o Corão, Suna e Hadiths revela um desconhecimento grosseiro dos seus conteúdos, ou ele proferiu, conscientemente e propositadamente, afirmações que sabe à partida não serem verdadeiras.